quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Microsoft requer patente de software de escritório "espião".

Microsoft Co. Ltd.Image via Wikipedia

Microsoft requer patente para software de escritório "espião".

By Alex Mostrous e David Brown
Timesonline.co.uk

A Microsoft está desenvolvendo um software estilo Big Brother capaz de acompanhar remotamente a produtividade do trabalhador, o seu bem estar físico e sua competência.

O The Times viu um pedido de patente requerido pela empresa para um sistema de computadores que liga os trabalhadores aos seus computadores através de sensores sem fio que medem o seu metabolismo. O sistema permite que os gerentes monitorem o desempenho dos trabalhadores através da medição da frequência cardíaca, temperatura corporal, movimentos, expressões faciais e a pressão sanguínea. Os sindicatos disseram temer que os funcionários pudessem ser julgados com base na avaliação de um computador sobre o seu estado fisiológico.

A tecnologia que permite o constante monitoramento dos trabalhadores era limitada aos pilotos, bombeiros e astronautas da NASA. Acredita-se que esta é a primeira vez que uma empresa propôs o desenvolvimento de um software como este para locais de trabalho comuns.

A Microsoft apresentou um pedido de patente nos Estados Unidos para um "sistema de monitoramento único" que poderia vincular os trabalhadores a seus computadores. Sensores sem fio podem ler "a frequência cardíaca, a resposta galvânica da pele, EMG, sinais cerebrais, a taxa de respiração, a temperatura corporal, os movimentos faciais, as expressões faciais e a pressão sanguínea", afirma o pedido.

O sistema também pode "detectar automaticamente frustração ou estresse do usuário" e "oferecer e prestar assistência em conformidade".

As alterações físicas de um funcionário corresponderiam a um perfil psicológico individual baseado no peso do trabalhador, na idade e na saúde.

Se o sistema pegar um aumento da frequência cardíaca ou expressões faciais sugestivas de estresse ou frustração, ele dirá a gerência que ele precisa de ajuda.

O comissário de informação, os grupos de liberdades civis e os advogados da privacidade criticaram fortemente o potencial do sistema para "levar a ideia de monitoramento de pessoas no trabalho a um outro nível". Hugh Tomlinson, um especialista em lei de proteção de dados da Matrix Chambers, disse ao The Times: "Este sistema envolve intrusão em todos os aspectos da vida dos trabalhadores. Isto levanta questões de privacidade muito sérias.

Peter Skyte, um funcionário do sindicato nacional Unite, disse: "Este sistema leva a ideia de monitoramento de pessoas no trabalho a um novo nível de invasão, mas de uma maneira muito antiquada, pois monitora o que está acontecendo em vez dos resultados. "O gabinete do comissário para a informação, disse:” A imposição de tal nível de intrusão sobre os trabalhadores só poderia ser justificada em circunstâncias excepcionais".

Nota: É interessante como os sistemas de monitoramento e vigilância ficam mais sofisticados a cada novo avanço tecnológico.

O termo Big Brother vem bem a calhar, usado no livro Admirável Mundo Novo para mostrar a vigilância constante sobre os indivíduos de uma sociedade do futuro, o livro foi escrito da década de 40, parece até uma profecia, ou quem sabe já era um planejamento esperando apenas o tempo certo de ser implantado.

O certo é que a cada dia perdemos um pouco de privacidade e nem notamos, tudo é sempre justificado como sendo necessário para a nossa própria segurança, no final das contas perdemos a privacidade e não ganhamos segurança.

Esse software ainda não foi patenteado, mas a simples ideia de que algo tão sofisticado já existe causa medo. Porque as vítimas dele pode ser qualquer um de nós. Imagine só você em frente do seu computador e um software como esse espionando sorrateiramente suas atividades e mandando dados sabe-se lá para quem.

As pessoas se esquecem que os governantes nem sempre serão democráticos e zelosos da lei, basta os exemplos ao redor ao mundo. Portanto, todo cuidado é pouco.





Reblog this post [with Zemanta]

Nenhum comentário:

  Estratégia Cloward-Piven Sergio Ricardo M. da Silva · Jun 11, 2016 Deve-se perder a ingenuidade para se entender a crise econômica — e ta...