quarta-feira, 31 de março de 2010

A mente não tem firewall

ESP ButtonImage by dweekly via Flickr

A Mente não tem Firewall

Por Timothy L. Thomas

Carlisle-www.army.mil

De Parameters, primavera de 1998, pág. 84/92

"Está completamente claro que o Estado que for o primeiro a criar tais armas alcançará incomparável superioridade." - Major I. Chernishev, Exército Russo [1].

O corpo humano, semelhante a um computador, contém diversos processadores de dados. Eles incluem, mas não estão limitados a, atividade eletro-química do cérebro, coração, e sistema nervoso periférico, os sinais enviados da região do córtex do cérebro para outras partes de nosso corpo, as minúsculas células do cabelo do ouvido interno que processam os sinais auditivos, a retina e a córnea dos olhos sensível a luz que processam a atividade visual. [2] Estamos no limiar de uma era na qual esses processadores de dados do corpo humano poderão ser manipulados ou debilitados. Exemplos de ataques não planejados a capacidade de processamento de dados do corpo estão bem documentadas. Luzes estroboscópicas são conhecidas por causar crises epilépticas. Há não muito tempo atrás no Japão, crianças assistindo a desenhos animados foram sujeitas a luzes pulsantes que causaram crises de epilepsia em algumas e fez outras muito doentes.

Defender os amigos e atacar as capacidades de processamento dos dados do corpo do adversário parece ser uma área de fraqueza na abordagem dos americanos na teoria da guerra da informação, uma teoria orientada pesadamente na direção dos sistemas de processamento de dados e planejada para conquistar o predomínio da informação no campo de batalha. Ou assim parece a partir da informação aberta, não sujeita a classificação de secreta. Essa desvantagem dos Estados Unidos pode ser bastante séria, tendo em vista que a capacidade de alterar o processamento de dados do corpo já existe. Uma recente edição da U.S. News and World Report salientou diversas dessas "armas assombrosas" (acústicas, de micro-ondas, lasers) e notou que os cientistas estão "pesquisando os espectros eletromagnéticos e sônicos por comprimentos de ondas que possam afetar o comportamento humano.” [3] Um recente artigo militar da Rússia oferecia um ponto de vista levemente diferente para o problema, declarando que "a humanidade se encontra a beira de uma guerra psicotrônica" com a mente e o corpo como o foco. Esse artigo discutia as tentativas russas e internacionais de controlar a condição psico-física do homem e seus processos de tomada de decisão pelo uso de geradores de VHF, "cassetetes silenciosos," e outras tecnologias.

Um arsenal de armas inteiramente novas, baseadas em dispositivos desenhados para introduzir mensagens subliminares ou alterar as capacidades psicológicas e de processamento de dados do corpo, poderiam ser usadas para incapacitar indivíduos. Estas armas objetivam controlar ou alterar a mente, ou atacar vários sistemas sensoriais e de processamento de dados do organismo humano. Em ambos os casos, a meta é confundir ou destruir os sinais que normalmente mantém o corpo em equilíbrio.

Esse artigo examina armas baseadas em energia, armas psicotrônicas, e outros desenvolvimentos planejados para alterar a habilidade do corpo humano de processar estímulo. Uma consequência dessa avaliação é que a maneira como comumente usamos o termo "guerra de informação" está aquém quando o soldado individual, não seu equipamento, se torna o alvo do ataque.

A teoria da guerra de informação e o elemento de processamento de dados dos humanos.

Nos Estados Unidos a percepção comum é de que a guerra de informação focaliza primariamente as capacidades de sistemas de hardware tais como computadores, satélites, e equipamentos militares que processam dados em suas várias formas. De acordo com a Diretiva do Departamento de Defesa S-3600.1 de 9 de dezembro de 1996, guerra de informação é definida como "uma operação de informação conduzida durante tempos de crise ou conflito para alcançar ou promover objetivos específicos sobre um adversário ou adversários." Uma operação de informação é definida na mesma diretiva como "ações tomadas para afetar informações adversárias e sistemas de informação enquanto defendemos as nossas próprias informações e sistemas de informação." Estes "sistemas de informação" estão no cerne do esforço de modernização das forças armadas americanas e de outros países, e se manifestam como o hardware, software, capacidades de comunicação e indivíduos altamente treinados. Recentemente, o exército dos Estados Unidos conduziu uma batalha simulada que testou estes sistemas sob condições simuladas de combate.

O Manual de Campo do exército dos Estados Unidos 101-5-1, Termos Operacionais e Gráficos (lançado em 30 de setembro de 1997), define guerra de informação como "ações tomadas para atingir superioridade de informação afetando uma informação hostil, processos baseados em informação, e sistemas de informação, enquanto defendem sua própria informação, processos de informação e sistemas de informação." O mesmo manual define operações de informação como "operação militar contínua dentro do ambiente de informação militar que capacita, melhora e protege a habilidade das forças amigas para coletar, processar e agir sobre a informação para alcançar uma vantagem através de uma gama completa de operações militares. [operações militares incluem] interagir com o Ambiente de Informação Global... e explorar ou impedir as capacidades de informação e decisão do adversário.” [4]

Esses "sistemas" abordam o estudo da ênfase da guerra de informação no uso de dados, referidos como informação, penetrar as defesas físicas que protegem dados (informação) de um adversário a fim de obter vantagem operacional ou estratégica. Isso tem tendido a ignorar o papel do corpo humano como uma informação ou processador de dados nessa busca por domínio, exceto naqueles casos onde a lógica de um indivíduo ou o pensamento racional pode ser subvertido através da desinformação ou engano. Como consequência pouca atenção é dirigida em direção a proteção da mente e do corpo com um firewall como temos feito com os sistemas de hardware. Nem tem alguma técnica para fazer isso sido prescrita. Ainda que o corpo seja capaz não somente de ser ludibriado, manipulado, ou receber informação falsa, mas também desligado ou destruído - do mesmo jeito que qualquer outro sistema de processamento de dados. Os "dados" que o corpo recebe de fontes externas - tal como a eletromagnética, vortex, ou ondas de energia acústica - ou cria através de seu próprio estímulo elétrico ou químico pode ser manipulado ou mudado da mesma forma como os dados (informação) em qualquer sistema de hardware poder ser alterado.

O único elemento de guerra da informação relacionado ao corpo considerado pelos Estados Unidos são as operações psicológicas (PSYOP). Na publicação conjunta 3-13.1, por exemplo, PSYOP é listada como um dos elementos de comando e controle de guerra. A publicação nota que "o alvo final da [guerra de informação] é o processo que depende da informação, seja humano ou automático. . . Comando e controle de guerra (C2W) é uma aplicação de guerra da informação em operações militares . . . C2W é o uso integrado de PSYOP, engano militar, operações de segurança, guerra eletrônica e destruição física."[5]

Uma fonte define informação como um "sinal não acidental usado como uma entrada em um computador ou sistema de comunicação.” [6] O corpo humano é um sistema de comunicação complexo constantemente recebendo sinais de entrada não acidental e acidentais, tanto externos como internos. Se o objetivo final da guerra de informação é o processo que depende de informação, "seja humano ou automático," então a definição na publicação conjunta implica que o processamento humano de dados de sinais internos e externos pode claramente ser considerado um aspecto da guerra de informação. Pesquisadores estrangeiros notaram o elo entre humanos como processadores de dados e a condução da guerra de informação. Enquanto alguns estudam somente o elo PSYOP, outros vão além disso. Como um exemplo do último, um recente artigo russo descrevia uma guerra de informação ofensiva como planejada para "usar os canais da internet para o propósito de organizar PSYOP bem como para "advertência política antecipada" de ameaças aos interesses americanos. "[7] A afirmação do autor foi baseada no fato de que "toda a mídia de massa é usada para PSYOP. . . [e] hoje isso deve incluir a internet." O autor afirmou que o Pentágono queria usar a internet para "reforçar influências psicológicas" durante operações especiais conduzidas fora das fronteiras dos Estados Unidos para alistar simpatizantes, que desempenhariam muitas das tarefas anteriormente confiadas a unidades especiais das forças armadas dos Estados Unidos.

Outros, contudo, olham além das amarras simples de PSYOP para considerar outros aspectos da capacidade de processamento de dados do corpo. Um dos principais pesquisadores de open source sobre o relacionamento da guerra de informação para a capacidade de processamento de dados do corpo é o Dr. russo Victor Solntsev do Instituto Técnico Baumann em Moscou. Solntsev é um jovem pesquisador bem intencionado tentando mostrar ao mundo os perigos potenciais da interface operador-computador. Apoiado por uma rede de institutos e academias, Solntsev produziu alguns conceitos interessantes. [8] Ele insiste que o homem deve ser visto como um sistema aberto invés de simplesmente como um organismo ou sistema fechado. Como um sistema aberto, o homem se comunica com o seu meio ambiente através de fluxos de informação e meios de comunicação. O meio ambiente físico de alguém, seja através de efeitos eletromagnéticos, gravitacional, acústico, ou outros, pode causar uma mudança na condição psico-fisiológica do organismo, na opinião de Solntsev. Mudanças desse tipo poderiam afetar diretamente o estado mental e a consciência de um operador de computador. Isso não seria guerra eletrônica ou guerra de informação no sentido tradicional, mas particularmente em um sentido não tradicional e no sentido não americano. Isso poderia abranger, por exemplo, um computador modificado para se tornar uma arma pelo uso de sua saída de energia para emitir sons que enfraqueçam o operador. Isso também poderia abranger, como indicado abaixo, armas futuras dirigidas contra o "sistema aberto" humano.

Solntsev também examinou o problema do "barulho de informação", o qual cria um denso escudo entre uma pessoa e a realidade externa. Esse barulho pode se manifestar na forma de sinais, mensagens, imagens, ou outros itens de informação. O objetivo principal desse barulho seria a consciência de uma pessoa ou de um grupo de pessoas. A Modificação do comportamento poderia ser um alvo do barulho de informação; um outro poderia ser perturbar a capacidade mental de um indivíduo a tal ponto de impedir reação a qualquer estímulo. Solntsev conclui que todos os níveis da psique da pessoa (subconsciência, consciência e "superconsciência") são alvos potenciais para desestabilização.

De acordo com Solntsev, um vírus de computador capaz de afetar a psique de uma pessoa é o vírus russo 666. Ele se manifesta em cada 25 frames de uma exibição visual, onde produz uma combinação de cores que supostamente coloca os operadores de computador em transe. A percepção subconsciente de um novo padrão eventualmente resulta em arritmia do coração. Outros especialistas de computador russos, não apenas Solntsev, falam abertamente sobre esse "efeito do 25o. frame" e sua habilidade de sutilmente manipular a percepção dos usuários de computador. O propósito dessa técnica é injetar um pensamento no subconsciente do espectador. Isso pode lembrar algumas das controvérsias da propaganda subliminar nos Estados Unidos nos idos dos anos 50.

A Concepção dos Estados Unidos sobre as "Armas Maravilhosas": Alteração da habilidade de processamento de dados do corpo

Que tecnologias foram examinadas pelos Estados Unidos que possuem o potencial de interromper as capacidades de processamento de dados do organismo humano? A edição de 7 de julho de 1997 do U.S. News and World Report descreveu diversas delas planejadas, entre outras coisas, para vibrar o interior dos humanos, abalá-los ou nauseá-los, colocá-los para dormir, esquentá-los, ou derrubá-los com uma onda de choque.[9] As tecnologias incluem lasers ofuscantes que podem forçar as pupilas a fecharem; frequências acústicas ou sônicas que causam vibração das células capilares do ouvido interno e causar enjoo, vertigem, e náusea, ou frequências que ressoam nos órgãos internos causando dor e espasmos; e ondas de choque com potencial para nocautear pessoas ou aviões e que podem ser misturadas com spray de pimenta ou substâncias químicas.[10]

Com modificações, estas aplicações tecnológicas podem ter muitos usos. Armas acústicas, por exemplo, poderiam ser adaptadas para uso como rifles acústicos ou como campos acústicos que, uma vez estabelecidos, poderiam proteger instalações, ajudar em resgate de reféns, controle de tumultos, ou limpar trajetos de comboios. Estas ondas, que podem penetrar prédios, oferecem uma grande quantidade de oportunidades para os militares e oficiais de imposição da lei. Armas de microondas, pelo estímulo de nervos do sistema periférico, podem aquecer o corpo, induzir ataques semelhantes aos ataques epilépticos, ou causar parada cardíaca. Radiação de baixa frequência afeta a atividade elétrica do cérebro e pode causar sintomas como o da gripe e náusea. Outros projetos buscam induzir ou impedir o sono, ou afetar o sinal da porção motora do córtex cerebral, anulando os movimentos musculares voluntários. Essas últimas são referidas como armas de pulso de ondas, e o governo russo relatou que comprou cerca de 100.000 cópias da versão "Viúva Negra" dessas armas. [11]

Contudo, essa visão das "armas maravilhosas" foi contestada por alguém que deveria conhecê-las. O general brigadeiro Larry Dodgen, Assistente Adjunto do Secretário de Defesa para Política e Missões, escreveu uma carta para o editor sobre as "numerosas incorreções" no artigo da U.S. News and World Report que "deturpa as opiniões do Departamento de Defesa."[12] A queixa fundamental de Dodgen pareceu ter sido de que a revista deturpou o uso dessas tecnologias e o valor delas para as forças armadas. Ele também ressaltou que a intenção dos Estados Unidos de trabalhar no âmbito de qualquer dos tratados internacionais relativos a sua aplicação, bem como os planos de abandonar (ou pelo menos redesenhar) qualquer arma para a qual as contramedidas são conhecidas. Somos deixados com o sentimento, contudo, de que a pesquisa nessa área é intensa. Uma preocupação não mencionada por Dodgen é que outros países ou atores não estatais podem não estar restritos as mesmas limitações. É difícil de imaginar alguém com um desejo maior do que os terroristas para por as mãos nestas tecnologias. "Psico-terrorismo" poderá ser a próxima palavra-chave.

A Visão Russa da "Guerra Psicotrônica"

O termo "psico-terrorismo" foi cunhado pelo escritor russo N. Anisimov do Centro Anti-Psicotrônico de Moscou. De acordo com Anisimov, armas psicotrônicas são aquelas que agem para "tirar uma parte da informação que está guardada no cérebro do homem. É enviada para um computador, que a retrabalha para o nível necessário para aqueles que precisam controlar o homem, e a informação modificada é então reinserida no cérebro." Estas armas são usadas contra a mente para induzir alucinações, indisposição, mutação em células humanas, "zumbificação", ou até mesmo a morte. Incluídas no arsenal estão geradores de VHF, raios X, ultrasom, e ondas de rádio. O major do exército russo I. Chernishev, escrevendo no jornal militar Orienteer em fevereiro de 1997, declarou que armas "psi" estão sob desenvolvimento por todo o globo. Tipos específicos de armas apontadas por Chernishev (nem todas elas têm protótipos) eram:

* Um gerador psicotrônico, que produz uma poderosa emanação eletromagnética capaz de ser enviada através de linhas telefônicas, TV, emissoras de rádio, tubulações de abastecimento e lâmpadas incandescentes.
*Um gerador autônomo, um dispositivo que opera na faixa de 10 a 150 Hertz, que na faixa de 10 a 20 Hertz forma uma oscilação infrassônica que é destrutiva para todas as criaturas.
*Um gerador de sistema nervoso, planejado para paralisar o sistema nervoso central dos insetos, que poderia ter a mesma aplicação nos humanos.
*Emanações de ultra-som, que um instituto afirma ter desenvolvido. Dispositivos usando emanações de ultra-som são supostamente capazes realizar operações internas sem derramamento de sangue e sem deixar marca na pele. Elas também podem, de acordo com Chernishev, serem usadas para matar.
*Cassetetes silenciosos. Chernishev afirma que os japoneses desenvolveram a habilidade de colocar padrões de voz de frequência ultra-baixa através de música, padrões que são detectados pelo subconsciente. Os russos afirmam que estão usando "bombardeios" semelhantes com programação de computador para tratar alcoolismo e tabagismo.
*O efeito do 25o. frame, aludido acima, uma técnica onde a cada 25o. frame do rolo de filme ou de sequência do filme contém uma mensagem que é apanhada pelo subconsciente. Essa técnica, se funcionar, poderia possivelmente ser usada para conter o tabagismo e o alcoolismo, mas ela tem aplicações mais amplas e mais sinistras se usada sobre um público de TV ou um operador de computador.
*Psicotrópicos, definidos como os arranjos clínicos usados para induzir um transe, uma euforia ou depressão. Referidos como "minas de ação lenta", eles poderiam ser colocados sutilmente na comida de um político ou dentro do suprimento de água de uma cidade inteira. Os sintomas incluem dor de cabeça, ruídos, vozes ou comandos no cérebro, tontura, dor na cavidade abdominal, arritmia cardíaca, ou mesmo a destruição do sistema cardiovascular.

Há confirmação de pesquisadores dos Estados Unidos de que esse tipo de estudo está acontecendo. Dra. Janet Morris, co-autora do Warrior's Edge, supostamente esteve no Instituto de Psicorrelações de Moscou em 1991. Lá lhe mostraram uma técnica pioneira do Departamento Russo de Psico-Correção na Academia Médica de Moscou em que os pesquisadores analisam eletronicamente a mente humana a fim de influenciá-la. Eles introduzem mensagens de comando subliminares, usando palavras chaves transmitidas em "ruídos brancos" ou música. Usando um infra-som, transmissão de frequência muito baixa, a mensagem de psico-correção acústica é transmitida através da condução pelos ossos.[13]

Em resumo, Chernishev notou que alguns dos aspectos significativos militarmente dos armamentos "psi" merecem uma pesquisa mais profunda, incluindo métodos não tradicionais de interferência na mente de um indivíduo:

*Pesquisa ESP (Percepção Extra Sensorial): determinação das propriedades e condição de objetos sem mesmo fazer contato com eles e "leitura dos pensamentos das pessoas"
*Pesquisa de clarividência: observar objetos que estão localizados além do mundo do visível - para propósitos de inteligência.
*Pesquisa de telepatia: transmissão de pensamentos à distância - usada para operações secretas.
*Pesquisa de telecinese: ações envolvendo a manipulação de objetos físicos usando o poder do pensamento, fazendo-os se moverem ou pararem - usada contra sistemas de comando e controle, ou para interromper o funcionamento de armas de destruição em massa.
*Pesquisa de psicocinese: interferência nos pensamentos de indivíduos, ou também no nível estratégico ou tático.

Enquanto muitos cientistas americanos indubitavelmente questionam essa pesquisa, ela recebe grande apoio em Moscou. O ponto a enfatizar é que os indivíduos na Rússia (como também em outros países) acreditam que esses meios podem ser usados para ataque ou roubo da unidade de processamento de dados do corpo humano.

A pesquisa de Solntsev, mencionada acima, difere levemente daquela de Chernishev. Por exemplo, Solntsev está mais interessado nas capacidades de hardware, especificamente o estudo da fonte da energia da informação associada com a interface operador-computador. Ele frisa que se estas fontes de energia puderem ser capturadas e integradas nos computadores modernos, o resultado será uma rede mais valiosa do que "uma simples soma de seus componentes." Outros pesquisadores estão estudando geradores de alta frequência (aqueles planejados para abalar a mente com ondas de alta frequência tais como as eletromagnéticas, acústicas, e gravitacional); a manipulação ou reconstrução dos pensamentos de alguém através de medidas planejadas tais como processos de controle reflexivo; o uso de psicotrônica, parapsicologia, bioenergia, biocampos, e psicoenergia; [14] e "operações especiais" não especificadas ou treinamento anti-ESP.

O último item é de particular interesse. De acordo com uma emissora de TV russa, as forças de foguetes estratégicos começaram um treinamento anti-ESP para assegurar que nenhuma força exterior possa tomar as funções de comando e controle da força. É isso aí, eles estão tentando construir um firewall ao redor das cabeças dos operadores.

Conclusões

No final de julho de 1997, os organizadores da Demonstração de Interoperabilidade da Junta de Guerra '97' "enfatizaram as tecnologias que melhoram o planejamento colaborativo em tempo real em uma força tarefa multinacional do tipo usado na Bósnia e na Operação Tempestade no Deserto. A rede JWID (sigla em inglês) '97', chamada Coalizão Rede de Área Ampliada (CWAN, em inglês), é a primeira rede militar que permite nações aliadas participar como parceiros plenos e iguais.” [15] A demonstração, com efeito, foi uma feira de negócios para as companhias privadas demonstrarem suas mercadorias; ministros da defesa tinham que decidir onde e como gastar o dinheiro deles sabiamente, em muitos casos sem incorrer no custo dos protótipos. É um bom exemplo de fazer melhores negócios com menos. As tecnologias demonstradas incluíam: [16]

*Soldados usando laptops para arrastar linhas finas como fios de cabelo sobre mapas para atrair ataques aéreos.
*Soldados carregando beepers e celulares invés de armas.
*Generais rastreando os movimentos de cada unidade, contando o número preciso de granadas lançadas ao redor do globo, e inspecionando em tempo real os estragos infligidos aos inimigos, tudo em gráficos multicoloridos. [17]

Cada explicação desse exercício enfatizava a habilidade dos sistemas para processar dados e proporcionar realimentação da informação através do poder investido em seus microprocessadores. A habilidade de afetar ou defender a capacidade do processamento de dados dos operadores humanos desses sistemas nunca foi mencionada durante o exercício; recebeu apenas leve atenção durante incontáveis exercícios durante esses últimos anos. Chegou a hora de perguntarmos porque parecemos estar ignorando os operadores de nossos sistemas. Claramente o operador da informação, exposto na presença de uma gama de armas potencialmente imobilizadoras, é o ponto fraco em qualquer recurso militar de uma nação. Há poucos acordos internacionais protegendo o soldado individual, e estes se apóiam na boa vontade dos combatentes. Algumas nações, e terroristas de toda estirpe, não se importam com tais acordos.

Esse artigo tem usado o termo processamento de dados para demonstrar sua importância para verificar de que se trata a assim chamada guerra da informação e operações de informação. Processamento de dados é a ação que essa nação e as outras precisam proteger. Informação é nada mais do que o produto dessa atividade. Como resultado, a ênfase na terminologia relativa a guerra da informação ("domínio da informação", carrossel da informação") que tem proliferado por uma década não parece se encaixar na situação diante de nós. Em alguns casos a batalha para afetar ou proteger elementos de processamentos de dados contrapõe um sistema mecânico contra outro. Em outros casos, sistemas mecânicos podem ser confrontados pelo organismo humano, ou vice versa, uma vez que os humanos normalmente podem desativar qualquer sistema mecânico com o apertar de um botão. Na realidade, o jogo é sobre proteger ou afetar sinais, ondas, e impulsos que pode influenciar os elementos de processamento de dados dos sistemas, computadores ou pessoas. Nós somos potencialmente as maiores vítimas da guerra da informação, porque temos negligenciado proteger a nós mesmos.

Nossa obsessão com um "sistema dos sistemas", "domínio da informação", e outras tecnologias semelhantes é mais provavelmente uma causa principal de nossa negligência do fator humano em nossas teorias e nosso paradigma conceitual. Nossa terminologia está nos confundindo e nos enviando em direções que lidam primariamente com o hardware, software e componentes das comunicações do espectro do processamento de dados. Precisamos gastar mais tempo pesquisando como proteger os humanos em nossas estruturas de gestão de dados. Nada nestas estruturas pode ser mantido se nossos operadores tiverem sido debilitados por adversários potenciais ou terroristas que - agora mesmo - podem estar planejando os meios de abalar o componente humano de nossa noção cuidadosamente construída de sistema dos sistemas.



NOTAS
1. I. Chernishev, "Can Rulers Make `Zombies' and Control the World?" Orienteer, February 1997, pp. 58-62.
2. Douglas Pasternak, "Wonder Weapons," U.S. News and World Report, 7 July 1997, pp. 38-46.
3. Ibid., p. 38.
4. FM 101-5-1, Operational Terms and Graphics, 30 September 1997, p. 1-82.
5. Joint Pub 3-13.1, Joint Doctrine for Command and Control Warfare (C2W), 7 February 1996, p. v.
6. The American Heritage Dictionary (2d College Ed.; Boston: Houghton Mifflin, 1982), p. 660, definition 4.
7. Denis Snezhnyy, "Cybernetic Battlefield & National Security," Nezavisimoye Voyennoye Obozreniye, No. 10, 15-21 March 1997, p. 2.
8. Victor I. Solntsev, "Information War and Some Aspects of a Computer Operator's Defense," talk given at an Infowar Conference in Washington, D.C., September 1996, sponsored by the National Computer Security Association. Information in this section is based on notes from Dr. Solntsev's talk.
9. Pasternak, p. 40.
10. Ibid., pp. 40-46.
11. Ibid.
12. Larry Dodgen, "Nonlethal Weapons," U.S. News and World Report, 4 August 1997, p. 5.
13. "Background on the Aviary," Nexus Magazine, downloaded from the Internet on 13 July 1997 from www.execpc.com/vjentpr/nexusavi.html, p.7.
14. Aleksandr Cherkasov, "The Front Where Shots Aren't Fired," Orienteer, May 1995, p. 45. This article was based on information in the foreign and Russian press, according to the author, making it impossible to pinpoint what his source was for this reference.
15. Bob Brewin, "DOD looks for IT `golden nuggets,'" Federal Computer Week, 28 July 1997, p. 31, as taken from the Earlybird Supplement, 4 August 1997, p. B 17.
16. Oliver August, "Zap! Hard day at the office for NATO's laptop warriors," The Times, 28 July 1997, as taken from the Earlybird Supplement, 4 August 1997, p. B 16.
17. Ibid.
________________________________________
Lieutenant Colonel Timothy L. Thomas (USA Ret.) is an analyst at the Foreign Military Studies Office, Fort Leavenworth, Kansas. Recently he has written extensively on the Russian view of information operations and on current Russian military-political issues. During his military career he served in the 82d Airborne Division and was the Department Head of Soviet Military-Political Affairs at the US Army's Russian Institute in Garmisch, Germany.
Article from: http://carlisle-www.army.mil/usawc/Parameters/98spring/thomas.htm







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Um comentário:

CIBERBETICA - a Terceira Ciencia disse...

essa guerra psicotrônica, foi levantada pelos nazistas na segunda guerra mundial, pois eles dominavam os territórios e não as pessoas e estas se tornavam subversivas - com a ajuda de cientistas judeus, desenvolveram o mapeamento cerebral, das funções dos neurônios, transdutores do sistema neurológico do corpo humano, controlando a razão e os sentimentos, hoje os troianos, usam essas frequência em varredura por satélites, celulares, tv, radio, computadores, enfim, em todo sistema eletrônico, e aumentam a função dos neurônios, na cristalização, com uma enzima derivada da cocaína,em todos os processos alimentares...

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