Um time de neurocientistas holandeses recentemente desenvolveu uma técnica de eletroconvulsoterapia (TEC) que “marca a lembrança de um episódio perturbador na vida de um paciente e a destrói”. A Nature explica como foram mostradas aos pacientes duas narrativas traumáticas através de galerias de slides. Em seguida, os pacientes foram foram submetidos à nova técnica:
Depois, a equipe propôs aos pacientes que eles se lembrassem de somente uma das histórias e repetiu parte do slideshow. Imediatamente depois, quando a memória reativada deveria estar vulnerável, os pacientes passaram pela terapia eletroconvulsiva.O teste foi conduzido em 42 pacientes com depressão severa, então há uma chance de que a terapia funcione de maneira diferente em pacientes saudáveis. Também é importante ressaltar que o TEC definitivamente não é uma experiência divertida. Ele induz a convulsões e, bom, os médicos estão dando choques elétricos no cérebro dos pacientes.
Um dia depois, quando receberam testes de memória de múltipla escolha, os pacientes foram significantemente pior em lembrar de detalhes da história reativada. A memória dos pacientes sobre a outra história, no entanto, permaneceu praticamente inalterada.
Apesar de tudo, uma descoberta como essa é importante. Por muitos anos, os cientistas afirmaram estar perto de desenvolver um método para apagar memórias e, no ano passado, eles conseguiram apagar as memórias de um camundongo. Poucos meses atrás, foi identificado o gene que nos ajuda a esquecer. Mas um método que escolhesse as memórias a serem apagadas ainda não era possível. Pelo menos até agora.
Como é frequente no caso de pesquisas inovadoras, o próximo passo é ainda mais pesquisa. Mas os cientistas envolvidos no campo do apagamento de memória têm a esperança de que avanços como esses levarão a melhorias no tratamento de doenças como a depressão severa e o transtorno de stress pós-traumático. No fim das contas, a ignorância é realmente uma benção. [Nature via Wired UK]
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