FMI: Pior da crise financeira ainda está por vir
Um relatório divulgado nesta terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sugere que o pior da atual crise financeira global ainda está por vir.
O documento, intitulado Estabilidade Financeira Global, afirma que o sistema financeiro atravessa o que o FMI classificou como "um período de turbulências sem precedentes" e prevê que bancos em todo mundo continuarão a registrar fortes perdas.
O FMI ressaltou a determinação dos governos em responder aos atuais desafios, mas disse que "a restauração da estabilidade financeira se beneficiaria de um comprometimento coletivo das autoridades, que devem tratar o problema com eficiência".
Para o diretor do fundo, Dominique Strauss-Kahn, "o tempo das soluções à conta gotas chegou ao fim".
"Eu peço aos legisladores que tratem esta crise com medidas abrangentes que restaurem a confiança no setor financeiro. Ao mesmo tempo, os governos nacionais devem coordenar de perto esses esforços para trazer de volta a estabilidade do sistema financeiro internacional."
EUA: Epicentro da crise
Na avaliação do FMI, ficará cada vez mais difícil para as instituições bancárias abastecerem seus caixas com capital proveniente de acionistas ou de fundos de investimentos estatais baseados na Ásia ou no Oriente Médio.
Com a crise do crédito e a confiança em baixa, os bancos enfrentarão dificuldades para captar capital, o que significa que governos terão de se envolver cada vez mais em operações de resgate, como a que salvou os bancos hipotecários americanos Fannie Mae e Freddie Mac.
O relatório do FMI demonstra apoio às linhas gerais do pacote de ajuda econômica de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso americano na semana passada, mas ressalva que os "detalhes de sua implementação serão cruciais para seu sucesso".
O estudo diz que os Estados Unidos continuam no "epicentro da crise" e que o declínio contínuo no mercado imobiliário americano e a desaceleração da economia global devem aumentar o número de inadimplências de hipotecas e de outros tipos de empréstimos.
O FMI estima que as perdas nos Estados Unidos originadas de empréstimos e outros produtos financeiros devem chegar a US$ 1,4 trilhão, um aumento significativo em relação aos US$ 945 bilhões estimados no relatório divulgado em abril deste ano.
Para a instituição, os mercados emergentes estão correndo sérios riscos e países do leste europeu também poderão ser seriamente atingidos diante do grande número de empréstimos hipotecários concedidos por bancos a pessoas de baixa renda.
O relatório faz algumas recomendações com objetivo de tentar ajudar as autoridades a resgatar a confiança "nessas circustâncias excepcionais".
Entre elas estão respostas rápidas, por parte dos governos, aos primeiros sinais de perdas no setor financeiro como forma de evitar "repercussões sistêmicas", e a garantia de que intervenções governamentais de emergência sejam temporárias e que os interesses dos contribuintes sejam protegidos. --http://oglobo.globo.com/economia/mat/2008/10/07/fmi_pior_da_crise_financeira_ainda_esta_por_vir-548593349.asp
Nota: Até onde esta crise nos levará? Nas décadas de 80 e 90 o FMI obrigava as economias emergentes a aderirem ao programa neoliberal, que na verdade de liberal tinha muito pouco, o que ocorreu na verdade foi uma brutal concentração de poder nas instituições financeiras estrangeiras, agora estas mesmas instituições de dominam as finanças de praticamente todo ocidente estão em crise e o FMI vem a público dizer que a crise ainda vai ficar pior, na verdade parece que este organismo, protótipo do futuro Governo Mundial, quer mesmo é espalhar pânico para assim conseguir avançar sua agenda oculta como mostra a reportagem a seguir.
FMI diz que é preciso atuar de forma rápida e coordenada contra crise
Paris, 4 out (EFE).- O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou hoje, em Paris, que para fazer frente à crise financeira internacional "é preciso atuar rápido e de forma coordenada".
Strauss-Khan, que fez estas declarações depois de se reunir com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, disse ainda que "a situação é muito preocupante", e apoiou a vontade do chefe de Estado francês de fazer "os europeus se coordenarem".
O diretor-executivo do FMI, que reiterou seu apoio ao pacote do Governo americano para salvar o setor bancário "por ser um plano global", afirmou que é preciso reformar a arquitetura do sistema financeiro internacional e que, para isso, será necessária a ajuda de outros países que não os do G8 (as sete nações mais industrializadas e a Rússia).
Sarkozy recebeu Strauss-Khan poucas horas antes da reunião que ainda hoje, no Palácio do Eliseu, vai reunir os chefes de Estado ou de Governo dos quatro países europeus no G8 (França, Alemanha, Reino Unido e Itália), além dos presidentes da Comissão Européia, do Banco Central Europeu e do Eurogrupo.
Durante o encontro com o presidente francês, o diretor do FMI disse ainda que a entidade vai publicar previsões "sensivelmente revisadas para baixo" a respeito do que já havia anunciado, e que no setor financeiro "as perdas se revelam maiores" do que o antecipado em abril.
Strauss-Khan também apoiou a iniciativa de Sarkozy de conseguir "a coordenação dos europeus" no encontro de mais tarde com os chefes de Governo de Alemanha, Angela Merkel, Reino Unido, Gordon Brown, e Itália, Silvio Berlusconi.
"A Europa deve assumir suas responsabilidades, como os Estados Unidos o fizeram, embora talvez um pouco tarde", disse à imprensa.
A experiência do FMI, declarou, é que em situações deste tipo "a resposta tem que ser global", por isso a mobilização de Sarkozy, "que quer uma coordenação dos europeus, que quer uma resposta coletiva, que quer evitar que haja uma ausência de solidariedade entre os europeus".
Strauss-Kahn disse esperar que a reunião de hoje em Paris termine com "uma mensagem de coordenação, de ação coletiva, que é mais necessária porque a Europa é uma construção mais complexa que os EUA" Perguntado sobre se a Europa precisa de um plano similar ao americano, Strauss-Khan respondeu: "A situação na Europa é diferente".
"Na Europa é preciso uma coordenação (...). O que conta é que ninguém atue por conta própria, como alguns Estados já fizeram um pouco. Toda ação deve ser decidida de forma coordenada. É preciso indicar ao mercado e à opinião pública que os Governos e a UE tomam as rédeas", acrescentou.
--http://economia.uol.com.br/ultnot/efe/2008/10/04/ult1767u130157.jhtm
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