terça-feira, 25 de setembro de 2012

O governo americano realizou experimentos em veteranos militares sob as operações MKUltra, Bluebird e Artichoke

Seal of the C.I.A. - Central Intelligence Agen...
Seal of the C.I.A. - Central Intelligence Agency of the United States Government (Photo credit: Wikipedia)
Por J.D.Heyes

(NaturalNews) - Os Estados Unidos, pelos seus esforços, alcançou muito em seus mais de 230 anos de história. É uma benevolente superpotência mundial, geralmente, que serve como um farol de esperança e liberdade para um mundo cada vez mais oprimido, enquanto serve como um guardião contra a tirania para pelo menos metade das quase sete bilhões de pessoas do mundo.

Mas alguns capítulos em nossa história - escravidão, opressão das tribos americanas nativas, causas do movimento de direitos civis, e momentos de inconstitucionalidade da parte de nossos líderes eleitos - servem mais do que simples manchas em um registro de outra forma admirável de defesa da liberdade e imunidade. Uma mancha é a forma como temos tratado alguns veteranos militares de nossa nação.

Os mau-tratos são resumidos em um caso federal recente. No final de julho um grupo de veteranos conseguiu ganhar no tribunal uma ordem forçando o Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos a entregar uma coleção de documentos detalhando as experiências com drogas da época da guerra fria em veteranos do Vietnã. O que é tão problemático sobre este caso não é a decisão - o assunto de veteranos deve a estes veteranos quaisquer respostas que eles estejam procurando- mas o fato de que o caso tivesse de ser apresentado.

"Projeto Paperclip"

De acordo com os documentos do tribunal, a juíza Jacqueline Scott Cortey, em Oakland, Califórnia, disse em sua sentença que os documentos pedidos pelos  veteranos queixosos eram "diretamente relevantes" para a reivindicação deles de que o governo, através do VA (Veteran Affairs), não notificou adequadamente os veteranos dos produtos químicos a que eles estavam propositalmente expostos durante a experiência, e, talvez mais importante, quais efeitos aquela exposição poderia ter tido em sua saúde física e mental.

Detalhes desse triste episódio em nossa história estavam contidos em uma ação civil pública de 2009. Registrado pelos veteranos do vietnã da América e soldados individuais, o processo acusa o exército americano e a CIA, com a ajuda de ex cientistas nazistas, de usar pelo menos 7.800 veteranos como cobaias para testar os efeitos de pelo menos 400 diferentes tipos de drogas e produtos químicos. Inclusive mescalina (alcalóide psicodélico), LSD (droga psicodélica), anfetaminas, barbitúricos, agente nervoso e gás mostarda.

O processo também diz que o governo trabalhou para encobrir o teste e a natureza dos experimentos, que começou em 1950 sob nomes código exóticos como "Bluebird", "Artichoke" e "MKUltra". 

O governo lançou o "Projeto Paperclip", o processo alega, e o esforço total do exército e da CIA para supostamente recrutar ex-nazistas para ajudar a testar vários produtos químicos psiquicos, bem como desenvolver um novo soro da verdade usando os próprios veteranos do país como sujeitos de teste, relatou o Serviço de Notícias do Tribunal.

"Cerca de metade desses nazistas recrutados tinham sido membros da SS ou do Partido Nazista", disse a Ação Civil Pública. "O nome 'Paperclip' (grampeador) foi escolhido porque muitos dos pedidos de emprego eram grampeados aos documentos de imigração".

De acordo com Colin A. Ross, psiquiatra e autor de "Os médicos da CIA", disse que ele se debruçou sobre mais de 15.000 documentos recebidos da principal agência de espionagem da nação detalhando as operações de "controle mental" que ele disse que tiveram lugar entre 1950 e 1972 "em muitas das principais universidades incluindo Harvard, Yale, Cornell, Johns Hopkins e Stanford".

O objetivo, simplesmente, é o controle mental

Em um relatório postado no website do Citizens Commission on Human Rights International, Ross disse "MKUltra e programas relacionados tinham diversos propósitos sobrepostos".

"Um era comprar drogas de controle mental dos fornecedores. Outro era formar um relacionamento com pesquisadores que poderiam depois ser usados como consultores em um nível super secreto", ele escreveu. "O propósito central desses programas era aprender como melhorar os interrogatórios, apagar e inserir memórias e criar e dirigir candidatos manchus". 

Ross disse que tudo isso está documentado "clara e explicitamente" em documentos liberados da CIA que ele obteve, embora ele tenha dito que foi meramente um vislumbre da ponta do iceberg do controle mental da CIA e dos militares".

"Aos sujeitos experimentais não eram ditos os propósitos verdadeiros dos experimentos, não dava consentimento informado, não era oferecido aconselhamento externo e não recebiam acompanhamento significativo", ele excreveu. Como descrito por psiquiatras e documentos publicados, experiências com LSD e outros alucinógenos, combinados com privação sensorial, eletrochoque e outras técnicas de interrogatório, resultavam em psicose e morte entre outros 'efeitos colaterais'. O propósito dessas experiências era ver quão facilmente uma pessoa poderia ser colocada em um estado psicótico ou controlado."

Em uma análise crítica do programa MKUltra, que foi lançada em 1953, a Wired.com disse que o objetivo dele era, simplesmente, controle mental.  

"1953: A Agência lança um de seus mais duvidosos programas secretos, tornando seres humanos inocentes em cobaias para sua pesquisa de drogas de alteração da mente", disse a reportagem, que dizia então que o diretor da Agência Central de Inteligência Allen Dulles autorizou o programa.

"Dulles queria fechar a "lacuna de lavagem central" que apareceu depois que aprendeu que prisioneiros de guerra na Coreia foram sujeitados a técnicas de controle mental pelos seus captores", disse a Wired.com.

Assassinos Programáveis

Detestando ser ultrapassada por inimigos estrangeiros, a CIA procurou, através de sua pesquisa, desenvolver um soro da verdade para melhorar os interrogatórios de prisioneiros de guerra e espiões capturados. A agência também queria desenvolver técnicas e drogas, tais como 'pílulas de amnésia', para criar superagentes da CIA que seriam imunes aos esforços de controle mental dos adversários".

A criação dos assim chamados candidatos manchus, essencialmente um assassino programável, também era um objetivo do programa.

Além de drogas e experiências com produtos químicos, o programa incluía o uso de implantes radiológicos, hipnose e persuasão subliminar, terapia de eletrochoque e técnicas de isolamento, o relatório dizia.

Em seu processo, os veteranos levantaram acusações semelhantes, de que o governo estava tentando desenvolver e testar substâncias capazes de induzir controle mental, euforia, personalidades alteradas, confusão, paralisia física, loucura, pensamento ilógico e outros efeitos.

Muitos dos experimentos, o processo diz, eram conduzidos em instalações do exército em Edgewood  Arsenal e forte Detrick. Alguns deixaram vários veteranos sobrecarregados com debilitantes problemas de saúde por décadas. Pior, os veteranos dizem que o governo tem negligenciado fornecer cuidados de acompanhamento médico para mitigar os danos.

Alguns soldados morreram por causa da experiência, enquanto outros sofreram indisposição física e mental, incluindo convulsão e paranoia, observou-se em uma decisão anterior do caso.

Nessa última proposta para divulgação completa, a associação de veteranos procurou documentos do governo que revelassem os processos dos veteranos de identificação e notificação dos soldados que pudessem ter sido expostos aos produtos químicos e testes biológicos.

Sem propósitos médicos relevantes

Na argumentação contra a liberação dos documentos, advogados de assuntos de veteranos disseram que a agência deveria ser dispensada de fazer isso pelo privilégio de processo deliberativo, que objetiva defender os processos de tomada de decisões das agências governamentais.

A juiza Corley não comprou o argumento, decidindo em vez disso que o grupo de veteranos e outros "demonstraram uma suficiente e substancial necessidade de superar o qualificativo de privilégio deliberativo de processo ".

"A corte concorda que considerável descoberta tem sido proporcionada nessa matéria; contudo, tendo revisado milhares de páginas de documentos apresentados para uma revisão na câmara, a corte observa que estes processos estão longe de serem claros ou consistentes, e, de fato, parecem terem sido submetidos a numerosas modificações ao longo do tempo", ela escreveu.

A juíza Corley ordenou que o assuntos de veteranos liberassem mais de 40 documentos, que ela disse serem "tanto relevantes como indisponíveis de outras fontes dado que os documentos refletem processos que evoluíram ao longo do tempo".

Ross escreve, "O propósito dos experimentos de  controle mental é controlar o comportamento humano: fazer os combatentes inimigos se abrirem durante o interrogatório; proteger informações secretas apagando as memórias; tornar os espiões mais resistentes a interrogatórios porque as informações secretas são mantidas por identidades escondidas e tornar pessoas mais sujeitas a influência, controle social e sugestão.

"As experiências dos programas de controle mental e operacional violam direitos humanos básicos e todos os códigos de ética médica", ele disse.

O governo nunca deveria usar cidadãos americanos ou outros para nenhum tipo de experimento, pelo menos sem primeiro conseguir consentimento. Usar aqueles que nos protegem e defendem para o mesmo é repulsivo.

Fonte: www.naturalnews.com                 

                                                              

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