terça-feira, 5 de dezembro de 2023

 

Deve-se perder a ingenuidade para se entender a crise econômica — e também a política — brasileira. Muitas pessoas ao criticarem a presidente afastada, até o momento provisoriamente, Dilma Roussef, atribuem-lhe a incompetência como um dos fatores, se não o principal, que fê-la causar a maior crise econômica da histórica brasileira, como declaram muitos estudiosos, economistas e profissionais de outras áreas do conhecimento. No entanto, não se trata Dilma Roussef de incompetente; seria muita ingenuidade, muita inocência, considerar incompetente uma pessoa que está sentada na cadeira da presidência de um governo de um dos maiores e mais ricos países do mundo. Dilma Roussef, podem perceber as pessoas que possuem um mínimo de conhecimento da teoria política e de teorias da ciência econômica, e, principalmente, as que aprenderam a pensar — e não apenas a opinar — com o uso de uma ferramenta extraordinária, que, infelizmente, poucos se interessam em manusear, a Lógica, atua em atendimento à uma estratégia de poder totalitário. Todos os seus erros são propositais, pois aqueles que lhe dão suporte desejam dominar o país, e para tanto têm de arruiná-lo, e provocar o caos, e produzir uma multidão de desassistidos, que, desamparados, recorrerão ao governo em busca de apoio. Responde Dilma Roussef aos interesses do Foro de São Paulo, que, por sua vez, está em defesa de interesses de organizações muitos maiores, globais, que desejam converter o Brasil em um país cuja economia seja socialista, sob um regime de governo comunista, se é que já não o converteram; e para tanto aplica-se, no Brasil, a Estratégia Cloward-Piven, que consiste em injetar numa economia capitalista políticas socialistas, para corroê-la, quebrar-lhe todos os mecanismos que a permitem funcionar; assim, dados os resultados produzidos, que são a pobreza, a violência, a desigualdade de renda, culpa-se o capitalismo por todos os horrores que se produzem no processo, horrores que são produtos de políticas socialistas, e não capitalistas. A Estratégia Cloward-Piven é aplicada, pelos socialistas, em todos os países do mundo, e nem o maior país, os Estados Unidos, escapam da esfera de influência dos estrategistas políticos que a põem em prática. A crise econômica de 2008, cuja gênese encontra-se numa bolha imobiliária, e o seu núcleo nas empresas Fannie Mae e Freddie Mac, foi um produto de estratégia socialista, que corroeu o setor imobiliário americano devido, única e exclusivamente, à intervenção governamental no setor.

Pode-se entender o que se passa, no mundo, e muito especialmente no Brasil, estudando-se, além da Estratégia Cloward-Piven, as idéias acerca da ocupação de espaços, de Gramci, e o livro de regras de Saul Alinski.

Aprecio livros de ficção científica, e já escrevi alguns contos deste gênero, e para a redação de alguns deles tive de fazer uso da imaginação, e antecipar o futuro. Fazendo, portanto, uso da imaginação, sigo o raciocínio de todos aqueles que dizem que Dilma Roussef é incompetente. Vejamos: Dilma Roussef será definitivamente afastada da presidência da República, e perderá os seus poderes políticos por oito anos, e afastar-se-á da política nacional, e dela ninguém mais ouvirá falar. E chegará o ano de 2018, e o ano de 2022, e o ano de 2026, e Dilma Roussef lançará a sua candidatura à presidência da República. E os críticos dir-lhe-ão: “Você, Dilma, é incompetente! Você jogou o Brasil no buraco! Você produziu a maior crise econômica da história do Brasil! Você é incompetente!”, e a Dilma Roussef, então, defender-se-á: “É verdade: Produzi a maior crise econômica da história do Brasil. É verdade: Joguei o Brasil no buraco. Mas a crise econômica eu a produzi por incompetência. Mas não sou mais incompetente. Eu era incompetente. Eu era ignorante. Nestes anos afastada da política, estudei, reconsiderei as minhas idéias, ponderei, e ponderei, e, como você podem ver, estou a concatenar as minhas idéias com clareza. Estudei muito nestes anos todos. E aprendi com a minha experiência desastrosa, que muitos males causou ao Brasil. Mas agora sou mulher experiente. Estudei muito, li muitos livros, e adquiri o preparo que o cargo de presidente da República requer. Saibam que agora, sim, tenho competência. A experiência muito me ensinou. Não cometerei os erros já cometidos. Posso, agora, fazer o Brasil avançar. Não sou mais incompetente, pois adquiri experiência e conhecimento. Podem depositar seus votos em mim. Eu farei o Brasil crescer!” E os seus críticos não lhe poderão replicar, pois se Dilma Roussef produziu a crise econômica e política que enfrentamos atualmente apenas por incompetência, ela, ao adquirir competência, estará apta a exercer o governo do país e fazê-lo progredir.

E aqui concluo: Continue-se a pensar que Dilma Roussef por incompetência produziu a crise econômica atual, que o Brasil seguirá a pôr na cadeira da presidência da República só pessoas incompetentes iguais a ela.


Sergio Ricardo M. da Silva


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