Seja Bem-Vindo à Governança Global
Autor: Henry Lamb.
"Pouquíssimas pessoas percebem que existe um esforço gigantesco de criar a governança global — um eufemismo para governo mundial — que afetará drasticamente cada homem, mulher e criança no planeta Terra. Sendo um dos principais especialistas no assunto, Henry Lamb oferece uma singular compreensão sobre o surgimento da governança global, e suas consequências potencialmente muito graves para a humanidade." — Dr. Michael S. Coffman, presidente da Environmental Perspectives, Inc. [3].
Há mais de um século que persiste a ideia de um governo mundial. Desde a visão de Cecil Rhodes de um Império Britânico global, passando pela visão do presidente americano Woodrow Wilson de uma Liga das Nações e depois, durante a administração Roosevelt, com a criação da Organização das Nações Unidas, esse sonho de um governo mundial continua a avançar. Em Berlim, Barack Obama anunciou que é um 'cidadão do mundo'. Ele e seu governo estão prestes a oferecer homenagem a essa cidadania global.
As pessoas que criaram a Liga das Nações para o presidente Wilson eram assessores que operavam por trás dos bastidores. Nos EUA, os assessores de Wilson eram conhecidos como "A Consulta" do coronel Edward Mandell House. Na Inglaterra, o governo era assessorado pelo grupo de Alfred Milner, conhecido como "turma de Chatham House", criado por Cecil Rhodes em 1891.
Esses dois grupos rascunharam o Tratado de Versalhes, que terminou a Primeira Guerra Mundial — e criou a Liga das Nações.
Durante os dias finais das negociações do tratado, esses dois grupos se reuniram no Hotel Majestic, em Paris, e decidiram formalizar suas organizações. O grupo europeu transformou-se em Instituto Real das Relações Internacionais e o grupo americano, do coronel House, tornou-se o Conselho das Relações Internacionais (CFR). Esses dois grupos são o poder sustentador que esteve por trás da ideia do governo mundial durante todo o século 20.
[NT: Para saber mais sobre o CFR, leia os artigos "O Futuro Está Chamando — Parte 2: Organizações Secretas e Agendas Ocultas" e "O Futuro Está Chamando — Parte 3: Dias de Infâmia"].
Franklin Roosevelt serviu na administração do presidente Wilson e conhecia bem a Consulta, do coronel House, e o Conselho das Relações Internacionais. A administração Roosevelt foi preenchida por membros do CFR. Na verdade, o programa de recuperação econômica "New Deal", instituído nos anos da Grande Depressão, foi um produto do CFR.
O genro
do Roosevelt escreveu:
A maior parte do comitê de Roosevelt que rascunhou a Carta da ONU era formada por membros do Conselho das Relações Internacionais. Desde então, todas as administrações desde o governo Roosevelt, foram dominadas por membros do CFR. Durante o governo Clinton, o escritor do jornal Washington Post, Richard Harwood, informou que o Conselho das Relações Internacionais é "... a coisa mais próxima que temos de um Sistema governante nos Estados Unidos" e identificou dezenas de membros do CFR na Casa Branca. (Washington Post, 30 de outubro de 1993, A-21).
Os membros do CFR dominaram ambas as administrações Bush. Richard Haass serviu em ambas.
Até junho de 2003, ele era Diretor de Planejamento no Departamento de Estado. Ele renunciou para se tornar presidente do CFR, em julho de 2003.
Haass continua a promover a ideia de um governo mundial. Em um artigo publicado no jornal Taipei Times, ele escreveu: "... os Estados precisam estar preparados para ceder parte de sua soberania para os organismos globais para que um sistema internacional possa funcionar." [Taipei Times, 21 de fevereiro de 2006].
Aqui está o ponto crucial: A soberania nacional e a governança global são mutuamente exclusivas. As duas não podem existir ao mesmo tempo. Um país é soberano, ou não é.
A Liga das Nações fracassou por que os Estados Unidos não estavam dispostos a ceder sua soberania a um sistema internacional. A ONU prossegue por que os países continuam a ceder soberania, como Haass disse, "aos organismos globais".
O Conselho das Relações Internacionais, e a maior parte dos governos da Europa, estão convencidos que o único modo para o mundo sobreviver é por alguma forma de governança global. Eles defendem a opinião que:
"Governança não é governo — é a estrutura de regras, instituições e práticas que definem limites para o comportamento dos indivíduos, organizações e empresas." [Relatório da ONU Sobre o Desenvolvimento Humano, 1999, pág. 34.].
Qualquer autoridade que possa "limitar o comportamento de indivíduos, organizações e empresas" — é um governo.
Para esse sistema de "governança" funcionar, precisa existir um procedimento para criar leis e regras, uma fonte independente de receita, e um mecanismo para a imposição das leis. O procedimento para a criação de regras está bem estabelecido. O Tribunal Penal Internacional fornece a base para a imposição. Entretanto, a inexistência de uma fonte independente de receitas, impediu a ONU de se tornar o governo mundial que está planejado há tanto tempo. A atual crise econômica é a desculpa necessária para criar um mecanismo global de controle da economia global e instituir uma fonte independente de receitas para o governo mundial.
As Nações Unidas adotaram pela primeira vez uma "Nova Ordem Econômica Internacional" em 1974 (A/RES/S-6/3201). Ela propunha um sistema econômico socialista e global sob os auspícios da ONU. Felizmente, os Estados Unidos ignoraram a ideia e ela se desvaneceu, porém não morreu.
Em 1995, a Comissão patrocinada pela ONU sobre Governança Global publicou seu relatório final, intitulado "Our Global Neighborhood" (Nossa Vizinhança Global). Entre as muitas recomendações feitas para efetivar a governança global havia uma proposta para a criação de um Novo Conselho de Segurança Econômica. Sua jurisdição incluiria:
"... ameaças de longo prazo para a segurança em seu sentido mais amplo possível, como crises ecológicas compartilhadas, instabilidade econômica, desemprego crescente... pobreza em massa... e a promoção do desenvolvimento sustentável."
Adele Simmons foi a representante americana na Comissão Sobre Governança Global; ela era membro do Conselho das Relações Internacionais.
Antes de deixar o cargo, o presidente George W. Bush convocou uma reunião do G20 para definir a pauta para um encontro em Londres, em abril de 2009. Eles esperavam criar um sistema global para finalmente controlar a economia global. Seja lá qual for a estrutura que sairá do encontro, ela provavelmente receberá poderes para controlar a economia global e conectar as ações econômicas com as questões ecológicas e também de justiça social — exatamente como prescrito pela Comissão Sobre Governança Global.
A criação da Organização Mundial do Comércio (OMC) avançou muito no caminho para dar a um "organismo internacional" o poder de regular o comércio. Os EUA cederam uma soberania significativa quando concordaram em adequar suas leis e regulamentos às determinações dessa agência da ONU.
O Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e o Banco de Compensações Internacionais ainda não operam pelo consenso de diretorias indicadas de forma arbitrária pela ONU. Além disso, até aqui, a ONU não foi capaz de encontrar um modo de instituir uma fonte de receitas sobre as transações que envolvam o câmbio internacional de moedas. Mas isso poderá mudar a partir do encontro do G20 em Londres, em abril.
Os líderes europeus já estão fazendo barulho por um controle internacional mais rígido sobre a economia global. Entre as ideias avançadas no passado estão o licenciamento e até mesmo regulações ainda mais rígidas da ONU sobre o comércio internacional; colocar representantes da ONU nas reuniões de diretores das empresas multinacionais; e tributação internacional sobre o privilégio de realizar negócios em escala global.
Quem controla o fluxo do dinheiro controla a atividade daqueles que têm dinheiro, bem como daqueles que querem ganhar dinheiro. Por exemplo, seja lá qual for a estrutura econômica internacional que possa aparecer, uma nação poderá ser forçada a adotar os objetivos sobre o aquecimento global prescritos pela ONU para poder participar das transações econômicas. Essa nova estrutura econômica internacional poderá fixar alíquotas de tributação, definir as taxas de juros e as condições para a concessão de crédito.
Essa estrutura econômica internacional proposta poderá solapar o último vestígio de soberania dos EUA. Com exceção do congressista e ex-candidato a presidente Ron Paul, e de Glenn Beck, do canal Fox News, a mídia ou os políticos quase não expressam preocupação com essas questões.
A governança global já está às portas do mundo. Gustav Speth, que serviu na equipe de transição de Bill Clinton antes de ser indicado para chefiar o programa de Desenvolvimento da ONU, declarou o seguinte em uma conferência global em 1997:
"A governança global está aqui para ficar e, dirigida pela globalização econômica e ambiental, ela inevitavelmente se expandirá."
Strobe Talbott, Subsecretário do Departamento de Estado durante a administração Clinton, disse à revista Time:
"... dentro dos próximos cem anos... nacionalidade, como a conhecemos hoje, estará obsoleta; todos os Estados reconhecerão uma única autoridade global.".
Ambos esses indivíduos são membros do Conselho das Relações Internacionais. Timothy Geithner, atual Secretário do Tesouro, e Lawrence Summers, principal assessor econômico do presidente Obama, representarão os EUA no encontro do G20 em abril. Ambos são membros do Conselho das Relações Internacionais. Hillary Clinton, Secretária de Estado, endossou publicamente o governo mundial quando elogiou Walter Cronkite por seu trabalho, com o qual ele recebeu o prêmio "Governança Global", da Associação Federalista Mundial.
Em todos os anos da administração Clinton e também durante os anos do governo Bush, membros do Conselho das Relações Internacionais promoveram o avanço da governança global. A oposição na Câmara dos Representantes e no Senado e, algumas vezes, a oposição de um obstinado presidente Bush, bloquearam a participação dos EUA no Protocolo de Kyoto, no Tribunal Penal Internacional, na Convenção Sobre a Lei do Mar, na Convenção Sobre os Direitos da Criança e na imposição de uma tributação da ONU sobre o câmbio de moedas.
Hoje, a oposição à governança global diminuiu no Congresso e desapareceu na Casa Branca. Com os olhos arregalados, os EUA estão dando as boas-vindas à governança global. A atual administração, com a aprovação da maior parte do Congresso, cederá a soberania a um sistema internacional que não presta contas a ninguém e não possui moralidade. A ONU está ansiosa para financiar suas aventuras malignas com o dinheiro colocado à sua disposição por aqueles que compraram a promessa de esperança e cegamente votaram por mudança.
Uma vez que a ONU obtenha uma fonte independente de receitas para financiar suas forças de "paz", que poderão impor os tratados e os decretos do Tribunal Penal Internacional, não haverá força na Terra capaz de derrubá-la. Quando todos perceberem o verdadeiro custo da governança global, será tarde demais. A ONU controlará o fluxo do dinheiro e da energia disponíveis para cada país.
O presidente Obama e a atual maioria no Congresso já terão saído de cena há muito tempo, deixando a próxima geração a amaldiçoar a estupidez de seus pais e a somente imaginar o que era viver em liberdade.
Autor:
Henry Lamb — artigo original em http://www.crossroad.to/articles2/009/sovereignty/global-gov.htm
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/govglobal.asp
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A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/govglobal.asp
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