domingo, 27 de novembro de 2011

Os 7 Sinais - Parte 3 - A Nova Ordem Mundial

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sábado, 26 de novembro de 2011

Vaticano propõe Governo Mundial para realizar reforma financeira

Escudo vaticanoImage by Efrén Sánchez via Flickr
            Vaticano propõe Governo Mundial para realizar reforma financeira.

O Pontifício Conselho do Vaticano Justiça e Paz, propôs a criação de uma autoridade política e um banco central mundial que possam fazer frente à atual crise financeira mundial.

O pedido está no documento "Por uma reforma do sistema financeiro e monetário internacional na perspectiva de uma autoridade pública com competência universal", apresentado pelo cardeal Peter Turkson, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz.

O líder e a entidade teriam a função de promover “mercados livres e estáveis, disciplinados por um quadro jurídico adequado”, além de fazer frente à atual crise financeira e econômica.

De acordo com a publicação paranaense O Diário, a Congregação do Vaticano explicitou que tal autoridade deve ter um “horizonte global e servir ao bem comum”. Por outro lado, essa liderança não poderia ser imposta pela força, mas servir pelo acordo livre e compartilhado.

“O exercício de tal autoridade deve ser necessariamente supranacional”, disse o comunicado divulgado pela Rádio Vaticano.


O Vaticano justifica a criação de uma Autoridade Pública Mundial por causa da crescente interdependência entre os estados.

A criação de um Banco Central Mundial também é incentivada pela Santa Sé, que deveria exercer a função de regular o fluxo e o sistema dos intercâmbios monetários, segundo a agência Efe.


De acordo com o texto, o Fundo Monetário Internacional perdeu sua capacidade de garantir a estabilidade das finanças mundiais.

Com vistas a criar uma autoridade supranacional, o Vaticano assinala que os estados devem ceder de forma gradual e equilibrada uma parte de suas atribuições nacionais à chamada Autoridade Mundial.

"Hoje se vê como surrealista e anacrônico que um estado considere que pode conseguir de maneira autárquica o bem de seus cidadãos. A globalização está unificando os povos, levando-os a um novo 'estado de direito' em nível supranacional, a um novo modelo de sociedade internacional mais unida, respeitosa com a identidade de cada povo", diz o documento.

Fonte: www.christianpost.com
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domingo, 20 de novembro de 2011

O Sistema do Governo Mundial

The Personal Flag of Queen Elizabeth II, used ...Image via Wikipedia

O sistema de governo mundial

A ordem mundial de Baha’u'llah, tal como ele a concebeu, é uma réplica do sistema britânico de governo. Essa ordem encontra-se descrita na epístola (Ezequiel 3:1) abaixo:

LAWH-I-DUNYÁ -(Epístola do Mundo) – “O sistema de governo adotado pelo povo britânico em Londres parece ser bom, pois é adornado com a luz tanto da realeza como da consulta com o povo. Na formulação dos princípios e leis, uma parte foi dedicada às punições, as quais constituem um instrumento efetivo para a segurança e a proteção dos homens.”

Compete à Organização das Nações Unidas (ONU) se transformar no governo descrito abaixo:

1) O sistema de governo inglês controlado pelo executivo mundial britânico (vulgo Anticristo) e seus nove mestres eleitos:

Organização política

O Reino Unido é uma monarquia constitucional hereditária que tem por Chefe de Estado o soberano (atualmente, a Rainha Elizabeth  II).

As duas câmaras do parlamento são: a Câmara dos Comuns e a Câmara dos Lordes. Os 651 deputados da Câmara dos Comuns são eleitos por sufrágio universal por um período de cinco anos, em circunscrições uninominais. A Câmara dos Lordes é composta por Pares do Reino por direito hereditário e por Pares (homens e mulheres) nomeados a título vitalício pela soberana em recompensa de serviços notáveis prestados à nação. Ambas as assembléias detêm poderes de iniciativa legislativa, embora esta seja habitualmente exercida pela Câmara dos Comuns. Após três leituras na Câmara dos Comuns, os projetos de lei são transmitidos à Câmara dos Lordes que pode devolvê-los à primeira com alterações ou sugestões. A Câmara dos Lordes não pode opor-se a uma proposta legislativa que tenha sido apresentada duas vezes na Câmara dos Comuns, mas pode suspendê-la. O poder executivo é exercido pelo Conselho de Ministros (Cabinet) presidido pelo Primeiro-Ministro, sendo ambos responsáveis perante a Câmara dos Comuns.


Do ponto de vista administrativo, o Reino Unido é um Estado unitário em que o Parlamento constitui o órgão supremo.

A CONSTITUIÇÃO

O Reino Unido não tem uma constituição escrita.

Os direitos dos cidadãos são definidos pela combinação de normas oriundas de:

• direito consuetudinário (common law), baseado em precedentes jurídicos

• leis

• convenções

Os documentos constitucionais abaixo são os mais importantes:

Magna Carta (1215) – limitou o poder da Coroa

• Bill of Rights (1689) – deu mais poderes ao Parlamento

• Reform Act (1832) – reformou o modelo de representação política

Human Rights Act (2000) – definiu os direitos fundamentais dos cidadãos

Os elementos-chave do Human Rights Act são:

• um código de valores em sintonia com a cultura e a administração britânica

• 14 artigos que englobam princípios como o direito à vida, à liberdade de expressão e à educação.

A MONARQUIA

Sua Majestade a Rainha Elizabeth II é a chefe do executivo, faz parte do legislativo, é chefe do judiciário, comandante-chefe das forças armadas e autoridade suprema da Igreja Anglicana.

Atualmente, o papel político do monarca é essencialmente cerimonial e a Rainha age sob a orientação de seus ministros.


A IGREJA (E UM PARLAMENTO MUNDIAL DAS RELIGIÕES)

A Igreja Anglicana, que foi separada da Igreja Católica Romana na época da Reforma no início do século XVI, é a igreja que representa a religião oficial da Inglaterra. O monarca é a “autoridade  suprema” da Igreja e nomeia seus dois arcebispos e 42 outros bispos diocesanos.

LEGISLATIVO

O parlamento é formado pela Rainha, Câmara dos Lordes e Câmara dos Comuns; nesta,
membros eleitos encarregados de representar seus respectivos distritos eleitorais debatem e votam a legislação nacional.

EXECUTIVO

O Governo: primeiro-ministro, ministros e secretários de Estado; ministérios e órgãos estatais subordinados aos ministérios;

administrações regionais descentralizadas na Irlanda do Norte, Escócia e País de Gales; autoridades locais e empresas públicas.

JUDICIÁRIO

O poder judiciário é composto por cortes, juízes e advogados que estabelecem normas de direito consuetudinário e interpretam as leis aprovadas pelo legislativo.

O ordenamento jurídico baseia-se em:

• normas de direito consuetudinário e eqüidade – estabelecido por meio da reiteração de sentenças

• leis parlamentares

• legislação da União Européia

O Ministro do Interior/Justiça, (Home Office), é responsável direto pelo sistema jurídico criminal na Inglaterra e no País de Gales. Na Escócia e na Irlanda do Norte, essa função cabe ao Ministro da Justiça e ao Secretário de Estado,  respectivamente.

GOVERNOS LOCAIS

São responsáveis por serviços públicos locais, mantidos com recursos provenientes da coleta de impostos locais e de repasses do governo central.

Há 387 representações de governo locais na Inglaterra. Londres tem 32 conselhos distritais.

As 22 autoridades locais no País de Gales gastam a metade dos 8 bilhões de libras esterlinas previstas no orçamento de serviços públicos.

AGRICULTURA

No setor agrícola, a indústria de laticínios é mais comum na região oeste da Inglaterra; rebanhos ovinos e bovinos são comuns nas áreas montanhosas e de charnecas do norte e do sudoeste. O cultivo de terras aráveis, criação de porcos e aves e horticultura estão concentrados nas regiões leste e sul.

XXX

Como parte de seus planos de conceder mais poderes às regiões, o governo estabeleceu Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs) em nove regiões da Inglaterra em abril de 1999. Os objetivos das ADRs são, entre outras coisas, promover desenvolvimento econômico regional coordenado e regeneração, além de reduzir os desequilíbrios econômicos que existem dentro e entre as regiões inglesas de forma a melhorar seus poderes de competitividade.

2) Uma federação mundial de estados como os EUA.

O período da história dos Estados Unidos da América entre 1783 e 1815 caracteriza-se pelos primeiros anos de independência e pela união das treze ex-colônias britânicas para formar um único país. As Treze Colônias haviam lutado bravamente por sua independência durante a Revolução Americana de 1776. O Reino Unido assumiu sua derrota em 1783, e pelos termos do Tratado de Paris, o Reino Unido reconhecia oficialmente a independência dos Estados Unidos da América. O período que estende-se entre 1783 e 1815 caracteriza-se por três fatos. O primeiro foi a criação efetiva do governo americano.

Durante os primeiros anos de independência, os Estados Unidos não passavam de uma Confederação de Estados, e efetivamente, um governo nacional ainda não existia. Em 1787, representantes de todos os Estados americanos, bem como outros oficiais importantes, reuniram-se e escreveram juntamente a Constituição americana. Esta constituição define explicitamente o papel e os poderes do governo federal no país. A Carta de Direitos foi aprovada em seguida. George Washington foi o primeiro Presidente do país, em 1789.

3) LASTRO EM OURO PARA A NOVA ECONOMIA MUNDIAL

O Egito possui obras de valor incalculável como o famoso esquife de Tutancâmon e também uma imensa arqueologia. Esses recursos serão fatalmente confiscados em nome da unidade da diversidade para que seja criado o lastro em ouro da nova economia.

4) UM EXÉRCITO MUNDIAL

Com a Constituição Mundial, será necessário reorganizar os exércitos de todos países, que serão agregados a um só exército mundial, cada país continuará com seu exército, o que irá mudar é o comando do Exército, Marinha e da Aeronáutica.  Exemplo:Serão criados 2 comandos, o EMFAM (Estado Maior das Forças Armadas Mundial) e o EMFAC (Estado Maior das Forças Armadas do Continente), No (EMFAM) serão centralizados os Comandos dos Cinco Continentes, no (EMFAC) é centralizado todos os EMFA dos paises que compõem o Continente.

E por fim… estabelecer uma comunidade mundial que não poderá comprar ou vender sem o sinal de Baha’u’llah (a estrela de nove pontas), o nome de Baha’u’llah ou o número de letras do seu nome (9).

Fonte: http://apocalipsetotal.wordpress.com
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sábado, 19 de novembro de 2011

A Falácia da Justiça Social

Pepsi logo (2003-2008). Pepsi Wild Cherry and ...Image via Wikipedia

A Falácia da Justiça Social

Autor: Carl Teichrib

Forcing Change, Volume 4, Edição 9

Nota de Berit Kjos: Estas informações são vitais! O artigo é extenso, porém a leitura vale muito a pena. Se você não tiver muito tempo para ler o artigo inteiro agora, leia pelo menos a seção intitulada "Justiça Social Marxista".

Nota do Autor: Muitos volumes poderiam ser escritos sobre as diferentes aplicações históricas e filosóficas da "justiça social" e poderíamos facilmente nos perder em um emaranhado de ideologias e nuanças. Portanto, este artigo procurará examinar o elemento central da justiça social como um movimento político, social e econômico recente.


"... Precisamos entender que o único caminho para a paz e para a justiça social é o socialismo... Com classes exploradoras nunca haverá justiça social, e sem a justiça social nunca haverá paz. [1; Celia Hart].

"... é necessário compreender que toda teoria moderna de justiça social é ideológica. Independente de quão sensata ou racional ela possa ser, toda teoria moderna de justiça social é a racionalização dos interesses de um determinado grupo ou classe." [2; William E. Murnion].
"... Todas as tendências modernas apontam para o espectro de uma conformidade maior, terrível e sem misericórdia. [3; Erik von Kuehnelt-Leddihn].


Um sentimento ardente e perturbador subiu do meu peito até a minha garganta. Uma avalanche de palavras iradas saíram da minha pequena boca. Minha indignação não podia ser sufocada. Uma declaração final ressoou com intensa convicção:

"Quando eu for mais velho, vou fazer alguma coisa para mudar isto."

Quantos anos eu tinha? Dez, talvez menos. Mas eu tinha visto o suficiente para saber. Graves injustiças tinham sido observadas.

Lembro-me bem da amarga experiência. Eu, um garoto sensato da fazenda — e meus avós, donos de uma pequena loja de tecidos em uma pacata cidade da campina — tínhamos viajado para a claustrofóbica cidade de Winnipeg. O objetivo: visitar as lojas de artigos têxteis para comprar tecidos. Depois de dois dias conhecendo os depósitos e o chão das fábricas, eu sabia que aquilo era o fim do mundo. As condições de trabalho eram deploráveis: pouca luz solar, cores das pinturas das instalações inadequadas, comerciantes idosos e malcheirosos.

"— Aqui está um doce, garoto." Parecia que estava estragado.

Em um instante crítico, minha avó teve de me fazer calar a boca. Será que ela não sabia? Será que ninguém se importava? A única máquina de vender Pepsi pela qual passamos no corredor escuro tinha um aviso de importância profética: "Enguiçada". E eu estava morrendo de sede.


Sim, a indústria têxtil — na verdade, todo o mundo empresarial — estava enguiçado. Como alguém consegue trabalhar em um lugar tão deprimente? O tédio sozinho era suficiente para matar as pessoas, e estava me matando!

Depois que nos abastecemos com os tecidos e deixamos aquela desolação urbana, tive um vislumbre de algo mais. Uma chaminé revestida de tijolos contrastava com o céu do fim da tarde e a fumaça — ou vapor, não importa — era arrotada para fora para sufocar a vida da natureza.

Será que aquelas pessoas não sabem o que estão fazendo? Será que ninguém no governo tem cérebro? Não somente a cidade era um lugar depressivo e os depósitos terríveis para os trabalhadores, mas também as fábricas estavam para matar tudo! Quando eu crescer, vou colocar fim a esta loucura. Outros se uniriam nesse desejo de mudar o mundo. Salvaríamos os trabalhadores de sua intolerável escravidão e resgataríamos o ambiente das mãos de comerciantes gananciosos. A justiça e a vingança seriam feitas, aqui no país ou no estrangeiro.

A vovó tranquilamente me apoiou. Vovô, de lábios cerrados, não disse nada e apenas aumentou velocidade em que dirigia o veículo.

Mudando as Mentes

Olhando para trás, fico admirado. Para uma mente jovem, eu tinha um forte senso de "direitos sociais" e "justiça". E eu era o candidato perfeito para se inclinar para o lado mais extremo do campo esquerdista. De fato, minha mente impressionável já estava se movendo nessa direção. 

Sem saber, eu estava simulando uma abordagem marxista — revolução social por meio da ação das massas — eu estava emocionalmente convencido que a cirurgia radical era o único recurso. De onde veio isto?


Meus pais e avós eram agricultores sérios e donos de um negócio. Eles trabalhavam arduamente em seus respectivos meios de vida, eram rápidos em ajudar quem necessitava de apoio, e contribuíam com a comunidade local de diversas maneiras — inclusive, da parte de minha mãe, com o ensino da língua inglesa para os imigrantes do Laos (aqueles eram os dias dos refugiados que fugiam em barcos de pesca). Tanto meus pais como meus avós enfatizavam a ética e os valores cristãos, defendiam os injustiçados, e permaneciam independentes em face à pressão dos seus pares: "Você nasceu original, não morra como uma cópia".

A igreja que eu frequentava tinha raízes menonitas, mas não aderia à ideologia da Esquerda. De fato, ela tinha se separado em parte da denominação menonita devido a uma crescente inclinação socialista na denominação. No fundo, éramos provavelmente a única igreja menonita não pacifista da região.

Televisão? Não. Naquele tempo a TV consistia em Coelho Pernalonga nas noites de sábado, e papai tentando assistir ao programa do Lawrence Welk enquanto nós, as crianças, fielmente, imitávamos o Coiote e o Papa-Léguas. Simplesmente não havia muito tempo para a televisão.

Escola pública? Era o fim do anos 1970s, e o currículo "ambiental" já estava em uso. No ensino médio, do outro lado da rua, O Manual Ambiental era usado como um texto — completo com a retórica abertamente anticristã, antifamília, e anticapitalista (Veja Forcing Change, volume 3, número 2). O Manual Ambiental, para todos os efeitos práticos, era uma chamada marxista/trotskista à ação radical "verde" — "nada menos que uma transformação total é necessária". (The Environmental Handbook, 1970, pág. 330). Outros textos escolares, como Prose of Relevance e Worlds in the Making, formavam as mentes para aceitarem inúmeras mudanças culturais — incluindo o movimento em direção aos ideais socialistas e tecnocráticos. [4].

A escola primária e secundária também testemunharam um fluxo constante de transformação curricular. Lembro-me de ouvir sobre os problemas crescentes da superpopulação e a destruição do ecossistema causados pela avidez humana e pela poluição. A injustiça estava acontecendo em diferentes partes do mundo. A aniquilação nuclear era iminente.

Quer declarada ou sutil, a mensagem era clara: As velhas formas de como a sociedade funcionava já não podiam ser toleradas. Muito estava em risco, e era responsabilidade da minha geração corrigir os problemas do mundo. Independente se os professores estavam cientes ou não, estávamos sendo moldados para mudar o sistema. Assim, uma diversidade de alternativas culturais e sociais entraram na sala de aula — incluindo o marxismo.

O fim dos anos 1960 e o início dos anos 1970 foi uma época crítica para a sociedade ocidental. A nova Esquerda, com suas técnicas de vanguarda, desafiou as normas culturais tradicionais. O radicalismo colidiu com o convencionalismo, a cultura das drogas floresceu e as formas orientais de espiritualidade se tornaram uma tendência. Nos EUA, o bem-estar social ou "estado servil" foi muito ampliado, incluindo experiências com moradia comunitária. Tudo isto foi acoplado à Guerra do Vietnã, primeiramente desmoralizando a França e depois os Estados Unidos. Durante aquele tempo, grupos de "paz" repetiam como papagaios a propaganda soviética; o capitalismo era igualado ao "belicismo", enquanto que o socialismo refletia equidade e paz.

O Ocidente, solapado pelas ideias progressistas (esquerdistas), abraçou esta tendência, embora Frederick C. Barghoorn, um professor de Yale que tinha sido preso pelo governo soviético em 1963, tenha advertido sobre o uso da "paz" como método para promover a ideologia marxista. Publicado um ano antes de sua detenção e libertação, seu livro Soviet Foreign Propaganda (Propaganda Externa Soviética) forneceu uma importante advertência:

"Deve ser enfatizado que todos os líderes soviéticos, desde Lênin e Trotski até Stalin e Khrushchev, se empenharam em sua propaganda de paz para atrair tanto os revolucionários que procuram a derrubada da democracia constitucional, quanto empresários ocidentais, progressistas, pacifistas, e o público em geral cujo conceito não-dialético de paz estava limitado à simples ausência de conflito armado." [5].

Os progressistas e pacifistas das nações ocidentais eram vistos como atores importantes na causa do marxismo internacional. A importância deles não veio de um conhecimento do programa Moscou-hegeliano-marxista, mas, de sua ignorância. Convencidos de terem um terreno moral mais elevado e cegos por uma sensação de esclarecimento, esses indivíduos promoveram a agenda comunista agindo com base na emoção do ideal. Em outras palavras, eles foram emocionalmente atraídos a uma causa de "justiça social" de orientação marxista; a "condição dos trabalhadores", as desigualdades econômicas e sociais, o desejo pela justiça baseada em classe, e a "luta pela paz". Esses indivíduos então se tornaram ativistas, educadores e definidores da opinião cultural. E eles exigiam a transformação social que, invariavelmente, deveria ter um tom anticapitalista e anti-individualista. Os garotos em Moscou sorriram satisfeitos.

A única maneira de "garantir a paz permanente no mundo", da perspectiva marxista, explicou Barghoon, é a "eliminação do capitalismo". [6]. A paz, a solidariedade, e a justiça pulsaram com um batimento leninista por todo este período de tempo turbulento. O capitalismo, com sua ênfase na propriedade privada e na livre economia, era considerado a principal causa do conflito social. O socialismo, com sua ênfase na comunidade e na ordem social, era o caminho para o progresso. 

Esta ideologia de esquerda foi solidamente embutida na educação canadense durante os anos 1970 e, a partir desse ponto, suas impressões digitais podem ser observadas em praticamente todos os principais sistemas institucionais, incluindo as igrejas. 

Retna Ghosh e Douglas Ray, no prefácio de seu livro de 1987, intitulado Social Change and Education in Canada ("Mudança Social e Educação no Canadá"), fornecem um breve esboço das teorias sociais que moldaram a educação moderna. Isto incluiu o Darwinismo Social, de Herbert Spencer, as teorias de conflito de Karl Marx, modernização e o conceito de capital humano com sua ênfase no desenvolvimento da mão-de-obra. Cada qual impactou o sistema escolar canadense, como também fizeram a tecnocracia e uma série de outras filosofias. E, embora o sistema possa ver distinções nessas teorias, a sala de aula estava muito mais confusa. Na verdade, qualquer uma dessas teorias — ou o conjunto de todas elas — pode modificar a visão de mundo do aluno. Todavia, raramente o aluno entende o ideal que está por trás do currículo.

Como Ghosh e Ray explicam:

"A mudança social, seja ela gradual ou revolucionária, é inevitável e traz consigo novos padrões de interação social. O lugar da educação nesse processo é complexo e crítico." (Social Change and Education in Canada, pág. vii).

Para a mente de um jovem, no fim dos anos 1970, bombardeada por uma série de padrões educacionais conflitantes, a luta emocional ligada às questões sociais exploradas parecia o mais relevante. Não admira que minha viagem para Winnipeg tenha terminado com um apelo trotskista para a revolução.

O que tudo isto tem a ver com "justiça social"? Tudo.

Justiça Social Católica

No mundo cristão de hoje — e na cultura ocidental em geral — há uma infinidade de mudanças ocorrendo, e com elas vêm uma nova linguagem. A "justiça social" é certamente o centro das atenções. Jim Wallis, da Sojourners, usa esse termo repetidamente. O livro do autor cristão emergente Brian McLaren, Everything Must Change (Tudo Precisa Mudar), visa reformular o cristianismo em um contexto de justiça social. A Igreja Cristã Reformada tem o gabinete de Justiça Social, assim como o Exército da Salvação, a Igreja Menonita dos EUA, a Igreja Metodista Unida, a Igreja Unida do Canadá. Além disso, uma lista interminável de outras denominações e órgãos da igreja falam a respeito da "justiça social".

Mas de onde vem este termo, e qual a sua história dominante?

O termo "justiça social" parece ter sido empregado pela primeira vez no início de 1840, por um teólogo católico e jesuíta italiano, Luigi D'Azeglio Taparelli [7]. Como Daniel M. Bell aponta em seu livro Liberation Theology After the End of History (A Teologia da Libertação Após o Fim da História), o conceito de D'Azeglio era "justiça como uma virtude geral que coordenava todas as atividades com o bem comum". [8].

O conceito de virtude é importante, pois traz consigo um tom de caridade. A visão de Taparelli girava em torno da justiça como um sistema de normas morais que incluíam direitos individuais e liberdade de associação. A grande maioria da comunidade — a "soma total de bens individuais" [9] — se beneficiaria. Essa forma de "justiça" também era conhecida como justiça econômica, e via a redistribuição da riqueza como uma coordenação de direitos. A administração direta do governo deveria ser evitada sempre que possível, pois Taparelli reconhecia o perigo da centralização. [10].

Em 1891, o papa Leão XIII publicou sua encíclica Rerum Novarum (em português: "Das Coisas Novas"), que tratava das condições da classe trabalhadora, do direito à propriedade privada, e os relacionamentos no ambiente de trabalho. Leão XIII rejeitou o comunismo e a ganância que surge a partir da aplicação amoral do capitalismo e, ao invés disso, defendia que os trabalhadores e o empregador deveriam chegar a um acordo honesto em relação ao trabalho e ao salário.

Décadas mais tarde, o papa Pio XI escreveu sua encíclica Quadragesimo Anno, em que denunciou o comunismo e, ao mesmo tempo, adotou a redistribuição da riqueza — a divisão de benefícios — como uma função de uma justiça social (§ 57).

"Por esta lei de justiça social, uma classe fica proibida de excluir a outra da partilha dos benefícios". 

Embora essa ideia tenha começado a ampliar os limites anteriores da justiça social católica, pelo menos ele reconheceu que todos os lados da divisão de classes poderiam ser atores negativos: o rico retendo os salários devidos ao trabalhador e o trabalhador exigindo tudo do rico. Exceto isto, o sistema de livre mercado não era um meio aceitável de construir uma civilização baseada na justiça social.

"Assim como a unidade da sociedade humana não pode ser fundada sobre a oposição de classes, assim também a correta ordenação da vida econômica não pode ser deixada à livre concorrência das forças. A partir dessa fonte, a partir de uma fonte venenosa, têm se originado e propagado todos os erros do ensino econômico individualista... a livre concorrência, embora justificada e certamente proveitosa desde que mantida dentro de certos limites, evidentemente, não pode dirigir a vida econômica — uma verdade que a consequência da aplicação na prática dos princípios deste espírito maligno e individualista tem mais do que suficientemente demonstrado. Portanto, é mais necessário que a vida econômica seja novamente submetida e governada por um princípio diretor verdadeiro e eficaz". (§ 88).

Durante a leitura da encíclica, uma perturbadora linguagem ambígua aparece. O comunismo é criticado, porém o livre mercado é maligno. Nesta dialética o resultado final é que "certos tipos de propriedade... devem ser reservadas ao Estado." A "autoridade pública", segundo Pio XI, deve manter a propriedade das empresas que promovem o "bem-estar geral". (§114-115) A descida da ladeira escorregadia tinha agora começado de fato; "justiça social" seria a desculpa por excelência na proposta para um sistema coletivista global. 

Falando acerca do ponto de vista de Pio XI sobre a justiça econômica, o papa João XXIII salientou que "o objetivo do homem deve ser alcançar, na justiça social, uma ordem judicial nacional e internacional, com sua rede de instituições públicas e privadas, em que toda atividade econômica possa ser conduzida não meramente para fins privados, mas também no interesse do bem comum." 
[11]. João XXIII advogava uma "autoridade universal" para assegurar esse "bem comum". [12].

Mais tarde, em 1965, o papa Paulo VI fez comentários similares em um discurso na Organização das Nações Unidas, sugerindo abertamente o "estabelecimento de uma autoridade mundial". [13]. 

Por quê? Porque uma autoridade mundial é necessária para estabelecer e manter o "bem comum" internacional. Nesse mesmo ano, o documento de Paulo VI Gaudium et Spes — Constituição Pastoral sobre a Igreja no Mundo Moderno — reconheceu que a Igreja Católica tem um importante papel a desempenhar na construção de "uma comunidade pacífica e fraterna das nações". (§ 90).

Nesse sentido, ele recomendou na Seção II, intitulada "Criação de uma Comunidade Internacional", a criação de um órgão católico destinado à promover a "justiça social internacional". (§ 90) O individualismo foi aprovado no documento, mas deve apoiar o bem maior. O coletivismo na produção foi considerado errôneo, mas uma forma de coletivismo social foi considerada necessária.

Um trecho do 65° parágrafo demonstra essa relação de justiça social:

"Os cidadãos, por outro lado, devem lembrar que é seu direito e dever, o que também é reconhecido pela autoridade civil, contribuir com o verdadeiro progresso de sua própria comunidade de acordo com sua capacidade... Aqueles que retêm seus recursos improdutivos ou aqueles que privam sua comunidade da ajuda material ou espiritual que ela necessita — salvo o direito de migração — gravemente põem em risco o bem comum."

Aqui, vemos uma oscilação para muito além da ideia anterior de uma virtude caridosa. A implicação é clara: você irá participar. No contexto desse documento em particular, essa participação inclui as exigências de uma comunidade global e uma autoridade civil mundial.

Embora o papa João Paulo II tenha sido considerado mais conservador, ele também apoiou um programa de justiça social com enfoque global. Isso ficou evidente em seu endosso aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU, que gravitam em torno da redistribuição da riqueza. [Nota
Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio têm metas admiráveis, porém os métodos são altamente suspeitos.] Os bispos católicos dos EUA, durante o pontificado de João Paulo II, foram claros a respeito da justiça social em sua carta Justiça Econômica para Todos, publicada em 1986:

"O bem comum às vezes pode exigir que o direito ao próprio seja limitado por envolvimento público no planejamento ou na propriedade de certos setores da economia. O apoio à propriedade privada não significa que alguém tenha o direito de acumulação ilimitada de riqueza." (§115).

De maneira interessante, os comentaristas católicos de todos os lados do espectro político descreveram o documento dos bispos como "pró-capitalista". Entretanto, uma rápida leitura demonstra que a Justiça Econômica para Todos é pró-socialista. Sim, a responsabilidade do indivíduo é destacada e a propriedade privada é legalizada. No entanto, é a versão dos bispos de justiça que exibe um conjunto diferente de cartas, com seu apelo coletivista, programas governamentais direcionados a solucionar os males sociais. Os indivíduos, portanto, são obrigados a contribuírem para o bem comum. Em outras palavras, se você pode contribuir para o bem comum, então precisa contribuir. Isto é similar à máxima marxista:

"De cada um segundo sua capacidade, a cada um, segundo sua necessidade."

Escrevendo para o Journal of Business Ethics (Jornal da Ética Empresarial), William E. Murnion faz uma avaliação direta do texto dos bispos: "... a concepção de justiça que apoiam é... claramente socialista e mais, comunista". Murnion reconheceu que os bispos não eram "cripto-comunistas", apenas que a "concepção de justiça social deles é de fato idêntica ao princípio comunista de justiça, embora os bispos tenham chegado a ela a partir de uma rota completamente oposta à de Marx." [14].

Lembre-se também que a década de 1980 foi a era da Teologia da Libertação na América Latina, que combinou formas revolucionárias de marxismo com ensinos sociais católicos. Embora o Vaticano tenha rejeitado certos aspectos da Teologia da Libertação, esse marxismo romanista foi, no entanto, uma extensão lógica da "justiça social".

Finalmente, a partir da perspectiva católica, o papa Bento XVI demonstrou amplamente sua afinidade com a justiça social com sua encíclica Caritas In Veritate (Nota: A Forcing Change publicou uma extensa análise desse documento no Volume 3, Edição 8). Aqui, a justiça social é reconhecida como uma questão de importância econômica e política primordial, que vai além da abordagem do livre mercado.

E como um recorde quebrado, o sistema de mercado deve ser dirigido "rumo a busca do bem comum". (§ 36).

"A comunidade política", assim explicou Bento XVI, "deve também assumir a responsabilidade". A redistribuição econômica, de acordo com essa encíclica, é justiça. O papa também recomendou que as Nações Unidas sejam reformadas, junto com a economia global, de modo que uma "verdadeira autoridade política mundial" possa emergir "com força". (§ 67) Por quê?

Para "tentar estabelecer o bem comum". (§ 67).

Concluindo esta seção: Apesar de alguns ensinamentos do papa defenderem a propriedade privada e rejeitarem o comunismo, como Leão XIII na Rerum Novarum, a hierarquia católica romana durante o século passado tem, crescentemente, construído uma ponte entre a "justiça social" e o coletivismo econômico e político.

Entretanto, outro movimento histórico surgiu paralelamente à versão católica moderna de justiça social, dando energia ativa à frase. E se a ideia do papa de justiça social encontrou-se na ladeira escorregadia do coletivismo, esse movimento paralelo intencionalmente se dirigiu para a parte mais baixa da colina.

Justiça Social Marxista

Há várias gerações que existe um lado ativista junto com a ideia da redistribuição da riqueza

Essa frente popular, com uma rede de grupos dissidentes, organizações e companheiros de viagem, usou a "justiça social" como grito de guerra para a transformação social. De fato, esse movimento é muito vivo hoje em dia, e continua a usar o termo como um estandarte eficaz. Esses agitadores da bandeira da justiça social são os pregadores mais eloquentes do coletivismo; os seguidoras de Karl Marx, Lenin, Stalin, Mao, Fidel Castro e dezenas de outros líderes socialistas e comunistas.

Os comunistas e os radicais sociais têm sido, facilmente, os vencedores quando se trata de empregar esse termo. A Internacional Socialista sempre usou esse termo, como também as organizações trotskistas, as facções vermelhas, e uma infinidade de partidos políticos socialistas. 

Ele é também um dos termos favoritos do Partido Verde, com uma pequena diferença de significado de seus irmãos socialistas.

A ideia de justiça social dentro de um contexto político remonta um longo percurso. Em 1848, a Sociedade Fraternal dos Democratas, um órgão internacional que conviveu com Karl Marx e Friedrich Engels, divulgou uma ameaça velada contra o sistema britânico:

"Que as classes privilegiadas renunciem às suas usurpações injustas e estabeleçam a igualdade política e a justiça social, e assim a Inglaterra não terá nada a temer de um mundo armado." [15].

Marx e Engels elaboraram sua "ciência do socialismo" durante o mesmo período de tempo da "justiça social" de Luigi Taparelli D'Azeglio. E o Manifesto Comunista foi publicado no mesmo ano em que a Sociedade Fraternal dos Democratas propunha a justiça social. Sob o comunismo, a redistribuição da riqueza deveria ser usada para fins sociais. Nessa estrutura, a propriedade privada para ganho pessoal era vista como a pedra angular do sistema de classes, e era considerada a causa das injustiças sociais e dos conflitos. Portanto, a redistribuição da riqueza era destinada à criação de uma sociedade em que todas as pessoas seriam economicamente iguais. 

Assim, a abolição da propriedade burguesa (pertencente à classe capitalista) era a chave para o comunismo.

Para fazer isto funcionar, algo mais seria necessário: Uma estrutura para dar voz política às massas. Marx e Engels olharam para a democracia. Uma vez que o proletariado (a classe operária) tivesse alcançado o poder político, um sistema social mais justo poderia ser gerado.

"... O primeiro passo para a revolução da classe operária, é elevar o proletariado à posição de classe dominante, para vencer a batalha da democracia."

"O proletariado utilizará sua supremacia política para arrancar, aos poucos, todo o capital da burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produção nas mãos do Estado, isto é, do proletariado constituído como classe dominante, e para ampliar o total da capacidade produtiva o mais rápido possível."

"É claro que, no início, isso não pode ser executado, exceto, por meio da usurpação despótica dos direitos de propriedade..." [16].

Este conceito de justiça social, a ascensão de uma classe "oprimida" por meio da degradação de outra classe, é um processo reacionário baseado no despertar da inveja. Neste nível básico, o comunismo está diretamente ligado à Revolução Francesa — um evento que acendeu o fervor revolucionário no mundo inteiro e cujos disparos ecoam ainda hoje. Erik von Kuehnelt-Leddihn, um filósofo austríaco e defensor da liberdade, fornece o contexto histórico:

"Se alguém pegar papel e caneta e fizer uma estimativa de quantas pessoas foram assassinadas ou mortas na batalha por causa das ideias da Revolução Francesa, em seus vários estágios, aspectos, e formas revolucionárias, por causa das ideias de igualdade, identidade étnica ou racial, uma 'sociedade sem classes', um 'mundo seguro pela democracia', um 'povo de raça pura', 'justiça social verdadeira alcançada pela engenharia social' — chegará simplesmente a um total inacreditável. Até o Holocausto judeu perpetrado pelos nacionais-socialistas, com seus cinco ou seis milhões de mortos, poderá parecer quase que uma gota de água em um balde." [17].

Tecendo o fio da inveja e da mudança social, Kuehnelt-Leddihn nos faz lembrar que:

"Nos últimos 200 anos a exploração da inveja, sua mobilização entre as massas, juntamente com a depreciação dos indivíduos, porém, mais frequentemente das classes, etnias e comunidades nacionais ou religiosas, tem sido a verdadeira chave para o sucesso político. A história do mundo ocidental desde o fim do século 18 não pode ser escrita sem esse fato sempre em mente. Todos os "ismos" esquerdistas tocam neste tema, ou seja, no privilégio de grupos, grupos minoritários, que na verdade, são objetos de cobiça e ao mesmo tempo temas de inferioridades intelectuais-morais. Eles não têm direito às suas posições elevadas. Eles devem estar em conformidade com o resto, devem se tornar idênticos ao "povo", devem renunciar aos seus privilégios, devem se conformar. Se falam outra língua, devem deixar de usá-la e falar a língua da maioria. Se são ricos, suas riquezas devem ser tributadas ou confiscadas". [18] (grifos no original).
Este método de despertar a inveja, frequentemente mascarada de virtude — "estamos fazendo isto em prol dos pobres e oprimidos" — é construído com base em um sentimento de superioridade moral e indignação, que em seguida se fermenta em ódio e "ação social". Neste ponto a emoção do ideal se transforma no condutor da transformação. Apoiado sobre esse elevado ponto auto-construído, rapidamente, aprovamos o socialismo (o roubo de todos para o "bem maior"). Ou, descontentes com a lentidão do socialismo, buscamos o comunismo por meio da revolução (a destruição de uma classe para o "bem maior"). De qualquer maneira, instituímos o coletivismo — a capacitação daqueles que reivindicam conduzir o bem geral.

Em tudo isto, a democracia aparece em plena forma, assumindo um papel de purificação expressa como "O Governo das Massas". Aquele que controla a maior multidão por meio da emoção do ideal é quem governa. A mudança social então ocorre, seja por meio das urnas, ou pelo cano de uma arma. Não importa: A massa falou, a igualdade será imposta, e poderemos sentir a "calorosa sensação de rebanho da fraternidade". [19]. 

Herbert Read, um crítico literário e ex-marxista, compreendeu bem essas conexões:

"O comunismo é uma forma extrema de democracia, e é totalitário; entretanto, o Estado totalitário sob a forma do fascismo é igualmente uma forma extrema de democracia. Todas as formas de socialismo, seja o socialismo estatal do tipo russo, o socialismo nacional do tipo alemão, ou o socialismo democrático do tipo britânico, são declaradamente democráticos, isto é, todos eles obtêm aprovação popular por meio da manipulação psicológica das massas." [20].

Ao longo dos anos, líderes comunistas e socialistas têm reunido as massas com a mensagem de desigualdade ("opressão") e a solução da justiça social: igualdade econômica. "O comunismo estava destinado a ter um propósito universal libertador. Ele iria colocar um fim nas desigualdades e estabelecer a real justiça social." [21]. 

Em 1898, Eugene V. Debs — posteriormente chamado de "O maior marxista da América" — igualou uma sociedade coletiva, a liberdade industrial e a justiça social. [22]. Alguns anos mais tarde, durante a Primeira Guerra Mundial, ele observou que a paz permanente baseada na justiça social não poderia ocorrer até que o "despotismo industrial nacional" fosse substituído pela "democracia industrial internacional". O lucro econômico era um anátema para a paz, e o fim da guerra só poderia vir com "o fim do lucro e da espoliação entre as nações". [23]. Uma nova ordem era necessária, em que uma classe era despojada e substituída por um mecanismo internacional e humano mais progressista.

V. I. Lenin e sua turma "chegaram ao poder com um ambicioso programa de medidas destinado a assegurar a justiça social e a melhorar a vida dos pobres." [24]. Maxim Gorky, que foi um amigo de Lenin, expressou isto em palavras louváveis de apreço:

"... Seria uma tarefa difícil pintar o retrato de Vladimir IIyitch Lenin. Suas palavras eram tanto parte de sua aparência externa como as escamas são para um peixe. A simplicidade e a franqueza de tudo o que ele disse eram uma parte essencial de sua natureza. Os feitos heróicos que ele realizou não estão cercados por nenhuma auréola resplandecente. O seu heroísmo era aquele que a Rússia conhece bem — a modéstia, a vida austera de auto-sacrifício do verdadeiro intelectual revolucionário russo que, em sua crença inabalável na possibilidade de justiça social na terra, renuncia a todos os prazeres da vida a fim de trabalhar pela felicidade da humanidade." [25].

O resultado foi desastroso. Mervyn Matthews nos conta: "As tentativas de banir a 'exploração capitalista' simplesmente destruíram as classes mais ricas sem beneficiar mais do que uma pequena proporção dos pobres." [26].

Mas, aquilo beneficiou Lenin e sua turma. Não se impressione com a montanha de cadáveres; o progresso sempre tem um preço.

"Desde que a Revolução Francesa estabeleceu um novo padrão elevado de liberdade política no mundo, não houve nenhum outro avanço no progresso democrático e na justiça social comparável com a Revolução Russa..." (Partido Socialista da América, nota à imprensa, agosto de 1918).

Em 1922, a Revolução Russa tinha custado as vidas de 6 a 10 milhões de pessoas.

Décadas depois nas Américas, Fidel Castro resumiu a revolução cubana "como uma aspiração por justiça social". [27]. Che Guevara resumiu sua sangrenta revolução como uma "luta armada pela liberdade de direitos e pela justiça social." [28]. Esse tema bruto é comum a todos os levantes da esquerda, porque repousa no coração de todas as ideologias esquerdistas. A Série de Aulas Sobre Justiça Social, de Will Miller, demonstra esse fato por meio do simbolismo em seu estandarte: 

Marxismo, paz mundial, revolução social, feminismo, etc.

Celia Hart, uma internacionalista, em dezembro de 2003, coloca desta forma:

"... Precisamos entender que o único caminho para a paz e para a justiça social é o socialismo. A coexistência pacífica e todas as suas falácias tragicamente perderam sua oportunidade de triunfar. 

Com classes exploradoras nunca haverá justiça social, e sem a justiça social nunca haverá paz...

Vamos unir o povo sob a bandeira da Internacional. O mundo nunca precisou, como agora, se lembrar do dia 7 de novembro (o aniversário da Revolução de Outubro). Devemos compreender como nunca que a bandeira do bolchevismo nunca morreu... E vamos gritar aos nossos inimigos, independente de sermos chamados por eles de terroristas, que não lutaremos pela guerra imperialista, ou pela paz miserável das injustiças; lutaremos juntos pela revolução socialista em combate permanente. Trabalhadores de todo mundo, uni-vos!" [29].

Isto é um chamado radical. Hoje, vemos a justiça social ligada a uma miríade de movimentos radicais, incluindo o ambientalismo. Termos moralmente elevados e que soam bonitos aos ouvidos surgem dessa união marxista-verde: "Eco-justiça", "justiça-verde", e "justiça climática". 

Em 1990, o governo da província canadense de Manitoba, com a participação da UNESCO, convocou a prestigiosa Conferência Mundial da Energia do Meio Ambiente e da Economia. O tema foi provocativo: "Estratégias de Desenvolvimento Sustentável e a Nova Ordem Mundial".

Um relatório foi divulgado com os resultados, intitulado Programa de Desenvolvimento Sustentável para um Novo Mundo. O Capítulo 2, "Rumo à Constituição Global Verde" apresenta uma seção com o subtítulo "Justiça Social". O controle populacional, os regulamentos da energia verde e sistemas contábeis que sugerem "uma política oficial global de uma criança por família", e o "princípio da igualdade econômica global", seriam fundamentais para o "governo verde", dizia o texto. Os direitos humanos poderiam também estar na linha de frente. Tenha em mente que o seguinte, foi considerado uma situação positiva das coisas:

"Popular ou não, os governos verdes irão se opor à qualquer cultura, se esta se revelar prejudicial em razão de gênero, idade, cor, etnia, religião, crença, orientação sexual, condição física ou mental, estado civil, composição familiar, fonte de renda, opinião política, nacionalidade, preferência de idioma ou lugar de origem." [30].

"Atitudes intoleráveis" não serão permitidas, tudo em nome da proteção aos oprimidos. Agora, a opressão real é má. Ninguém em perfeito juízo quer que o despotismo ocorra ou floresça. Mas a justiça social à moda coletivista é a forma mais perigosa de opressão que se possa imaginar. Além disso, o verdadeiramente oprimido — como os camponeses da antiga União Soviética — raramente têm sua carga aliviada sob a justiça social. Em vez disso, com a destruição do capital criativo inerente ao mercado livre, a situação dos fracos continua. A vida se torna mais difícil.

Não é de se admirar que F. A. Hayek tenha chamado a justiça social baseada no marxismo de "pseudo-ética". Uma ética "é reprovada em todos os critérios que um sistema de regras morais deve satisfazer, para assegurar a paz e a cooperação voluntária dos homens livres." [31].

Usando Corretamente Nossos Termos

"Minha igreja tem um mandato de justiça social... Isto é algo que apoio."
Parece bom, mas você pode me dizer o que isto significa? A resposta usual que recebo, felizmente centra-se em alimentar os pobres, ajudar em um abrigo para os sem-teto ou em uma casa de apoio, dar assistência aos idosos, trabalhar com adolescentes problemáticos ou ajudar a manter um orfanato.

Desculpe, isto não é justiça social. O conceito predominante de justiça social nos últimos 150 anos tem sido focalizado na ladeira escorregadia da redistribuição da riqueza defendida pelos papas e em uma versão marxista de coletivismo. Alimentar os pobres e ajudar os necessitados, a partir de uma perspectiva cristã, não é justiça social — é a compaixão bíblica, um ato generoso de amor. 

Atos como esses de compaixão envolvem vidas individuais, e estão baseados no chamado cristão de amar aos outros mais do que a si mesmo. Este é o âmago da compaixão: Um indivíduo vê uma necessidade e, operando com amor, aproxima-se para atender a essa necessidade. As igrejas também devem funcionar de maneira semelhante. Uma necessidade é manifesta e, movida pela compaixão, a congregação trabalha para resolver o problema. A coerção nunca entra em cena, nem um programa político emerge, nem um chamado à igualdade econômica é ouvido. 

A parábola bíblica do Bom Samaritano revela a verdadeira compaixão (Lucas 10). Um homem judeu havia sido espancado, roubado e abandonado à morte no caminho. Várias pessoas passaram por ele, incluindo um religioso. Entretanto, um viajante samaritano vê o homem e, embora pertença a um grupo étnico que é desprezado pelo homem espancado, ele reconhece o desespero e age individualmente — tratando de suas feridas e provendo um lugar de repouso e abrigo. E o samaritano paga todas as despesas sem exigir devolução ou recompensa, seja por parte da vítima, de sua família ou da comunidade, ou do governo ou da classe dominante.

No entanto, se o samaritano fosse um defensor do tema dominante na justiça social, ele teria agido por uma causa diferente e para fins diferentes. O samaritano teria usado a ocasião para fazer lóbi pela transformação social:

1.      Os salteadores eram realmente vítimas de um sistema econômico injusto, e agiram em resposta à opressão da classe dominante.

2.      A fim de fazer justiça a essa classe oprimida, e dirigi-la de volta a uma comunidade solidária, a redistribuição de riqueza equitativa deve ser realizada. Os ricos devem ser tributados para financiar programas sociais necessários. Uma sociedade mais equitativa é necessária. 

3.      Quem assumirá as despesas médicas da vítima? A comunidade ou os ricos.

4.      Este trágico acontecimento, o samaritano diria, é um lembrete figurativo da luta de classes. Todos somos vítimas de uma ordem econômica injusta. Portanto, devemos ser "a voz dos que não têm voz" e defender a mudança social radical.

No âmbito da justiça social, há outro programa que se esconde por trás do trágico: Uma causa político-econômica pega carona e é alavancada — a causa da igualdade econômica por meio da redistribuição da riqueza. Não se trata de realmente ajudar a vítima, mas de fazer uso da vítima.
 
A justiça bíblica, por outro lado, nunca busca desmantelar as estruturas de classes. Más ações são condenadas, mas isto não é específico para uma determinada camada social. Considere as palavras de Levítico 19:15: "Não farás injustiça no juízo; não respeitarás o pobre, nem honrarás o poderoso; com justiça julgarás o teu próximo."
 
O Dr. Mark W. Hendrickson ajuda a colocar as coisas em perspectiva:

"A justiça (bíblica) não apenas significa que ninguém deve ser perseguido por ser pobre ou favorecido por ser rico, mas que (contrariamente à doutrina da justiça social) ninguém deve ser perseguido por ser pobre ou favorecido por ser rico". [32].
O Dr. Hendrickson completa:

"O principal erro dos praticantes da 'justiça social' de hoje é sua hostilidade à desigualdade econômica por si só. A teoria da justiça social falha em distinguir entre as disparidades econômicas que resultam de atos injustos e as que fazem parte da ordem natural das coisas. Todos os cristãos se opõem à ações injustas... Mas, não é necessariamente injusto que algumas pessoas sejam mais ricas que as outras."

"Deus nos fez diferentes uns dos outros. Somos desiguais em aptidão, talentos, habilidades, ética do trabalho, prioridades, etc. Inevitavelmente, essas diferenças resultam em alguns indivíduos que produzem e obtêm muito mais riqueza do que os outros. À medida que aqueles que no campo da "justiça social" se tornam obcecados em eliminar a desigualdade econômica, eles se vêem em guerra com a natureza da criação do Criador."

"A Bíblia não condena a desigualdade econômica. Você não pode ler Provérbios sem enxergar que algumas pessoas são pobres por causa de seus próprios vícios. Não há nada injusto no fato de as pessoas colherem aquilo que semearam, seja a riqueza ou a pobreza."

"O próprio Jesus não condenou a desigualdade econômica. Sim, Ele repetidamente advertiu sobre as armadilhas da riqueza material, Ele condenou a confortável convenção e tendência dos fariseus de considerarem a prosperidade como um sinal de honra e superioridade, Ele ordenou a compaixão para com os pobres e com os que sofrem. Mas, Ele também disse a seus discípulos: 'Porquanto sempre tendes convosco os pobres.' (Mateus 26:09) e, na Parábola dos Talentos (Mateus 25:24-30), Ele condenou a falta de um uso produtivo dos talentos recebidos de Deus — sejam muitos ou poucos, excepcionais ou comuns. Na parábola, um senhor toma o dinheiro do seu servo que menos tinha recebido e o entrega para o servo que mais tinha recebido, aumentando assim a desigualdade econômica."

"A missão do Senhor foi nos redimir do pecado, não redistribuir nossa propriedade ou impor uma igualdade econômica sobre nós. De fato, Jesus explicitamente se recusou a prejudicar os direitos de propriedade ou pregar a igualdade econômica, quando respondeu ao homem que lhe pediu para dizer a seu irmão para dividir a herança com ele: 'Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?' (Lucas 12:14)" [33].

Devo confessar que é fácil cair na maneira de pensar da justiça social. Meu discurso retórico da infância sobre o que eu concebia serem injustiças, me mostrou, retrospectivamente, a força de um ideal emocional. No entanto, se por algum motivo eu tivesse seguido no meu desabafo hipócrita, e me tornado um defensor da justiça social, no verdadeiro sentido da frase, uma triste ironia teria ocorrido: Em nome da "justiça", eu teria promovido o roubo socialmente sancionado.

Queridos cristãos, vamos agir com compaixão, ser caridosos, e buscar a verdadeira justiça; sejamos sábios em nossas ações, claros na nossa linguagem e honestos em nossas motivações.

Notas Finais

1. Celia Hart, The Flag of Coyoacan, editado por Walter Lippmann em agosto de 2004. Reimpresso em www.Marxist.org.
2. William E. Murnion, "The Ideology of Social Justice in Economic Justice For All", Journal of Business Ethics, pág. 848, 1989.
3. Erik von Kuehnelt-Leddihn, Leftism: From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse (Arlington House, 1974), pág. 17.
4. Prose of Relevance, Volume 1 & 2 (Methuen, 1971); Maryjane Dunstan and Patricia W. Garlan, Worlds in the Making: Probes for Students of the Future (Prentice-Hall, 1970).
5. Frederick C. Barghoorn, Soviet Foreign Propaganda (Princeton University Press, 1964), págs. 93-94.
6. Ibidem pág. 89.
7. Marvin L. Krier Mich, Catholic Social Teaching and Movement (Twenty-Third Publications, 1998), pág. 80-81. Veja também Daniel M. Bell, Liberation Theology: After the End of History (Routledge, 2001), pág. 104.
8. Daniel M. Bell, Liberation Theology After the End of History (Routledge, 2001), pág. 104.
9. Ibidem, pág. 104.
10. Thomas Behr, “Luigi Taparelli and Social Justice: Rediscovering the Origins of a Hollowed Concept,” Social Justice in Context, Volume, 1.
11. Papa João XXIII, Mater et Magistra, Parágrafo 40.
12. Papa João XXIII, Pacem in Terris, veja a Seção 4, Parágrafos 130 a 141.
13. Papa Paulo VI, Discurso na ONU, 4 de outubro de 1965; Seção 3.
14. William E. Murnion, “The Ideology of Social Justice in Economic Justice For All”, Journal of Business Ethics, veja as páginas 847-857, 1989.
15. The Chartist Movement: The Fraternal Democrats to the Working Classes of Great Britain and Ireland, 10 de janeiro de 1848. Conforme republicado em www.Marxists.org.
16. Karl Marx and Friedrich Engels, The Communist Manifesto (Penguin, 1967), pág. 104.
17. Erik von Kuehnelt-Leddihn, Leftism: From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse (Arlington House, 1974), pág. 419.
18. Ibidem, pág. 18.
19. Ibidem, pág. 17.
20. Conforme citado em Leftism, pág. 174.
21. Robert Gellately, Lenin, Stalin, and Hitler: The Age of Social Catastrophe (Vintage, 2007), pág. 10.
22. Eugene V. Debs, "The American Movement", publicado em Debs: His Life Writings and Speeches, e reimpresso em www.Marxist.org.
23. E. V. Debs, "The Prospect for Peace", American Socialist, 1916, reimpresso em www.Marxist.org.
24. Mervyn Matthews, Poverty in the Soviet Union: The Life-styles of the Underprivileged in Recent Years (Cambridge University Press, 1986), pág. 7.
25. Maxim Gorky, Days With Lenin, Readings in Russian Civilization, Volume 3 (The University of Chicago Press, 1969), págs. 517-518.
26. Matthews, Poverty in the Soviet Union, pág. 7-8.
27. Castro, Quando o Povo Governa, discurso em 21 de janeiro de 1959, Havana, Cuba.
28. Che Guevara, entrevista em 18 de abril de 1959 a dois jornalistas chineses, K’ung Mai e Ping An.
29. Celia Hart, ibidem.
30. Jim Bohlen, Towards A Global Green Constitution, Sustainable Development for a New World Agenda (Proceeding, October 17-20, 1990), pág. 11.
31. F. A. Hayek, Law, Legislation and Liberty: The Political Order of a Free People (University of Chicago Press, 1979), pág. 135.
32. Mark W. Hendrickson, The Social Justice Fallacy? Wolves in Sheep’s Clothing, 7 de abril de 2010 (The Center for Vision & Values, Grove City College).
33. Ibidem.


Autor: Carl Teichrib, artigo original em http://www.crossroad.to/articles2/forcing-change/010/10-social-justice.htm
Tradução: Talita S. Mendes
Transferido para a área pública em 13/10/2011
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/falacia.asp


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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

The New World Order (Robertson)Image via Wikipedia

Lançando as Sementes do Governo Global: A Busca do Vaticano por uma Autoridade Política Mundial

Autor: Carl Teichrib

Forcing Change, Volume 3, Edição 8. 

"A maioria de nós não é competidor... Somos os prêmios. A competição é sobre quem estabelecerá o primeiro sistema de governo mundial... Ninguém conseguirá ficar isento de seus efeitos. Nenhum setor de nossas vidas deixará de ser afetado." [1; Malachi Martin].

Em 1990, um ex-integrante do Vaticano alegou que uma luta titânica estava sendo travada para produzir um sistema político mundial. Essa disputa, o agora falecido jesuíta explicou, era originalmente entre três competidores: o leninismo internacional, as elites empresariais transnacionais e a mão do Vaticano.

Quase vinte anos se passaram desde que Malachi Martin chamou a atenção para essa busca de três vias. Naquela época, suas declarações pareceram ultrajantes. Claro, a ideia de um governo mundial por meio do comunismo não era nova, pois as décadas da Guerra Fria ainda estavam frescas em nossas mentes. E a escrita estava na parede a respeito do crescente poder das elites internacionais empresariais e financeiras, exemplificada por tipos como David Rockefeller e pela Comissão Trilateral. Mas, e o Vaticano?

Para muitos, a crença de que a Santa Sé estava perseguindo uma visão de governo mundial era simplesmente exagerada. Afinal, esse antigo centro do catolicismo romano tinha a reputação — principalmente entre os jovens agnósticos da Europa — de ser uma instituição de homens velhos, mergulhada em tradições, procissões e cerimoniais. E isto, apesar de a história do continente quase sempre girar em torno da força política do Vaticano.

No verão de 2009, as cartas políticas da Santa Sé foram reveladas em um importante documento papal. Voltando à declaração de Malachi Martin sobre o governo mundial, o cargo religioso mais poderoso do planeta propôs uma autoridade política mundial para administrar a economia global. A segurança alimentar, o desarmamento e a paz viriam em seguida.

Uma economia global sólida e a paz mundial são objetivos que soam bastante nobres. Mas, o perigo se esconde no fato que as sementes da tirania muitas vezes são enterradas no solo das boas intenções.

Em 7 de julho, o papa Bento XVI lançou sua nova encíclica intitulada Caritas in Veritate, ou Caridade na Verdade. Após dois anos em elaboração, esse documento foi divulgado na véspera do Encontro de Cúpula do G-8 na Itália e da reunião do papa com o presidente dos EUA Barack Obama. Com cerca de 30.000 palavras, a encíclica descreveu as preocupações do papa a respeito da globalização e da economia, ética empresarial e o papel da Igreja Católica na promoção da doutrina social.

Comentando a encíclica, o jornal The New York Times observou que "às vezes, Bento soa como um socialista europeu da velha escola..." [2] e o San Francisco Chronicle explicou que:

"Caridade na Verdade aborda questões muito modernas, como a globalização, a economia de mercado, os fundos de hedge, terceirização e energia alternativa, convocando as pessoas a deixarem de lado a ganância e permitir que suas consciências as orientem nas decisões econômicas e ambientais. Muitas das ideias apresentadas provavelmente poderão irritar os conservadores..." [3].

E. J. Dionne, colunista do The Washington Post, escreveu que Bento XVI está "bem à esquerda de Obama na economia". [4].

Embora a perspectiva do papa Bento sobre a economia global seja uma combinação desconcertante de livre mercado e ideais de bem estar social, o que causou surpresa foram seus pensamentos sobre a política internacional. Na seção 67 de Caridade na Verdade, o papa soltou uma bomba ideológica — uma autoridade mundial para "administrar a economia", realizar o "oportuno desarmamento" e garantir a "segurança alimentar e a paz".

Aqui está a maior parte da seção 67. A referência a uma "autoridade política mundial" está muito clara e o papa Bento explica que deve ser dado a esse organismo internacional o poder de imposição, de se fazer obedecer, isto é, força real.

67. Perante o crescimento incessante da interdependência mundial, sente-se imenso — mesmo no meio de uma recessão igualmente mundial — a urgência de uma reforma quer da Organização das Nações Unidas quer da arquitetura econômica e financeira internacional, para que seja possível uma real concretização do conceito de família de nações.


De igual modo sente-se a urgência de encontrar formas inovadoras para atuar o princípio da responsabilidade de proteger e para atribuir também às nações mais pobres uma voz eficaz nas decisões comuns. Isto revela-se necessário precisamente no âmbito de um ordenamento político, jurídico e econômico que incremente e guie a colaboração internacional para o desenvolvimento solidário de todos os povos.

Para o governo da economia mundial, para sanar as economias atingidas pela crise de modo a prevenir o agravamento da mesma e em consequência maiores desequilíbrios, para realizar um oportuno e integral desarmamento, a segurança alimentar e a paz, para garantir a salvaguarda do ambiente e para regulamentar os fluxos migratórios urge a presença de uma verdadeira Autoridade política mundial, delineada já pelo meu predecessor, o Beato João XXIII. 


A referida Autoridade deverá regular-se pelo direito, ater-se coerentemente aos princípios de subsidiariedade e solidariedade, estar orientada para a consecução do bem comum, comprometer-se na realização de um autêntico desenvolvimento humano integral inspirado nos valores da caridade na verdade. Além disso, uma tal Autoridade deverá ser reconhecida por todos, gozar de poder efetivo para garantir a cada um a segurança, a observância da justiça, o respeito dos direitos. Obviamente, deve gozar da faculdade de fazer com que as partes respeitem as próprias decisões, bem como as medidas coordenadas e adotadas nos diversos fóruns internacionais.

Uma controvérsia imediata cercou este parágrafo, com alguns católicos rapidamente tentando afastar a ideia que a Santa Sé apoiava o governo mundial.

Hierarquia de Poder

John-Henry Westen, escrevendo para o LifeSiteNews, afirmou inequivocamente que o papa estava falando "diretamente contra um governo mundial". A justificativa dele para essa posição foi a chamada do papa para uma "autoridade política dispersa", no parágrafo 41 — uma referencia ao papel dos Estados no sistema internacional. Westen também apresenta o uso do termo "subsidiariedade" na seção 57 como um ataque ao governo mundial. 

Este é um ponto importante: Subsidiariedade é o ensino social católico de que as questões devem ser tratadas ao nível mais baixo possível. Em muitos aspectos, ele se baseia no tema da autodeterminação e, neste sentido, se mostra contrário a uma autoridade mundial.

A Seção 57 da Caridade na Verdade diz:

"Para não se gerar um perigoso poder universal de tipo monocrático, o governo da globalização deve ser de tipo subsidiário, articulado segundo vários e diferenciados níveis que colaborem reciprocamente. A globalização tem necessidade, sem dúvida, de autoridade, enquanto põe o problema de um bem comum global a alcançar; mas tal autoridade deverá ser organizada de modo subsidiário e poliárquico, seja para não lesar a liberdade, seja para resultar concretamente eficaz."

O Sr. Westen, que afirma que o uso da subsidiariedade de Bento se opõe ao governo mundial, diagnosticou incorretamente esta seção. O papa não está falando contra o governo mundial ao evocar a subsidiariedade, ao contrário, está oferecendo um modelo hierárquico sobre o qual uma autoridade mundial deve ser construída. Essencialmente, onde as questões possam ser tratadas no nível local ou nacional, que sejam tratadas nesses domínios. E onde as questões são globais e não podem ser tratadas adequadamente em um nível inferior, então uma autoridade mundial é necessária.

O papa Bento também sugeriu que a subsidiariedade possa ser um valor de segurança que serve como contrapeso para um governo universal não assumir características tirânicas. Mas, propor que a subsidiariedade seja um modo de se contrapor à tirania não é convincente — ela não pode nem mesmo conter a expansão do grande governo de hoje.

John Laughland, autor de The Tainted Source: The Undemocratic Origins of the European Idea (As Origens Antidemocráticas do Pensamento Europeu), observou que: "... a Constituição Alemã tornou-se cada vez mais centralizada como resultado de sua cláusula de subsidiariedade." A União Europeia também incorpora esse conceito; todavia, isso não a impediu de centralizar poder político e acumular uma burocracia inchada. Subsidiariedade, de acordo com Laughland, é um modelo que assume uma "hierarquia piramidal unitária de funções executivas" com uma doutrina decididamente corporativista. [6]. 

A subsidiariedade pode ser encontrada até no sistema da ONU. O professor Robert Araújo explica que: "o princípio da subsidiariedade é reconhecido como um princípio fundamental da Organização das Nações Unidas". [7] Aqui, o conceito está centrado na autodeterminação no Artigo 1, Parágrafo 2 da Carta da ONU. No entanto, isso não impede a ONU de buscar jurisdição internacional autorizada sob a bandeira de "reforma".

É importante observar que a subsidiariedade permite tomada de decisão e autodireção em nível da população, mas isto dentro do contexto de uma perspectiva mais abrangente. O professor Araújo explica que é um "conceito que sintetiza os interesses do indivíduo com os da comunidade"

Portanto, não é difícil ver como esse princípio pode se aliar com uma autoridade mundial — você pode exercer controle político local, mas onde o envolvimento local termina, os outros níveis de governo intervêm em prol do "bem comum".

Dizer que o papa Bento se opõe ao governo mundial porque evocou a subsidiariedade não é a questão: a subsidiariedade desempenha um papel funcional na hierarquia dos poderes políticos crescentes. O que o Parágrafo 57 demonstra não é uma aversão ao governo mundial, mas a ordem da tomada de decisão em que Bento acredita que esse governo deve se basear.

Reforma e Autoridade Mundial

O Parágrafo 67 da Caridade na Verdade é abertamente político por natureza. Aqui está uma análise de alguns pontos-chave:

"Reforma das Nações Unidas" — A reforma das Nações Unidas está centrada em mais do que apenas "alterações na votação" ou "transparência". Pelo contrário, a reforma está conectada com uma tributação mundial, um componente de imposição das leis internacionais e a criação de um parlamento internacional. Uma pequena montanha de relatórios e documentos que suportam essa versão de reforma, já existe, apoiada pelas Nações Unidas, pelos governos nacionais e grupos pró-ONU, como o Movimento Federalista Mundial e o Clube de Roma. [8] De fato, essa plataforma de tributação internacional, imposição das leis e um Parlamento Mundial foram os pontos principais de discussão no Foro do Milênio da ONU — particularmente durante as reuniões organizadas pelo grupo de trabalho sobre "Fortalecimento e Democratização das Nações Unidas". [9]. 

Cliff Kincaid, editor do site Accuracy in Media, observou as ligações entre a reforma e o governo mundial na Seção 67 do texto papal:

"... a "reforma" da ONU tem o objetivo de fortalecê-la. Por esta razão, a ONU está claramente destinada, do ponto de vista do Vaticano, a se tornar a Autoridade Política Mundial." [10].

A reforma da ONU vai muito além de trocar a mobília dos escritórios.

"Responsabilidade de proteger" — Conhecido como R2P, este é um ideal federalista mundial que daria à ONU um mandato para intervir internamente quando um país cometer uma violação aos direitos humanos. Aparentemente, parece ser uma boa ideia, mas os críticos — e até mesmo alguns defensores — percebem que esse mandato poderá abrir a Caixa de Pandora.

José E. Alvarez, presidente da Sociedade Americana de Direito Internacional, reconheceu esta situação, ao discursar em uma conferência sobre Direito Internacional, em Haia, em 2007. O R2P, sugeriu ele, poderá ser usado como um pretexto para o envolvimento em todos os tipos de ações intervencionistas questionáveis. [11]. 

Ninguém em sã consciência deseja que um grupo de pessoas sofra genocídio ou injustiças graves. O R2P, no entanto, é um conceito seriamente defeituoso que tem potencial para graves abusos. A partir de uma perspectiva de gestão mundial, o direito de proteger se torna a justificativa legal para uma autoridade política mundial agir militarmente. O perigo se enconde no fato que as sementes da tirania são muitas vezes enterradas no solo das boas intenções.

Para saber mais sobre o conceito R2P, veja o Volume 2, Número 7 de Forcing Change (http://www.forcingchange.org) — Kosovo and the International Community: Just Another Pawn in the Game ("Kosovo e a Comunidade Internacional: Apenas outro Peão no Jogo").

"Para governar a economia global" — Isto já está sendo discutido na comunidade internacional, e está parecendo que a nova ordem financeira mundial será uma estrutura de poder hierárquica que fortalecerá muito as instituições globais existentes: 

O Banco de Compensações Internacionais — será o regulador bancário global. O BIS (do inglês Bank for International Settlements) está se posicionando rapidamente como o gerente do sistema bancário internacional, um órgão que irá supervisionar os bancos e o sistema financeiro de todo o mundo, incluindo a regulação do capital internacional. Uma entidade deste tipo seria o equivalente para os banqueiros de "O Rei do Pedaço". [NT: Para saber mais sobre o BIS, leia "O Sistema Financeiro Internacional — Parte 3: O Banco de Compensações Internacionais".] O Los Angeles Times escreveu no ano passado que:

"... Esse sistema forçaria os países a abrirem mão de certa medida de sua soberania nacional para os bancos que operam dentro de seus territórios. Isto também poderá levar burocratas internacionais a tentarem moldar a política financeira e, possivelmente, tomarem medidas punitivas."

Fundo Monetário Internacional — Será o banco da moeda de reserva mundial. Neste esquema, o FMI estará encarregado de regular uma nova moeda global a ser utilizada no comércio internacional, incluindo o setor de energia. Colaborando com o Banco Mundial, o FMI usará, do mesmo modo, essa nova unidade monetária para realizar empréstimos internacionais e cobrar as obrigações da dívida. As moedas nacionais e regionais ainda existirão, pelo menos provisoriamente, mas os valores reagirão e se ajustarão de acordo com os novos critérios e parâmetros globais. [NT: Para saber mais sobre o FMI, leia "O Sistema Financeiro Internacional — Parte 1: O Fundo Monetário Internacional (FMI)".]

Organização Mundial do Comércio — Está se tornando a reguladora do comércio global. A OMC estabelecerá as regras para a comercialização de bens e serviços por meio de um conjunto de padrões organizados de forma global, um processo que atualmente está em negociação. As políticas comerciais nacionais se alinharão depois às práticas mundiais aprovadas. Tudo isto já está acontecendo, mas há outra ligação entre o livre comércio global e um novo sistema financeiro internacional. Richard Cooper, embora defendendo uma única moeda de reserva global, observou o seguinte em uma conferência, em 1984, patrocinada pelo Banco da Reserva Federal de Boston:

"Seria lógico se o livre comércio (mundial) seguisse esse regime de moeda única. Isso também seria condizente com o espírito político colaborativo necessário para estabelecer o regime de moeda única. O livre comércio asseguraria um mercado de bens e de instrumentos financeiros." [12]. 

Organização das Nações Unidas — Está rapidamente se tornando a ética global e agência de governança. A ONU oferecerá contribuição moral e orientação política para a recém-gerenciada economia mundial. Essencialmente, esse órgão se tornará a "consciência planetária", definindo as atitudes, valores e comportamentos políticos e do consumidor. Isto também já está acontecendo. 

No fim de junho, a ONU organizou uma conferência que delineou uma norma social aceita para a economia global: uma cosmovisão centrada no planeta Terra, socialismo internacional e uma visão de Nova Era da evolução planetária.

Lembre-se, a autoridade política mundial de Bento XVI deverá gerenciar a economia global. Como acontecerá a execução desse mandato? A autoridade mundial irá funcionar como um guarda-chuva para os grupos acima mencionados? A Organização das Nações Unidas poderá se reformar ao ponto de se tornar esse gerente da economia global?

A encíclica Caridade na Verdade nos dá um vislumbre das diretrizes da autoridade mundial, mas não fornece os detalhes operacionais. A Santa Sé fez o detalhamento, descrevendo o processo em um documento interno de operação? Em caso afirmativo, seria uma leitura muito interessante! Ou, oferecendo somente generalidades, o Vaticano espera que outros atores importantes — como as Nações Unidas ou o Movimento Federalista Mundial — elaborem os detalhes? Em caso afirmativo, qual é a função do Vaticano neste sistema de governo mundial? Observador? 

Consultor? Supervisor?

Muitas perguntas intrigantes surgem, e assim elas devem ser.

Nota: Para informações e análises sobre a conferência citada acima, confira o relatório da Forcing Change (http://www.forcingchange.org) — intitulado Building a New Common Future: Twisting Faith and Finance in a Global Order ("Construindo um Novo Futuro Comum: Torcendo a Fé e as Finanças em uma Ordem Global" (julho de 2009). Para mais informações sobre a mudança para uma moeda única global, consulte os artigos da Forcing Change One World, One Money ("Um Mundo, Uma Moeda") (Volume 1, Edição 12) e The Joseph Principle and Crisis Economics ("O Princípio de José e a Crise Econômica") (Volume 2, Edição 9).

"Uma autoridade... regulada por lei" — Os governos de todo mundo são regulados por leis internas e exigências de prestação de contas; contudo, isso não impede que os abusos, a corrupção e a tirania entrem em cena. A ideia de que uma autoridade mundial possa ser mantida em xeque por um sistema de leis mundiais não se sustenta.

"Verdadeira autoridade politica mundial" — Este não é um ideal moral ou espiritual propagado pela Santa Sé, mas é a visão de um governo mundial real. Isto está evidente no contexto geral da Seção 67 e com as próprias palavras: "uma autoridade política mundial".

Sem dúvida, o ofício papal deseja ver um padrão espiritual incorporado a essa entidade política, baseado em grande parte nos ensinos sociais da Igreja Católica. No entanto, isso não garante de forma alguma que uma autoridade mundial agirá de boa vontade. Como a história confirma, o próprio Vaticano está longe de ser imune nesse aspecto, e "os detentores do poder" tendem a acumular mais e mais poder.

Lembre-se das palavras de Lord Acton, um historiador católico que escreveu o seguinte em resposta à autoridade inquestionável do Vaticano: "O poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente." [13].

Seguindo uma Tradição

A promoção de um governo mundial do Papa Bento XVI não ocorreu por acaso. Desde 1950 a Santa Sé tem agido constantemente para apoiar uma ONU fortalecida e uma autoridade política mundial.

Papa Pio XII: Em 6 de abril de 1951, Pio XII teve um encontro no Vaticano com o Movimento Mundial para um Governo Federal Mundial — um precursor do Movimento Federalista Mundial. 

Durante esse encontro, Pio XII incentivou sua audiência pró-governo mundial a continuarem nessa busca.

"Seu movimento, senhores, tem a tarefa de criar uma organização política eficaz do mundo. Não há nada mais de acordo com as doutrinas tradicionais da Igreja ou melhor adaptada a seus ensinos sobre guerra justa ou injusta, especialmente na presente situação mundial. Uma organização desta natureza deve, portanto, ser criada..."

O papa então explicou, com razão, que os "germes mortais do totalitarismo mecânico" podem infectar essa "organização política mundial". No entanto, ao observar essa possibilidade, ele instruiu os participantes a seguirem uma abordagem mundial federalista moralmente firme. 

Encerrando o encontro, o papa encorajou seus ouvintes a seguirem essa grande ideia.

"... Vocês têm a coragem de se entregar a esta causa. Nós os parabenizamos. Gostaríamos de expressar-lhes nossos votos de total sucesso e de todo nosso coração rezaremos para que Deus lhes conceda Sua sabedoria e ajuda no desempenho de sua tarefa." [14]. 

Papa João XXIII: Em sua encíclica de 1963, Pacem in Terris, João XXIII propôs uma autoridade pública internacional com uma "esfera de atividade mundial" para lidar com os problemas globais. Essa autoridade seria "equipada com poder mundial e meios adequados para realizar o bem comum universal", embora não possa se estabelecer pela força, "ela deve ser criada com o consentimento de todas as nações."

Ao considerar como este sistema funcionaria, João XXIII recorreu ao princípio da subsidiariedade, dizendo que este deve ser aplicado "às relações entre a autoridade pública da comunidade mundial e as autoridades públicas de cada comunidade política".

Subsidiariedade aqui, como o uso de Bento do termo, não nega uma autoridade mundial — simplesmente impõe uma estrutura hierárquica que reconhece cada nível, de baixo para cima, como uma chave para o processo. [15].

Papa Paulo VI: Ao falar na Organização das Nações Unidas em 1965, a adulação vinda do papa foi agradável. Em seu discurso, ele elogiou o sistema da ONU como "o caminho obrigatório da civilização moderna e da paz mundial".

"O edifício que vocês construíram nunca deve cair; ele precisa ser aperfeiçoado e deixado à altura das necessidades que a história mundial irá apresentar. Vocês marcam uma etapa no desenvolvimento da humanidade, em que o recuo nunca deve ser admitido... Avancem sempre!... 

Que a confiança unânime nesta instituição cresça, que sua autoridade aumente."

Infelizmente, o papa Paulo VI defendeu um governo mundial.

"Há alguém que não veja a necessidade de chegar, assim, progressivamente ao estabelecimento de uma autoridade mundial, apta para agir eficazmente nos níveis jurídico e político?" [16].

Papa João Paulo II: Em seu discurso na ONU em 1995, João Paulo refletiu sobre as ligações históricas entre o Vaticano e o organismo internacional.

"A Santa Sé, em virtude de sua missão especificamente espiritual, que a torna interessada no bem integral de cada ser humano, tem apoiado os ideais e metas da Organização das Nações Unidas desde o início. Embora seus respectivos objetivos e abordagens práticas sejam obviamente diferentes, a Igreja e as Nações Unidas constantemente encontram áreas extensas de cooperação com base em sua preocupação comum pela família humana." [17].

Embora o papa João Paulo II tenha batido de frente com as Nações Unidas nas questões sobre família, ele depositou enorme importância na obtenção de sistemas políticos de lei internacional. 

Em 1985, ele discursou para os juízes do Tribunal Internacional de Justiça, dizendo-lhes que:

"A Santa Sé atribui grande importância à colaboração com a Organização das Nações Unidas e com os diversos organismos que são uma parte vital de seu trabalho. O interesse da Igreja no Tribunal Internacional de Justiça remonta aos primórdios deste Tribunal e aos eventos que estiveram ligados à sua criação..."

"A Igreja tem constantemente apoiado o desenvolvimento de uma administração internacional da justiça e arbitragem como um caminho de paz que resolva completamente os conflitos e como parte da evolução de um sistema jurídico mundial..."

"Estritamente falando, o Tribunal presente não é mais — mas também não é menos — que um passo inicial para o que esperamos que um dia seja uma autoridade judicial totalmente eficaz em um mundo pacífico." [18] (Itálico no original)

Em outros discursos e escritos, como em sua encíclica Sollicitudo rei Socialis, João Paulo defendeu um fortalecimento da lei mundial e um "grau superior de ordenação internacional". [19]. Nada disso tem a mesma evidência que a recomendação do papa Bento de uma "autoridade política mundial", mas isto segue um tema político comum — o governo global ampliado e melhorado.
A ideia do papa Bento de uma "autoridade política mundial" não surgiu do nada. Pelo contrário, ao longo de sucessivos pontificados, remontando a pelo menos Pio XII, a Santa Sé tem nutrido visões de uma política internacional.

Influenciando os Príncipes e os Destituídos

O fato de um líder religioso propor uma autoridade mundial é interessante em si mesmo, mas, como isso emana do ofício papal, uma medida extra de atenção é necessária.

Não podemos negligenciar a influência exercida pela Santa Sé. O papa é muito diferente em relação às outras figuras religiosas quando se trata de importância mundial. É verdade que alguns líderes protestantes e evangélicos são consultados pelas elites políticas, e membros dos governos muitas vezes procuram líderes de outras religiões, como o Dalai Lama. Mas tudo isso é pequeno em comparação com os poderes históricos e contemporâneos do ofício papal.

Durante séculos, a Santa Sé tem sido a peça central dos assuntos políticos europeus. Sua história está repleta de intrigas geopolíticas, guerras papais, ascensão e queda de potências nacionais. Os membros das famílias reais de todas as partes do continente viajavam a Roma e solicitavam audiência com o papa, na esperança de obter seu favor. Além disso, o Vaticano tem sido um centro concentrador para os interesses bancários, espionagem e negociações empresariais transnacionais. [21] Além disso, exatamente como no passado, presidentes e primeiros-ministros curvam-se hoje diante do papa, buscando seu conselho e discutindo particularmente as questões de grande importância política, econômica e social.

Eric Frattini, o autor de The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage ("A Entidade: Cinco Séculos de Espionagem Secreta do Vaticano"), nos dá uma visão desse mundo geopolítico:
"O papado, a autoridade suprema na liderança da Igreja Católica, é a instituição mais antiga estabelecida no mundo. Foi a única instituição a prosperar durante a Idade Média, um ator influente no Renascimento, um protagonista nas batalhas da Reforma, da Contra-Reforma, na Revolução Francesa, na Era Industrial e na ascensão e queda do comunismo. Durante séculos, fazendo pleno uso de sua famosa 'infalibilidade', os papas fizeram seu poder centralizado influenciar os resultados sociais dos desdobramentos dos acontecimentos históricos..."

"... Ao longo da história, o papado sempre apresentou duas faces: a da liderança mundial da Igreja Católica e a de uma das melhores organizações politicas do mundo. Enquanto os papas, por um lado, abençoavam seus fiéis, por outro, recebiam embaixadores estrangeiros e chefes de Estado e despachavam emissários e núncios em missões especiais." [22].

Além disso, por trás do papa, está uma massa de católicos devotos, que não devem concordar com o governo mundial, mas que estão, apesar disso, comprometidos com a Igreja Católica Romana — e, assim, apoiam o pontífice. Avro Manhattan, um crítico da Santa Sé, corretamente fez a correlação entre o poder do Vaticano e seus fiéis:

"O que dá ao Vaticano seu tremendo poder não é sua diplomacia como tal, mas o fato de que por trás de sua diplomacia está a Igreja, com todas as suas múltiplas atividades abraçando o mundo..."

"... A diplomacia do Vaticano é tão influente e pode exercer um poder tão grande no campo diplomático-político porque tem ao seu dispor a tremenda máquina de uma organização espiritual que tem ramificações por todos os países do mundo. Em outras palavras, o Vaticano, como poder político, emprega a Igreja Católica como uma instituição religiosa para auxiliar na obtenção de seus objetivos. Esses objetivos, por sua vez, são procurados principalmente para promover os interesses espirituais da Igreja Católica."

"... a hierarquia católica automaticamente reage de acordo com inúmeras organizações religiosas, culturais, sociais e, finalmente políticas, conectadas com a Igreja Católica, que, embora vinculadas com a Igreja principalmente por motivos religiosos, podem em determinados momentos ser usadas direta ou indiretamente para atingir fins políticos." [23].

A questão é a seguinte: Nenhum outro líder religioso no mundo detém tanta influência política e econômica dentro de uma estrutura religiosa. Considere apenas o número de adeptos que compõe a espinha dorsal da Igreja de Roma: Nos EUA, os católicos constituem aproximadamente 22% da população, e 17% do total mundial — ou cerca de 1,14 bilhão de pessoas. [24] É por isto que o pedido do papa Bento de uma "autoridade política mundial" é tão significativo; o que ele fala influencia centenas de milhões de líderes e leigos.

Se um pastor batista ou um pregador menonita, com uma congregação de algumas dezenas ou poucas centenas, fizesse o apelo para a criação de uma "autoridade política mundial" no estilo da ONU — isto não teria muita repercussão além dos bancos dessa igreja em particular. Os fiéis poderiam animar o pastor ou então questionar suas suposições. Mas, falando em termos gerais, isto não causaria uma reverberação para além da comunidade local. No entanto, quando o "Santo Padre" — um título católico que denota mais que apenas um "líder" — faz essa recomendação e tem o apoio dos apelos dos papas anteriores, as ondas da influência repercutem por todo o mundo.

Conclusões

Há pelo menos seis décadas que a Santa Sé tem apoiado a busca por uma estrutura política global.

O papa Bento, por meio de sua encíclica recente, apoiou explicitamente a ideia de uma autoridade política mundial; e esse governo mundial deve ser projetado para incorporar o princípio da subsidiariedade. Outro ponto: Que a subsidiariedade em uma estrutura política universal seria semelhante ao chavão: "Pense globalmente, aja localmente."

A influência da Santa Sé sobre a comunidade internacional é substancial e o papado tem o suporte e o apoio geral de centenas de milhões em todo o mundo, acrescentando o apoio "local-para-global" para as visões geopolíticas do Vaticano.

Os defensores do governo mundial — como o Movimento Federalista Mundial — pegarão as recomendações do papa Bento e as usarão para promover a ideia de gestão mundial.

Muitos católicos romanos e organizações católicas, subsequentemente, irão endossar a proposta de uma autoridade política mundial e, consequentemente apoiarão vários movimentos pró-governança global.

Indivíduos e organizações dentro e fora da Igreja Católica defenderão a encíclica papal, procurando espiritualizar ou moralizar o texto, tentando desse modo amenizar a controvérsia. No entanto, o intento do papa de uma autoridade política mundial permanece.

Uma minoria de católicos irá se opor veementemente ao chamado do papa para o fortalecimento da ONU e do governo internacional (muitos mais serão indiferentes). A ridicularização e a zombaria poderão ocorrer para aqueles que falarem publicamente contra os ideais políticos de Bento XVI. 

Espere uma cisão entre aqueles que se opõem e aqueles que defendem o governo global.

Grupos religiosos não-católicos apoiarão a encíclica do papa Bento. Um documento de resposta evangélico já foi produzido por um grupo de professores e líderes nacionais evangélicos. Intitulado Praticando a Verdade em Amor, o texto reconhece que as novas formas de autoridade global são necessárias, mas que elas "devem garantir a participação crescente, a transparência e a responsabilidade, e ajudar a fortalecer o estado da nação em relação ao poder financeiro global". [25] Esta é uma visão mais utópica do que prática, pois poucos incentivos reais levariam um governo mundial a operar assim abertamente.

Novas alianças e redes serão formadas para aumentar a pressão política e social em apoio à gestão global; essas redes irão incorporar grupos católicos e do Vaticano, organizações não-governamentais (ONGs) e elementos das Nações Unidas.

Quando a Santa Sé erguer o cetro do governo mundial, isto deverá sacudir tanto os católicos quanto os não católicos. Mesmo se uma autoridade política mundial não se concretizar, essa defesa é impressionante. Aqui temos o ofício religioso mais influente de todo o mundo — ele mesmo politicamente estruturado como uma autoridade hierárquica de cima para baixo — promovendo um sistema também hierárquico de cima para baixo de gestão internacional. A percepção por si só é profundamente preocupante.

Além disso, se uma autoridade política mundial realmente aparecer, o que a impedirá de se transformar em um regime autoritário? Até nisto, estamos admitindo que a autoridade global será introduzida como um governo limitado. A contradição máxima, é claro, é uma autoridade mundial sem força. Sem ter a capacidade de imposição, de se fazer obedecer, ela seria pouco mais que um conselho consultivo. Portanto, para ser eficaz, ela precisa ser um poder centralista com influência; qualquer coisa menor do que isto não faria sentido.

Mas é isto que o mundo precisa para garantir a ordem mundial?

Considere por um momento os últimos cem anos, um século repleto de exemplos de governos centralistas "bem-intencionados" — eles sempre foram bem-intencionados para alguém. Em nome da "paz e segurança" esses regimes esmagaram os opositores internos, muitas vezes liquidando seus próprios apoiadores nesse processo. Do Chile à China, o lema não-oficial "Paz é a destruição de toda a oposição" foi colocado em prática. No caso da Alemanha nazista, o governo chegou ao poder pela via do processo democrático.

  Infelizmente, em alguns casos o próprio Vaticano esteve de mãos dadas com aqueles que cometeram esses crimes, como na Croácia durante os anos 1940. [26]

Será que tudo isto significa que a Santa Sé apoia um regime ditatorial mundial? Não segundo a encíclica do papa Bento, onde ele abertamente reconheceu a possibilidade perigosa de um "poder universal de natureza tirânica". Sua esperança, como descrito em Caridade na Verdade, é uma autoridade política mundial colocada em xeque por limites legais para não "violar a liberdade". Os excessos do governo seriam compensados por medidas de prestação de contas e de responsabilização.

Este é um ótimo conceito na teoria, mas que se apoia em uma suposição fraca: Que a autoridade política mundial estará satisfeita em permanecer dentro de limitações determinadas, satisfeita em operar dentro de rígidas restrições sociais, econômicas e políticas. Aqui está o empecilho: nossas avançadas nações democráticas — e até mesmo o Vaticano — não têm vivido e não conseguem viver de acordo com essa norma fundamental.

Enquanto o papa Bento tenta sutilmente persuadir os católicos e os líderes nacionais a aceitarem a ideia de governo mundial, as sóbrias palavras de Lord Acton ecoam de um passado quase esquecido: "O poder corrompe..."

Notas Finais

1. Malachi Martin, The Keys of This Blood (Touchstone, 1990), pág.15.
2. The New York Times, "Pope Urges Forming New World Economic Order to Work for the 'Common Good'," 8 de julho de 2009. Edição on-line.
3. David Ian Miller, "The Pope pays the economy some attention," The San Francisco Chronicle, 13 de julho de 2009. Edição on-line.
4. E. J. Dionne Jr. "To the Right of the Pope", The Washington Post, 8 de julho de 2009, edição on-line.
5. John-Henry Westen, "Pope's New Encyclical Speaks Against, not for On-World Government and New World Order," www.LifeSiteNews.com, 8 de julho de 2009.
6. John Laughland, The Tainted Source: The Undemocratic Origins of the European Idea (Little, Brown & Company, 1997), págs.154-155.
7. Robert John Araújo, "International Law Clients: The Wisdom of Natural Law," Fordham Urban Law Journal, agosto de 2001.
8. Para alguns exemplos, dentre muitos, veja os seguintes relatórios: Our Global Neighborhood (The Commission on Global Governance, Oxford University Press, 1995 — apoiada e endossada diretamente pelo Secretário-Geral da ONU); Toward a Rapid Reaction Capability for the United Nations (Governo do Canadá, 1995); Rethinking Basic Assumptions About the United Nations (World Federalist Association, 1992); Reshaping the International Order (Clube de Roma, 1976).
9. Foro do Milênio da ONU, 22-26 de maio de 2000. Veja o documento final, Millennium Forum Declaration and Agenda for Action.
10. Cliff Kincaid, "Who Will Probe the UN-Vatican Connection?" Accuracy in Media, 4 de agosto de 2009. (http://www.aim.org).
11. José E. Alvarez, The Schizophrenias of R2P, Painel de Apresentação na Conferência Conjunta Sobre Questões Contemporâneas do Direito Internacional: Jurisdição Criminal 100 Anos Após a Conferência de Paz de Haia, de 1907. Haia, Holanda, 30 de junho de 2007.
12. Richard N. Cooper, Is There a Need to Reform? The International Monetary System: Forty Years After Bretton Woods (Federal Reserve Bank of Boston, 1984), pág. 33.
13. Reimpresso no livro de Eric Frattini, The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage (St. Martin's Press, 2008), pág. 2.
14. Discurso do papa Pio XII durante uma audiência com os delegados do Quarto Congresso do Movimento Mundial para o Governo Federal Mundial, em 6 de abril de 1951. Uma cópia desse discurso está na biblioteca do autor. Ele está reimpresso integralmente em The Power Puzzle: A Compilation of Documents and Resources on Global Governance (2004, pode ser obtido no site da Forcing Change, em http://www.forcingchange.org).
15. Pope John XXIII, Pacem in Terris, parágrafos 137 ao 141.
16. Discurso do papa nas Nações Unidas, 4 de outubro de 1965. Reimpresso integralmente em The Power Puzzle: A Compilation of Documents and Resources on Global Governance (http://www.forcingchange.org).
17. Discurso do papa João Paulo II na sede da ONU, em 5 de outubro de 1995.
18. Discurso de João Paulo II na Corte Internacional de Justiça durante o Encontro no Palácio da Paz, Haia, 13 de maio de 1985.
19. Sollicitudo rei socialis, parágrafo 43.
20. O papa João Paulo I esteve no cargo por somente 33 dias antes de ser assassinado em 1978. Durante esse período de tempo, ele fez diversos discursos, mas não encontrei nenhum que apoie diretamente a governança global.
21. Vários livros já foram escritos sobre o papel da Santa Sé nas negociações globais, incluindo sistema bancário, espionagem e diplomacia internacional. Um dos livros mais recentes sobre este assunto é The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage, de Eric Frattini (St. Martin's Press, 2008).
22. Eric Frattini, The Entity: Five Centuries of Secret Vatican Espionage (St. Martin's Press, 2008), pág. 1.
23. Avro Manhattan, The Vatican in World Politics (Gaer Associates, 1949), págs. 28-29.
24. Frequently Requested Catholic Church Statistics, Center for Applied Research in the Apostolate, Georgetown University, as estatísticas são do ano 2009; http://cara.georgetown.edu/bulletin/index.htm.
25. Doing the Truth in Love. Uma cópia do documento, junto com os subscritores, pode ser encontrada em http://www.cpjustice.org/doingthetruth.
26. A matança dos ortodoxos sérvios pelos croatas foi um dos exemplos mais terríveis de genocídio na história moderna. Tão cruéis foram os ataques que até os embrutecidos soldados nazistas alemães registraram o horror que sentiram. Veja John Cornwell, Hitler's Pope: The Secret History of Pius XII (Viking, 1999), pág. 248-260. Veja também Unholy Trinity: The Vatican, the Nazis, and the Swiss Banks, de Mark Aarons and John Loftus (St. Martin's Griffin, 1998); e The Vatican's Holocaust, de Avro Manhattan (Ozark Books, 1986). Mark Aarons and John Loftus atestam a credibilidade de Manhattan, explicando "ele estava muito bem informado, pois trabalhou na Inteligência britânica durante a guerra" (Unholy Trinity, pág. 86).



Autor: Carl Teichrib, artigo original em http://www.crossroad.to/articles2/forcing-change/09/9-vatican.htm
Tradução: Talita S. Mendes
Data da publicação: 22/12/2010
Transferido para a área pública em 26/10/2011
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/govglobalvat.asp


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