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O Fim dos Paraísos Fiscais
Nivaldo Cordeiro | 16 Abril 2009
Artigos - Economia
Os paraísos fiscais podem eventualmente beneficiar traficantes, criminosos e governantes ladrões, mas esse fato não pode se sobrepor ao bem que produzem, o refúgio seguro que sempre foram para as pessoas física e jurídicas de todo o mundo, contra o arbítrio tributarista e bisbilhoteiro dos governantes de seus países de origem.
Eu sempre fui muito cético com relação a esses colegiados de chefes de Estado, como o G-20 reunido recentemente, em face da natureza dos mesmos e em face do histórico do que eles têm produzido. Dessas reuniões brotam normalmente documentos inócuos e vazios, retórica mais das vezes para o público interno dos governantes reunidos.
Não foi o caso desse último. O Estadão de hoje reproduz excelente matéria originalmente publicada no jornal alemão Der Spiegel, que reporta duas informações fundamentais. A primeira é que o comunicado oficial do G-20 proclamou que "A era do sigilo bancário terminou". Quero aqui refletir sobre esse assunto, pois se essa proclamação é correta estamos vendo agigantar-se a tentativa de construção do governo mundial como jamais houve na história. Isso é um passo muito perigoso contra as liberdades individuais, criando-se definitivamente as condições para encurralar os cidadãos de todos os países na condição de escravos do Estado.
Os paraísos fiscais podem eventualmente beneficiar traficantes, criminosos e governantes ladrões, mas esse fato não pode se sobrepor ao bem que produzem, o refúgio seguro que sempre foram para as pessoas física e jurídicas de todo o mundo, contra o arbítrio tributarista e bisbilhoteiro dos governantes de seus países de origem. São uma necessidade para redução do poder arbitrário dos Estados. Não por acaso o governante de Luxemburgo declarou que "Luxemburgo não protege os que praticam a evasão fiscal, mas também não quer que (o ministro alemão das Finanças Peer) Steinbrück possa descobrir com um apertar de botão quanto dinheiro um determinado indivíduo tem em sua conta". Ele está certíssimo.
É esse o ponto. As pessoas tinham até agora como manter sua privacidade e sua segurança contra não apenas a voracidade fiscal de seus governos, mas tambem contra a insegurança que eventualmente pudesse acontecer em momentos políticos críticos. Eu digo que o fim dos chamados paraísos fiscais pode significar o beijo de morte sobre o sistema de propriedade privada. O novo governo mundial que se forma nasce sob a égide da espoliação socialista, da criminalização da posse privada de riquezas, da perda indelével e inexorável da privacidade das pessoas. Um grande perigo mundial se ergue contra todos, em todo o mundo: o reino do Grande Irmão.
O outro ponto para o qual quero chamar a sua atenção, meu caro leitor, é que a pressão para que tal empreendimento estivesse na reunião do G-20 nasceu da França, representada pelo suposto direitista Nicolas Sarkozy. A França é uma das nações de proa no esforço de implantar a nova ordem mundial e sua própria estrutura, formatada desde 1938, está no apogeu da forma socialista de organizar a sociedade. Naquele país é tudo no Estado, nada contra o Estado,nada fora do Estado. E o formato final do documento contou com o assentimento do governo Chinês, a mais acabada estrutura de poder stalinista em vigor no mundo. É a dança dos vermelhos, acontecendo sob a bênção condescendente de Barack Obama, o socialista norte-americano comprometido com a nova ordem mundial.
Esse degrau é um caminho sem volta. Se a destruição do dólar vier nos próximos anos, como parece que virá por força da irresponsabilidade do governo dos EUA na administração da sua moeda, obrigando à criação de uma moeda mundial, teremos consumado finalmente um poder supranacional, o terror burocrático que é o pesadelo de todos os democratas. Que é a consumação da destruição das liberdades que, mal ou bem, vigeram ao menos no Hemisfério Ocidental desde a Idade Média. Será como o fim dos tempos.
Quem viver verá.
Fonte: midiasemmáscara
Nivaldo Cordeiro | 16 Abril 2009
Artigos - Economia
Os paraísos fiscais podem eventualmente beneficiar traficantes, criminosos e governantes ladrões, mas esse fato não pode se sobrepor ao bem que produzem, o refúgio seguro que sempre foram para as pessoas física e jurídicas de todo o mundo, contra o arbítrio tributarista e bisbilhoteiro dos governantes de seus países de origem.
Eu sempre fui muito cético com relação a esses colegiados de chefes de Estado, como o G-20 reunido recentemente, em face da natureza dos mesmos e em face do histórico do que eles têm produzido. Dessas reuniões brotam normalmente documentos inócuos e vazios, retórica mais das vezes para o público interno dos governantes reunidos.
Não foi o caso desse último. O Estadão de hoje reproduz excelente matéria originalmente publicada no jornal alemão Der Spiegel, que reporta duas informações fundamentais. A primeira é que o comunicado oficial do G-20 proclamou que "A era do sigilo bancário terminou". Quero aqui refletir sobre esse assunto, pois se essa proclamação é correta estamos vendo agigantar-se a tentativa de construção do governo mundial como jamais houve na história. Isso é um passo muito perigoso contra as liberdades individuais, criando-se definitivamente as condições para encurralar os cidadãos de todos os países na condição de escravos do Estado.
Os paraísos fiscais podem eventualmente beneficiar traficantes, criminosos e governantes ladrões, mas esse fato não pode se sobrepor ao bem que produzem, o refúgio seguro que sempre foram para as pessoas física e jurídicas de todo o mundo, contra o arbítrio tributarista e bisbilhoteiro dos governantes de seus países de origem. São uma necessidade para redução do poder arbitrário dos Estados. Não por acaso o governante de Luxemburgo declarou que "Luxemburgo não protege os que praticam a evasão fiscal, mas também não quer que (o ministro alemão das Finanças Peer) Steinbrück possa descobrir com um apertar de botão quanto dinheiro um determinado indivíduo tem em sua conta". Ele está certíssimo.
É esse o ponto. As pessoas tinham até agora como manter sua privacidade e sua segurança contra não apenas a voracidade fiscal de seus governos, mas tambem contra a insegurança que eventualmente pudesse acontecer em momentos políticos críticos. Eu digo que o fim dos chamados paraísos fiscais pode significar o beijo de morte sobre o sistema de propriedade privada. O novo governo mundial que se forma nasce sob a égide da espoliação socialista, da criminalização da posse privada de riquezas, da perda indelével e inexorável da privacidade das pessoas. Um grande perigo mundial se ergue contra todos, em todo o mundo: o reino do Grande Irmão.
O outro ponto para o qual quero chamar a sua atenção, meu caro leitor, é que a pressão para que tal empreendimento estivesse na reunião do G-20 nasceu da França, representada pelo suposto direitista Nicolas Sarkozy. A França é uma das nações de proa no esforço de implantar a nova ordem mundial e sua própria estrutura, formatada desde 1938, está no apogeu da forma socialista de organizar a sociedade. Naquele país é tudo no Estado, nada contra o Estado,nada fora do Estado. E o formato final do documento contou com o assentimento do governo Chinês, a mais acabada estrutura de poder stalinista em vigor no mundo. É a dança dos vermelhos, acontecendo sob a bênção condescendente de Barack Obama, o socialista norte-americano comprometido com a nova ordem mundial.
Esse degrau é um caminho sem volta. Se a destruição do dólar vier nos próximos anos, como parece que virá por força da irresponsabilidade do governo dos EUA na administração da sua moeda, obrigando à criação de uma moeda mundial, teremos consumado finalmente um poder supranacional, o terror burocrático que é o pesadelo de todos os democratas. Que é a consumação da destruição das liberdades que, mal ou bem, vigeram ao menos no Hemisfério Ocidental desde a Idade Média. Será como o fim dos tempos.
Quem viver verá.
Fonte: midiasemmáscara
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