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Por Philip PullellaCIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Bento 16 pediu nesta terça-feira que uma "autoridade política mundial" ordene a economia mundial e que haja maior regulação governamental das economias nacionais para tirar o mundo da atual crise e evitar que ela se repita.
O chamado do papa para que se repense o modo como a economia mundial é conduzida foi feito em uma nova encíclica, que tratou de algumas questões sociais, mas cujo principal fio condutor é o modo como a atual crise afetou países ricos e pobres.
Denominada "A Caridade na Verdade", a encíclica tem partes que parecem prestes a incomodar os conservadores por causa de sua rejeição subliminar do capitalismo desenfreado e das forças de mercado sem regulamentação, que ele disse que conduziram à violação "perfeitamente destrutiva" do sistema.
O papa afirmou que toda decisão econômica tem uma consequência moral e pediu "formas de redistribuição" da riqueza supervisionadas por governos para ajudar os mais afetados pelas crises.
Bento 16 escreveu ainda que "há uma necessidade urgente de uma autoridade política verdadeira no mundo", cuja tarefa seria "ordenar a economia mundial; reavivar economias atingidas pela crise; evitar qualquer deterioração da crise atual e os desequilíbrios maiores que resultariam dela".
Tal autoridade deveria ser "regulamentada por lei" e "teria de ser reconhecida universalmente e ser investida de poder efetivo para garantir segurança a todos, consideração pela justiça e respeito pelos direitos."
"Obviamente teria de possuir a autoridade de garantir o cumprimento de suas decisões por todas as partes, e também o cumprimento das medidas coordenadas adotadas em vários fóruns internacionais", disse ele.
A Organização das Nações Unidas (ONU), instituições econômicas e as finanças internacionais, todos têm de ser reformados "mesmo em meio a uma recessão mundial", afirmou o papa na encíclica, um livreto de 141 páginas.
Uma encíclica é a mais elevada forma de documentos papais, pela qual se apresenta a mais clara indicação ao 1,1 bilhões de católicos do mundo, bem como às pessoas de outras religiões, sobre o que o pontífice e o Vaticano pensam sobre determinadas questões morais e sociais.
A nova encíclica é dirigida aos católicos e também a "todas as pessoas de boa vontade". Foi divulgada na véspera da cúpula do G8, na Itália, e também três dias antes de o papa discutir a desaceleração mundial como presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
Em vários trechos da encíclica Bento 16 deixa claro que tem grandes reservas em relação ao mercado totalmente livre.
"A convicção de que a economia deve ser autônoma, de que deve ser preservada de influências de caráter moral conduziu o homem a fazer mau uso do processo econômico de uma maneira destrutiva," afirmou ele.
Fonte: Agência Reuters.
Nota: Como numa orquestra bem ensaiada, o papa Bento VI entra em cena com toda autoridade de líder espiritual e guia religioso de milhões de pessoas ao redor do mundo, defendendo as mesmas propostas dos líderes do G-20 na cúpula de Londres em abril deste ano.
A recente encíclica papal contempla as mesmas propostas do G-20 para resolver a crise financeira mundial, no entanto, a proposta papal vai um pouco além das propostas dos líderes políticos.
Tanto o papa quanto o G-20 reclamam mais intervenção estatal nas economias, o próprio presidente Lula deu inúmeras entrevistas condenando o livre mercado pela crise e pedindo uma regulamentação mais rígida para os mercados financeiros. Também há a preocupação com o papel da ONU na resolução e prevenção de crises internacionais.
É com relação ao papel da ONU que a proposta do papa se destaca. A encíclica papal pede que seja estabelecida uma autoridade política mundial, com aceitação por todos os países e poder coercitivo para obrigar o cumprimento de suas resoluções.
A ONU seria então estabelecida como um Governo Mundial. Nenhum dos líderes políticos foi tão longe na cúpula do G-20, talvez por considerações diplomáticas, mas a proposta papal leva a ONU a virtualmente exercer este papel.
Verdadeiramente estamos no limiar de grandes mudanças!!!
Um Governo Mundial está a ponto de emergir, pouco a pouco vemos o esforço dos líderes mundiais no sentido de fazer da ONU um órgão com competência e autoridade para ditar as leis que trarão Paz e Segurança ao mundo.
Para aqueles que conhecem as profecias bíblicas os sinais estão ficando a cada dia mais claros, o cumprimento do que está escrito no livro sagrado ocorre a olhos vistos, o que antes parecia loucura de fanáticos está sendo dito em alto e bom som por respeitadas autoridades, o tempo está mais próximo do que pensamos.
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