A ameaça da ONU para a
liberdade da internet
Por Robert McDowell
Em 27 de fevereiro um
processo diplomático começará em Genebra que poderá resultar em
um novo tratado dando as Nações Unidas poderes inéditos sobre a
internet. Dezenas de países, incluindo Rússia e China, estão se
esforçando para alcançar este objetivo até o fim do ano. Como o
primeiro ministro russo Vladimir Putin disse em junho passado, seu
objetivo e o de seus aliados é estabelecer "um controle
internacional sobre a internet" através da União Internacional
de Telecomunicações" (ITU, em inglês), um tratado baseado na
organização, sob os auspícios da ONU.
Se for bem sucedido,
estas novas propostas regulatórias subverterão o florescente regime
da internet, o qual está em vigor desde 1988. Naquele ano delegados
de 114 países se reuniram na Austrália para concordar com um
tratado que preparou o terreno para uma dramática liberalização
das telecomunicações internacionais. Isso isolou a internet da
regulamentação econômica e técnica e rapidamente se tornou no
maior sucesso de desregulamentação da história de todos os tempos.
Desde o início da Net,
engenheiros, acadêmicos, grupos de usuários e outros tem estado
congregados de baixo para cima em organizações não governamentais
para mantê-la operante e próspera através do que é conhecido como
um modelo de governança "de múltiplos agentes
envolvidos/interessados". Esta abordagem de setor privado
motivado por consenso de propósitos tem sido a chave para o
fenomenal sucesso da NET.
Em 1995, logo depois
que ela foi privatizada, somente 16 milhões de pessoas usavam a
internet no mundo todo. Em 2011, mais de 2 bilhões estavam online, e
esse número está crescendo em pelo menos meio milhão a cada dia.
Esse crescimento explosivo é o resultado direto, via de regra, dos
governos manterem as mãos longe da esfera da internet.
Acesso a Net,
especialmente através de dispositivos móveis, está melhorando a
condição humana mais rapidamente, e mais fundamentalmente, do que
qualquer outra tecnologia na história. Em nenhum lugar isso é mais
verdade do que no mundo em desenvolvimento, onde tecnologias de
internet irrestritas estão expandindo economias e elevando os
padrões de vida.
Fazendeiros que vivem
longe dos mercados são agora capazes de encontrar compradores para
suas lavouras através de seus dispositivos conectados a internet sem
assumir os riscos e despesas de viajar com suas mercadorias. Pais
preocupados são capazes de entrar online para localizar remédios
para suas crianças doentes. E os proponentes da liberdade política
são mais capazes de partilhar informações e organizar apoio para
derrubar os muros da tirania.
A internet também tem
sido uma criadora de empregos da Net. Um recente estudo McKinsey
descobriu que para cada emprego destruído pela conectividade da
internet, 2,6 novos empregos são criados. Não é coincidência que
estes maravilhosos desenvolvimentos floresceram enquanto a internet
migrava para bem longe do controle do governo.
Hoje, contudo, Rússia,
China e seus aliados dentro dos 193 estados membros do ITU querem
renegociar o tratado de 1988 para expandir seu alcance dentro de
áreas anteriormente desregulamentadas. Ler uma lista mesmo parcial
de propostas que poderão estar codificadas na lei internacional em
dezembro próximo na conferência de Dubai é assustador:
*Submeter a
cibersegurança e a privacidade de dados ao controle internacional;
*Permitir as companhias
telefônicas estrangeiras cobrar taxas para o tráfego
"internacional" de internet, talvez até mesmo na base do
"por-click" para certos destinos web, com o objetivo de
gerar renda para as companhias telefônicas estatais e para os
tesouros dos governos;
*Impor regulamentações
econômicas sem precedentes tais como mandatos para as taxas, termos
e condições para os atualmente desregulamentados acordos de tráfego
de troca conhecidos como "peering".
*Estabelecer pela
primeira vez domínio do ITU sobre importantes funções da Força
Tarefa de Engenharia da Internet, da Sociedade da Internet e outros
grupos de múltiplos interesses que estabelecem os padrões técnicos
e de engenharia que permitem a internet funcionar;
*Regular as práticas e
taxas do roaming móvel internacional;
Muitos países no mundo
em desenvolvimento, incluindo Índia e Brasil, estão particularmente
intrigados por estas ideias. Muito embora as tecnologias com base na
internet estejam melhorando bilhões de vidas em todo lugar, alguns
governos se sentem excluídos e querem um maior controle.
Vamos encarar, regimes
fortes estão ameaçados pelo clamor popular por liberdade política
que são permitidos pela conectividade irrestrita da internet. Eles
formaram coalizões impressionantes, e seus esforços tem progredido
significativamente.
Simplesmente dizer
"não" a qualquer mudança para qualquer estrutura de
governança da internet é provável que seja uma proposição
perdedora. Uma estratégia mais bem sucedida seria que os proponentes
da liberdade e prosperidade da internet dentro de cada nação
encorajar um diálogo entre todas as partes interessadas, incluindo
os governos e o ITU, para ampliar o guarda-chuva dos múltiplos
agentes envolvidos/interessados com o objetivo de alcançar o
consenso para abordar as preocupações razoáveis. Como parte desse
diálogo, poderíamos enfatizar os tremendos benefícios que a
internet tem rendido para o mundo em desenvolvimento através do
modelo de múltiplos agentes envolvidos/interessados.
Derrubar esse modelo
com um novo tratado regulador é suscetível uma partição da
internet, enquanto alguns países inevitavelmente escolheriam optar
por sair. Uma internet balcanizada seria devastadora para o livre
comércio global e para a soberania nacional. Isso prejudicaria o
crescimento da internet mais severamente no mundo em desenvolvimento,
mas também globalmente, enquanto as tecnologias são forçadas a
procurar permissão burocrática para inovar e investir. Isso também
minaria a proliferação de novas tecnologias transfronteiriças como
a computação nas nuvens.
Uma sobreposição
regulatória internacional centralizada de cima para baixo é
contrária a arquitetura da Net, que é uma rede global de redes sem
fronteiras. Nenhum governo, muito menos um órgão
intergovernamental, pode tomar decisões econômicas e de engenharia
em tempo tão rápido como a internet. Produtividade, crescentes
padrões de vida e a expansão da liberdade em todo lugar, mas
especialmente no mundo em desenvolvimento, chegariam a um impasse
enquanto as decisões de planejamento e negócios se tornassem
politicamente paralisadas dentro de um órgão regulador global.
Qualquer tentativa de
expandir os poderes intergovernamentais sobre a internet - não
importa quão gradual ou aparentemente inócuos - deveria ser
retirada. Modernização e reforma podem ser construtivas, mas não
se o resultado final for uma nova burocracia global que diverge do
modelo de múltiplos agentes envolvidos/interessados. Nações
esclarecidas deveriam estabelecer uma linha demarcatória contra
novas regulamentações enquanto acolhem uma reforma que inclua um
papel não regulamentador para o ITU.
As forças pró
regulamentação estão, até agora, muito mais energizadas e
organizadas do que aquelas a favor da abordagem dos múltiplos
agentes envolvidos/interessados. Os proponentes da regulamentação
somente precisam assegurar uma maioria simples dos 193 estados
membros para codificarem sua agenda radical e contraprodutiva.
Diferente do Conselho de Segurança da ONU, nenhum país pode exercer
um veto nos procedimentos do ITU. Com isso em mente, alguns estimam
que aproximadamente 90 países poderiam estar apoiando uma
regulamentação intergovernamental da NET - uns meros sete de
distancia da maioria.
Enquanto o precioso
tempo se perde, os Estados Unidos não nomearam um líder para a
negociação do tratado. Temos de acordar de nossa letargia e nos
engajar antes que seja tarde demais. Não só esses desenvolvimentos
têm o potencial de afetar as vidas diárias de todos os americanos,
eles também ameaçam a liberdade e prosperidade através do globo.
Fonte: online.wsj.com
Em 2003 havia
indicações de que a ONU estava procurando controlar o uso da
internet. Os Fabianos têm trabalhado nessas coisas por um longo
tempo, e eles não desistirão.
Também dê uma olhada
nisso: Proposta da polícia dinamarquesa: Banir o uso anônimo da
internet. Estas pobres vítimas da prisão mental chamada Modelo
Nórdico nem mesmo têm um conceito de privacidade ou
individualidade. Portanto uma sugestão como essa não é ultrajante
ou mesmo problemática para eles.
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