segunda-feira, 19 de março de 2012

Drones Orwellianos: "Olho no céu" espionando os americanos

Northrop Grumman RQ-4Northrop Grumman RQ-4 (Photo credit: gordontour)
Drones Orwellianos: "Olho no céu" espionando os americanos

Por Stephen Lendman

O poder do dinheiro governa a América. Bem como os lobies representantes de todas as corporações e outros interesses.

A Associação Internacional para Sistemas de Veículos Não-tripulados (AUVSI, em inglês) representa dezenas de empresas influentes.

Incluindo Lockheed Martin, Boeing, Northrop Grumman, Raytheon, Bell Hellicopter Textron, Sikorski Aircraft, Goodrich, General Dynamics, Honeywell, Booz Allen Hamilton, Hill & Knowlton e muitas outras que promovem a tecnologia drone de veículos aéreos não-tripulados (UAV, em inglês). 
Alvejar países contrários é o mais novo esporte da América. De centros de comando distantes, operadores matam por controle remoto. Eles usam teclados de computadores e múltiplos monitores. Os UAVs permanecem prontos ininterruptamente para as missões.

Os drones predadores realizam matanças higiênicas a baixo custo comparadas as aeronaves tripuladas. Especialistas independentes acreditam que os militantes são atingidos em cerca de 2% das vezes. Todos os outros são não combatentes, a despeito da negação dos oficiais.
 Em 1995 os drones predadores foram usados pela primeira vez na Bósnia. Em 2001, o Drone Global Hawk foi usado no Afeganistão. No decorrer das guerras do Afeganistão e do Iraque o Pentágono usou vários tipos de drones para missões de combate e espionagem.

Na Líbia, Obama autorizou drones Predator. Eles operaram durante a guerra. Eles também foram usados no Iêmen, Somália, e onde quer que Washington designasse alvos para matar.

O cidadão americano Anwar al-Aulaqi foi assassinado dessa maneira. Assim pode ser com qualquer um em qualquer lugar na lista de alvo da América, incluindo talvez a nível nacional brevemente.

Os planos de Washington agravaram a matança dos drones, bem como a espionagem sobre os americanos. Atualmente, cerca de um em cada três aviões de guerra são drones. Um dia talvez todos eles serão não tripulados.

Drones domésticos espionando na América

Em 10 de janeiro a advogada da Electronic Frontier Foundation (EFF) Jennifer Lynch, mencionou a manchete "Estão os drones vigiando você?", dizendo:

A EFF processou a Federal Aviation Administration por uso doméstico de drone. Perguntando quem está pilotando os UAVs?

Drones carregam equipamentos de vigilância, incluindo vídeo câmeras, câmeras de infravermelho, censores de calor, e radar para espionagem sofisticada virtualmente constante. As mais novas versões carregam câmeras "gigapixel" de super alta resolução. Elas permitem rastrear acima de 20.000 pés. Elas podem monitorar até 65 inimigos simultaneamente, e podem ver alvos a até 25 milhas de distância.

Os drones predadores podem escutar transmissões eletrônicas. Um novo modelo é capaz de penetrar redes wi-fi e interceptar mensagens de texto e chamadas de telefone celular secretamente.

Até mesmo domesticamente, drones podem ser armados com tasers e outros dispositivos capazes de machucar ou talvez matar.

Atualmente, a Alfândega e Proteção a Fronteiras dos Estados Unidos usa UAVs para vigiar as fronteiras. As agências de aplicação da lei locais e estaduais também usam eles para investigar "roubo de gado, tráfico de drogas e procurar pessoas desaparecidas."

Voar acima de 400 pés requer certificação da FAA. As informações sobre quem obteve autorização para quais propósitos são indisponíveis.

A FAA está sob o Departamento de Transporte (DOT, em inglês). Que falhou em responder a um pedido da Lei de Liberdade de Informação do EFF em abril de 2011. O advogado do EFF, Lynch disse:

"Drones dão ao governo e outros operadores do UAV uma poderosa nova ferramenta de vigilância para coletar dados extensivamente e intrusivamente sobre os movimentos e atividades dos cidadãos americanos".

"Enquanto o governo começa a tomar decisões políticas sobre o uso destas aeronaves, o público precisa saber mais sobre como e porque estes drones estão sendo usados para vigiar os cidadãos dos Estados Unidos."

Drones "poderiam aumentar dramaticamente o rastreamento físico de cidadãos - rastreamento que pode revelar detalhes pessoais profundos sobre nossas vidas privadas. Estamos pedindo ao DOT para seguir a lei e responder a nossa solicitação para que possamos aprender mais a respeito disso" que o público tem o direito de saber.

A Suprema Corte não tem sido amigável ao povo em muitas questões, incluindo privacidade. Em Estados Unidos vs. Place (1983), a Corte declarou que farejamento por cães policiais treinados para detectar drogas ilegais não são buscas sob a Quarta Emenda.

Elas são sui generis, destinadas apenas a revelar a presença ou ausência de narcóticos. Em outras palavras, as proteções da Quarta Emenda não se aplicam a examinadores não humanos. Como resultado, direitos de privacidade estão no bloco de corte para a eliminação. Agora mesmo, de fato, eles estão gravemente comprometidos sob a política de vigilância institucionalizada da administração Bush (e agora de Obama).

Em 2007, O Departamento de Segurança Interna (DHS, em inglês) autorizou a espionagem através do National Applications Office (Escritório Nacional de Aplicativos, que é um departamento que proporciona aos oficiais federais, locais e estaduais acesso irrestrito a imagens de satélites espiões). Isso foi descrito como "o agente executivo para facilitar o uso dos ativos tecnológicos da comunidade de inteligência para propósitos de cumprimento da lei e segurança interna para civis dentro dos Estados Unidos."

Com ou sem autorização do Congresso ou de supervisão, o ramo executivo deve autorizar essa tecnologia sofisticada, incluindo imagem de satélite militar, para espionar sorrateiramente os americanos.

Embora os planos iniciais estejam atrasados, o olho no céu espionando ao redor, potencialmente monitorará todos em todo lugar uma vez que a plena implementação seja atingida. Incluídos estarão milhares de drones Big Brother observando.

Em 3 de fevereiro, A Lei de Reautorização da FAA (HR 658) passou por ambas as casas do Congresso depois que diferenças entre as versões do Senado e da Câmara foram resolvidas. Espera-se que Obama assine em breve.

Ela autoriza drones domésticos espionarem sob condições para testar e licenciar drones comerciais por volta de 2015. Estima-se que mais de 30.000 UAVs poderão esta r sobrevoando a América em 2020. Defensores da privacidade estão preocupados. Steven Aftergood, diretor da Federação Americana de Cientistas de Projetos Secretos do Governo, disse:

"Há sérias questões políticas no horizonte sobre privacidade e vigilância, tanto de agências do governo quanto de entidades comerciais".

De acordo com o Centro Amie Stepanovich de Privacidade Eletrônica de Informação, "Atualmente, a única barreira para o uso corriqueiro de drones para vigilância persistente são os requerimentos de procedimento impostos pela FAA para a emissão de certificados."

Mudando as regras muda o jogo. Espera-se. Vai acontecer uma vez que Obama assine a HR 658. A proliferação de UAV agora mesmo está se expandindo rapidamente. Uma folha técnica da FAA em julho de 2010 disse que somente na América, "aproximadamente 50 companhias, universidades e organizações governamentais estão desenvolvendo e produzindo em torno de 155 projetos de aeronaves não tripuladas."

Espera-se que a América seja responsável por cerca de 70% do crescimento global. Em 2011, o Congresso, o Departamento de Defesa e os governos locais e estaduais, bem como a AUVSI (Associação Internacional para Sistemas de Veículos Não Tripulados) pressionaram a FAA para rever e expandir seu atual programa de "Certificado de Autorização ou Concessão (COA)" relativo a aeronave não tripulada (UA).

A agência também está examinando suas próprias regras para pequenas UAs. É esperado que autorize um uso expandido do COA brevemente.

Preocupações da ACLU (União Americana das Liberdades Civis)

Em 6 de fevereiro, a ACLU publicou, "Congresso tentando acelerar o uso de drone doméstico, Privacidade Excluída," dizendo:

De fato, o Congresso já autorizou o aumento de drones domésticos. Obama está prestes a assinar em forma de lei a HR 658. As disposições nela incluem requerer a FAA:

1) Simplificar e acelerar permissão para operações de drone. A agência já está trabalhando no afrouxamento das regulamentações até a primavera de 2012.
2) Estabelecer projeto piloto dentro de seis meses para seis zonas de testes para integrar drones "dentro do sistema de espaço aéreo nacional."
3) Criar um plano abrangente dentro de nove meses "para acelerar com segurança a integração dos sistemas de aeronave não tripulada civil (operados privadamente) dentro do sistema de espaço aéreo nacional."
4) Depois de apresentar um plano abrangente, publicar as regras finais dentro de 18 meses para permitir a operação civil de pequenos drones (menos de 55 libras) no espaço aéreo nacional.

Em 15 de dezembro, a ACLU publicou um relatório intitulado, "Protegendo a privacidade da vigilância aérea: Recomendações para uso de aeronave Drone pelo governo", dizendo:

Eles estão chegando a América. A privacidade pode estar seriamente comprometida. Proteções são urgentemente necessárias. O relatório recomenda que "drones não deveriam ser posicionados a menos que haja motivos para acreditar que eles coletarão provas de um crime específico."

"Se um drone vai se intrometer em razoáveis expectativas de privacidade, um mandado deveria ser requerido." O relatório também pede "restrições na retenção de imagens de pessoas identificáveis, bem como um processo aberto para desenvolvimento de políticas sobre como os drones serão usados."

Sobrevoos desenfreados de drones na América mudam o jogo. Uma "sociedade de vigilância" será institucionalizada para monitorar, rastrear e gravar "cada movimento nosso".

Dada uma propensão bipartidária para espionar, espere o pior. Privacidade, como outros direitos civis e humanos, está desaparecendo rápido sob as políticas em vigor ou chegando para destruí-la.
Stephen Lendman mora em Chicago e por ser achado em lendmanstephen@sbcglobal.net
Fonte: www.globalresearch.ca











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Um comentário:

Apelido disponível: Sala Fério disse...

A quantidade de mortos civis por ataques de drones pelo mundo já supera, talvez, o total de mortos nos ataques das torres gêmeas. A guerra americana, chamada de 'guerra ao terror' é pretexto para tomarem riquezas e invadirem países, bem como trucidar inimigos sem ter que responder pelas violações de direitos, sem respeitar as convenções da ONU sobre guerras e populações civis.
Comento esses e outros temas em meu modesto blog:

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