quinta-feira, 25 de junho de 2009

Visa Debit logoImage via Wikipedia

Pagamentos por celular ainda não fazem parte do dia-a-dia.

Danilo Amoroso.
Apesar da comodidade e facilidade, os brasileiros ainda não estão acostumados com esta nova tecnologia.

No começo de 2007, uma novidade para usuários de celular prometia facilitar e muito a vida na hora de pagar aquele táxi, aquela refeição ou compras de valor menor. O pagamento via celular era apresentado com grandes expectativas, chegando a anunciar que era esperada a movimentação de 40 bilhões de reais. Hoje, mais de dois anos depois, será que a tecnologia vingou? É o que este artigo mostra para você.

O motivo de investir na tecnologia de pagamentos via celular é simples: em 2006, o número de aparelhos no Brasil beirava os 100 milhões. Quem em sã consciência perderia um mercado como esse? Bancos e operadoras de celular começaram então a investir mais nesse nicho. Hoje é possível, sim, adquirir serviços e efetuar pagamentos via celular. Por exemplo, ingressos para o cinema podem ser comprados via SMS (mensagens de texto) e EMS (mensagens multimídia).

Vendas em lojas também podem ser efetuadas através do celular. O melhor exemplo disso é o Paggo, serviço da Oi no qual lojas e clientes cadastrados efetuam compras como se o cartão de crédito estivesse no celular. O cliente fornece o número dele e recebe um torpedo com os dados da compra. Basta autorizar a transação com a senha, digitando-a no celular mesmo.

O celular ajudando a pagar contas e serviços.

Porém, esse tipo de comodidade ainda não conseguiu atingir um grande público. Segundo Percival Jatobá, diretor executivo de produtos da Visa do Brasil, em entrevista ao IDG Now, este tipo de avanço é uma prioridade da Visa, mas ainda não emplacou pela necessidade de tempo para implantação e falta de costume dos consumidores. Ainda segundo Jatobá, não é possível precisar quando essa comodidade fará parte do cotidiano do grande público, pois cada mercado reage à sua maneira, mas pode ser que o avanço seja grande em menos de 10 anos.

No Brasil essa onda ainda engatinha, mas ela já atingiu outro patamar de popularidade na Ásia e na Europa.

Exemplos de pagamento via celular

Será que o celular é capaz de substituir os cartões de crédito.Pagamentos via celular podem ser efetuados de diferentes maneiras. Em lojas, a maneira mais comum é através da troca de mensagens de texto. O cliente faz um pedido e a operadora informa o lojista que a transação foi aceita para finalizar a compra. Outra possibilidade é o uso de mensagens multimídia com códigos de barra que podem ser lidos para concretizar a transação. Este método é usado, por exemplo, na compra de ingressos para cinemas e eventos.

Problemas nesse tipo de transação são os mesmos do envio de mensagens normais. Há um risco de as mensagens não serem entregues ou demorar muito. Outro risco é o de fraude ou clonagem, algo que qualquer cartão de crédito está suscetível. O que reduz esses riscos é o uso de tecnologia GSM e o uso de senhas pessoais pelos usuários.A vantagem deste tipo de transação é fazer pedidos e confirmar a compra mesmo que cliente e lojista estejam longe um do outro.

Há também o método de cobrança direta na conta do celular, o mais popular na Ásia. Este método é utilizado em sites de ecommerce, por exemplo, com autenticação de dois fatores: um código PIN e uma senha. Este método é mais cômodo porque não exige o uso de cartões ou cadastro em algum site de pagamento online.

A mais nova tecnologia: passe o celular!

Imagine que você vai entrar no metrô, passa seu celular no leitor da catraca e pronto, sua tarifa está paga. É o mesmo princípio de leitura de cartões, porém aplicado a aparelhos celulares. Esta tecnologia chama-se Near Field Communication (NFC, comunicação em campo próximo) e permite que equipamentos eletrônicos comuniquem entre si através de uma frequência de rádio de alcance curto.

Para passar o celular, é necessário ter um chip adequado.Em celulares, essa comunicação é possibilitada através do chip do usuário compatível com este tipo de leitura. Este método é considerado mais seguro porque leitor e cartão precisam estar próximos um do outro, o que impossibilita o roubo de dados a distância. Além disso, transações sem verificação de identidade são limitadas a quantias pequenas, o que torna a recompensa baixa para malfeitores. Em alguns casos, é necessário digitar uma senha, mas não sempre.

A previsão é de que este tipo de transação chegue ao mercado de massa em 2012. O que dificulta a aplicação desta tecnologia em grande escala é a falta de aparelhos celulares equipados com o chip necessário. Em três anos, a expectativa é de que 20% dos aparelhos tenham este recurso.

No Brasil

Por aqui há alguns exemplos de como esta tecnologia está sendo aplicada. Clientes do Banco do Brasil, por exemplo, pagar contas de até R$ 100 com cartão de crédito e débito através do celular com o serviço Visa Mobile Pay. Sites como Americanas.com, Pernambucanas e alguns supermercados já aceitam pagamentos via celular. Outro exemplo do uso dessa tecnologia é o serviço Oi Paggo, da operadora Oi.

O potencial desta tecnologia é enorme. O que falta é a aceitação e o costume por parte dos consumidores. A partir do momento em que usuários "digitalizarem" sua carteira, ela só tende a melhorar.

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