terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Chip comestível inaugura a era da medicina digital

RFID Chip 008Image via WikipediaChip comestível inaugura a era da medicina digital.

Médico recebe dados por celular sobre remédios ingeridos.

Um microchip comestível que registra em detalhes precisos todos os
comprimidos e remédios tomados pelo paciente estará disponível no
mercado do Reino Unido até o final deste ano, como parte de um acordo
comercial que abre as portas para a era da medicina digital. O objetivo
é tornar os tratamentos médicos mais eficazes — uma vez que serão seguidos à risca — e reduzir os prejuízos do sistema público de saúde que, muitas vezes, gasta dinheiro com remédios que acabam nunca sendo tomados por mera distração.

Uma empresa biomédica americana assinou contrato com uma firma britânica de saúde para vender sensores digestíveis — cada um deles é menor que um grão de areia — , capazes de transmitir informações médicas de dentro do corpo de um paciente diretamente para o celular de um médico ou de um parente.

O objetivo é desenvolver uma área da “medicina inteligente”, que pode ajudar pacientes e seus cuidadores a terem um detalhamento preciso de quais pílulas foram tomadas e a que horas do dia, de forma a garantir
que regimes complexos de medicamentos sejam cumpridos da forma mais correta possível para o melhor resultado do tratamento. Segundo os médicos, muitas terapias não alcançam todo o efeito desejado ou simplesmente não funcionam porque os remédios não são tomados corretamente.

No mercado até o fim do ano

Cada uma das muitas pílulas ingeridas todos os dias por pacientes crônicos, por exemplo, especialmente por aqueles que sofrem de problemas mentais, será registrada digitalmente no momento em que forem digeridas no corpo.

O laboratório farmacêutico Lloyds informou que pretende colocar no
mercado os microchips comestíveis fabricados pela empresa californiana
Proteus Biomedical até o final do ano, como parte de um teste com pacientes do sistema público de saúde. O teste pretende averiguar se eles estariam tomando os remédios corretos, nos horários indicados pelos médicos.

— Há um sério problema com os remédios que não são tomados corretamente — afirmou o diretor de serviços de saúde do Lloyds, Steve Gray. — As pessoas que tomam diversos remédios sabem o quanto é fácil se confundir e ficar sem saber se tomou todos os remédios prescritos para aquele dia.

Acrescente a isso complexos problemas de saúde e famílias que tomam conta de seus parentes a distância e ficam claro os benefícios de um serviço de informação que ajuda pacientes a obterem o melhor de seus tratamentos e as famílias a lidarem com eles.

A Lloyd informou que a Organização Mundial de Saúde (OMS) descobriu que cerca de metade de todos os pacientes não toma seus remédios corretamente, o que faz com que boa parte deles não usufrua de todos os benefícios de determinados tratamentos ou acabe sofrendo com efeitos colaterais. pelo uso incorreto das drogas. Somente para o sistema de saúde britânico, remédios prescritos e dados a pacientes que acabam não sendo usados representam um gasto de aproximadamente R$ 1 milhão ao ano.

Os sensores comestíveis são feitos de ingredientes comumente encontrados na comida cotidiana. Eles são ativados quando entram em contato com fluidos estomacais. O cerne da tecnologia é uma minúscula esfera de silicone, separando pequenas quantidades de cobre e magnésio, que formam uma bateria microscópica capaz de gerar uma corrente elétrica quando imersa em um ambiente ácido, caso do estômago humano.

Essas correntes elétricas — que podem ter, cada uma delas, assinaturas individuais, que relacionem as drogas ingeridas a um determinado sensor — são detectadas passivamente por um adesivo inteligente colado na pele
do paciente. A tecnologia é similar à usada em exames de eletrocardiograma (ECG), em que adesivos como esses, colados à pele, registram as correntes elétricas do coração.

Dados seguem via bluetooth O adesivo, que é projetado para durar cerca de uma semana, inclui uma bateria flexível e um chip que registra a informação e a envia, pela tecnologia bluetooth, sem fio, para os telefones celulares de parentes ou médicos.

— No futuro, o objetivo é criar um sistema totalmente integrado com um produto que ajude pacientes e seus familiares com as diversas demandas de uma farmacêutica complexa — afirmou o diretor-executivo e fundador da Proteus Biomedical, Andrew Thompson. — O que sabemos é que criamos muitos produtos farmacêuticos com grande potencial, mas muito dele não é realizado porque os remédios não são usados corretamente.

As empresas não informaram o custo dos chips comestíveis, mas fontes da indústria indicam que eles poderiam custar, inicialmente, cerca de R$ 135 por semana.

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