terça-feira, 4 de março de 2014

Conservador americano denuncia intromissão sórdida de neocons americanos na Ucrânia

Os neocons não se importam de que lado você está, contanto que eles lucrem

Michael Savage
Permita-me ajudar você a compreender o que está acontecendo na Ucrânia enquanto esse país cai em caos armado, ameaçando expulsar Viktor Yanukovich, o presidente ucraniano legitimamente eleito, e colocar o país nas mãos de forças rebeldes lideradas por neonazistas ucranianos e radicais islâmicos chechenos.
Victoria Nuland, vice-secretária de Estado dos EUA, junto com Susan Rice, assessora de Obama e mentirosa designada, são neoconservadores — em resumo, são neocons. Os neocons, primeiro na forma da Comissão Trilateral e mais recentemente como o Grupo Carlyle, fazem muito dinheiro em cima de conflitos militares. Quando o mundo está em guerra, os neocons e a indústria bélica que trabalha com eles lucram enormes quantias de dinheiro.
Os neocons não se importam de que lado você está, enquanto puderem trabalhar com você para criar uma situação política que eles consigam fazer crescer até virar guerra, e aí eles começam a tirar lucro.
A “revolução” ucraniana foi fomentada e incentivada por Nuland, Rice e Geoffrey Pyatt, embaixador dos EUA na Ucrânia. Esses três foram muito importantes para encenar uma campanha de desestabilização. Trabalhando com neonazistas ucranianos, eles fomentaram a revolta ucraniana que fez com que o presidente ucraniano fugisse de Kiev.
John McCain, senador do Arizona, também fez parte dessa fraude. McCain foi a Kiev em dezembro do ano passado e ajudou a incitar as multidões que derrubariam o presidente legitimamente eleito. Se existisse uma coisa tal como Prêmio Nobel Anti-Paz, McCain o ganharia facilmente por seu trabalho no Egito e Síria, com o topo sendo o que ele tem feito na Ucrânia.
Os insurgentes apoiados pelos EUA assumiram o controle de Kiev e agora mantêm o povo ucraniano refém enquanto os EUA tiraram o corpo fora de sua responsabilidade direta em toda essa confusão e Barack Obama balbucia as palavras mais vazias que se possa imaginar — haverá “custos” para a Rússia por suas ações militares contra os insurgentes — quando os EUA se viram de mãos atadas.
Nas fases iniciais da rebelião, o presidente ucraniano Yanukovich se encontrou com os rebeldes que encenaram a revolta, e as duas partes concordaram em parar a violência e fazer uma transição ordeira para um novo governo escolhido numa nova data de eleições. Em vez disso, os rebeldes direitistas ignoraram o acordo e assumiram o controle de Kiev à força, com suas patrulhas armadas mantendo controle por meio da violência.
A situação na Ucrânia tem sido pintada como um conflito entre a Rússia de Vladimir Putin, os supostos caras maus, e os rebeldes ucranianos, os supostos caras bons que buscam expulsar a Rússia de uma posição de influência na Ucrânia e instalar um novo governo que dará atenção ao povo ucraniano.
Não acredite numa única palavra disso.
Os nacionalistas ucranianos são fascistas. O propósito original do governo dos EUA ao encenar um golpe na Ucrânia era afastar a Ucrânia da Rússia e levar a Ucrânia à União Europeia. Em outras palavras, os neocons e os “moderados” comprados do governo de Obama queriam tirar, à força, o controle da Ucrânia das mãos de Putin e ganhar controle econômico e energético sobre o país. Como o Dr. Stephen F. Cohen apontou, os países ocidentais, com os EUA liderando o caminho, estão há décadas provocando Putin. O Ocidente expandiu a OTAN para incluir ex-estados soviéticos — a Ucrânia parece ser o próximo alvo — e atacou aliados da Rússia, inclusive Líbia e Iraque. Os EUA — junto com outros países ocidentais — por meio de suas incursões na política, economia e segurança nacional da Rússia e vários de seus aliados, efetivamente provocaram a situação que agora está se revelando na Ucrânia. Cohen está certo.
Putin certamente não é um cara bonzinho, mas não é o vilão dessa história. Os judeus sempre deram o sinal de alerta sobre direitos humanos na Rússia, e Putin tem sido melhor para os judeus russos do que qualquer outro líder russo do século passado. Com o governo eleito agora expulso da Ucrânia, os criminosos fascistas antissemitas apoiados pelos EUA que assumiram o controle estão cometendo vandalismo contra as sinagogas e ameaçando a vida dos judeus na Crimeia.
Putin também foi forçado a mobilizar agentes para a Crimeia, uma importante região que a Rússia cedeu para a Ucrânia na década de 1950, quando a URSS estava alcançando o pico de seu poder e a Ucrânia era apenas um de seus estados fantoches. A maioria da população da Crimeia é russa, e seus portos de águas quentes do Mar Negro são essenciais para as forças armadas e interesses comerciais da Rússia. A Rússia não pode se dar ao luxo de deixar a região da Crimeia cair nas mãos dos insurgentes que estão tentando assumir o controle da Ucrânia.
Além de mobilizar agentes militares na Crimeia, Putin fez contato com seus aliados em pelo menos oito países de localização estratégica para garantir que a Rússia tenha acesso às instalações militares desses países a fim de que as forças de Putin possam estender a capacidade naval de longo alcance e bombardeiros estratégicos. Em outras palavras, a interferência dos EUA na política ucraniana teve como consequência Putin expandindo sua influência militar, enquanto ao mesmo tempo Barack Obama está empenhado em encolher as forças armadas dos EUA aos níveis anteriores à 2ª Guerra Mundial.
Mais uma vez, o incompetente, desinformado e neutro presidente dos EUA desenhou uma linha rosa na areia. Obama não sabe de que lado está. Ele nem mesmo se incomodou de comparecer à reunião de seus assessores de segurança nacional na tarde de sexta-feira enquanto o conflito ucraniano estava se agravando e Putin estava mobilizando suas forças armadas. O novo jogo do governo americano é: “Onde está Obama?” Eles tiveram o trabalho de colocar, mediante Photoshop, Obama em fotos de reuniões de segurança nacional durante a crise de Benghazi. Nesse caso, nem mesmo estão se incomodando de simular que ele está no comando.
Obama tem sido incapaz de entender o que significa o conflito na Ucrânia. Nuland e Rice, duas cavaleiras do apocalipse que parecem fazer muitas decisões cruciais no governo americano, o orientaram a culpar Putin, de modo que é o que ele fez.
Agora os russos e os ucranianos estão em grave risco dos nacionalistas ucranianos e jihadistas islâmicos chechenos em cujas mãos os EUA trabalharam para colocar o destino desse país, e Putin está chamando seus aliados para ajudá-lo a expandir sua presença militar no mundo inteiro.
A maior hipocrisia aí vem dos que pedem fronteiras abertas dos EUA com o México e anistia para 30 milhões de estrangeiros ilegais que violaram a integridade territorial dos EUA. Os próprios políticos e assessores americanos — os senadores Dick Durbin, Lindsey Graham e John McCain, junto com renegados de segurança nacional como Zbigniew Brzezinski e Madeleine Albright — que tornaram as fronteiras americanas sem sentido. Os inimigos externos dos EUA são menos perigosos do que os americanos subversivos que estão orquestrando e ajudando ucranianos neonazistas pró-islâmicos a tomar o poder da Ucrânia.
Michael Savage é um americano conservador que apresenta o terceiro programa de rádio de maior audiência dos EUA e é autor de dois livros que chegaram à primeira posição na lista de best-sellers do jornal New York Times.
Traduzido por Julio Severo do artigo do WND: Putin crosses Obama’s pink line
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