Em outras palavras, quadros lisos, quando os correspondentes ao período anterior (1980 a 1996) de igual duração apresentam uma tendência de aumento. Antes desse período a temperatura média global se mantivere estável ou declinou durante 40 anos.
A revelação dessas informações – silenciadas no Brasil – provocou um escândalo no mundo de língua inglesa. Elas foram reveladas, entre outros, pelo jornal “Daily Mail”.
A razão do escândalo é que elas provêm do Met Office, o Serviço Nacional para o clima (National Weather Service), órgão altamente reputado na Grã Bretanha e no mundo inteiro.
Bonecos de neve em Berlim. Clima mundial não aqueceu nos últimos 16 anos |
O atual espanto não pôde ser maior nem mais explicável. Um órgão deturpado a ponto de servir de arauto do “aquecimento global” publicava de mansinho as provas que desmentiam o que ontem afirmava.
Judith A. Curry, chefe do Departamento de Ciências Climáticas do Georgia Tech |
Porém, Phil Jones insistia estar convencido de que a última década foi significativamente mais quente que as duas anteriores.
Os quadros revelados agora pelo governamental Met Office tornaram leviana qualquer suposição aquecimentista.
A publicação dos dados coincidiu com o anúncio de uma mudança de política energética por parte do governo inglês.
O novo ministro da Energia, John Hayes, prometeu que “as teorias altamente distorcidas dos acadêmicos esquerdistas não passarão por cima dos interesses do povo comum, que precisa de combustível para se aquecer, para se iluminar e para o transporte”.
A declaração do ministro encolerizou os ativistas “verdes”, que viram sua ideologia esquerdista ser desmentida. E temem pela cessação dos grandes subsídios que o trabalhismo inglês concedia às empresas de energia eólica, ou renováveis, com as quais esses ativistas mantêm estreita cooperação.
Esse vasto leque de subsídios custou em média, no ano passado, 100 libras esterlinas a cada lar inglês. A tendência desse custo era de aumentar em aras da irrealista luta contra o “aquecimento global” e o CO2.
Lei do Parlamento britânico fixou como meta reduzir em 80% a emissão de CO2 até o ano 2050. O projeto teria custado centenas de bilhões de livras esterlinas.
A notícia de que nos últimos 16 anos o mundo não aqueceu, produziu um choque na proporção dos subsídios que podem desaparecer.
Hoje, o desafio é outro, escreveu o “Daily Mail”: reconhecer que as políticas energéticas e relativas às “mudanças climáticas” baseavam-se em premissas erradas.
Relações pecuniárias de alguns militantes "verdes" podem sofrer muito com novos dados |
Mas, os professores Curry e Jones, embora opostos no debate climático, concordaram que os atuais modelos computacionais para previsão do clima são imperfeitos.
De imediato, as revelações podem trazer serenidade ao debate sobre as mudanças climáticas.
Quem quer questione os cenários alarmistas ou apocalípticos não poderá ser rotulado com menosprezo de “negacionista” ou de 'vendido' às multinacionais ou, ainda, de insensível pelo bem-estar das gerações vindouras.
As evidências – uma tautologia, mas é o fato – agora estão claras: se houve algum aquecimento do clima no último século e meio, ele aconteceu tão lentamente e com tantas oscilações que os cenários catastrofistas ficam reservados para a “science-fiction” ou para a especulação altamente teórica.
Na ordem prática, as consequências do retorno à realidade serão enormes nas políticas adotadas pelo governo britânico, concluiu o “Daily Mail”.
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