quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Computador psíquico mostra pensamentos na tela

Minority reportImage by Unhindered by Talent via Flickr

Computador psíquico mostra pensamentos na tela.

Por Chris Gourlay
Global Research, novembro de 2009

Cientistas descobriram como "ler" mentes através do escaneamento da atividade cerebral e reprodução das imagens do que as pessoas estão vendo - ou mesmo lembrando.

Pesquisadores foram capazes de converter em filmes de vídeo rudes a atividade cerebral estimulada pelo que a pessoa está observando ou lembrando.

O atalho levanta a possibilidade de benefícios significativos, tais como permitir que pessoas que são incapazes de se mover ou falar se comunicar via visualização dos seus pensamentos; gravar os sonhos das pessoas; ou permitir a polícia identificar criminosos pela gravação das lembranças de uma testemunha.

Contudo, isso poderia anunciar uma nova era do Big Brother, similar aquela imaginada pelo filme de Hollywood Minority Report, no qual pensamentos particulares de um indivíduo podem ser acessados pelas autoridades.

Jack Gallant e Shinji Nishimoto, dois neurologistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, no ano passado conseguiram correlacionar a atividade do córtex visual do cérebro com imagens estáticas vistas pela pessoa. Na semana passada eles deram um passo adiante revelando que é possível "decifrar" os sinais gerados no cérebro por cenas móveis.

Em uma experiência que ainda tem de ser revisada pelos colegas, Galant e Nishimoto, usando a tecnologia da ressonância magnética funcional por imagem (fMRI), escanearam os cérebros de dois pacientes enquanto eles assistiam vídeos.

Um programa de computador foi usado para procurar por ligações entre a configuração das formas, cores e movimentos nos vídeos, e padrões de atividade no córtex visual dos pacientes.

Que mais tarde foi alimentado com mais de 200 dias de clipes dignos do youtube e pedido para predizer quais áreas do cérebro os clipes estimulariam se as pessoas estivessem assistindo aos vídeos.

Finalmente, o software foi usado para monitorar os cérebros dos dois pacientes enquanto eles assistiam a um novo filme.

Extraordinariamente, o programa de computador foi capaz de mostrar sequências contínuas dos filmes que eles estavam assistindo - embora com imagens embaçadas.

Em uma cena que apresentava o ator Steve Martin vestindo uma camisa branca, o software recriou sua forma tosca e o torso branco, mas perdeu outros detalhes, tais como suas características faciais.

Em outra cena, mostrando um avião voando em direção a câmera contra a linha do horizonte da cidade, foi reproduzida com menos sucesso. O computador recriou a imagem da linha do horizonte, mas omitiu o avião completamente.

"Algumas cenas se traduzem melhor do que outras”, disse Gallant. "Nós podemos decifrar close ups muito bem. Mas uma passagem rápida da câmera através de uma cena confunde o algoritmo.

"Você pode usar um dispositivo como esse para fazer algumas coisas muito legais. No momento quando você vê alguma coisa e quer descrever para alguém você tem de usar palavras ou desenhar e isso não funciona muito bem.

"Você poderia usar essa tecnologia para transmitir a imagem para alguém. Poderia ser útil para artistas ou para permitir a você recuperar a memória do testemunho de um crime."

Tal tecnologia não pode ser confinada ao aqui e agora. Cientistas da University College London conduziram testes separados que detectam, com uma precisão de cerca de 50%, memórias lembradas por pacientes.

As descobertas chegam em meio a um torvelinho de desenvolvimentos no campo da ciência cerebral. Pesquisadores também têm usado a tecnologia de escaneamento para medir habilidade acadêmica, detectar sinais precoces de Alzheimer e outras condições degenerativas, e até mesmo predizer a decisão que uma pessoa está para tomar antes que elas estejam conscientes de tomá-la.

Tais desenvolvimentos podem ter ramificações controversas. Na Inglaterra, a tecnologia de escaneamento fMRI foi vendida para companhias multinacionais, tais como Unilever e McDonald's, capacitando-as a ver como nós subconscientemente reagimos ao nome dos produtos.

Na América, agências de segurança estão pesquisando o uso dos scanners de cérebro para interrogar prisioneiros, e a Lockheed Martin, prestadora de serviço da defesa dos Estados Unidos, informou-se que ela estudou a possibilidade do escaneamento de cérebros a distância.

Isso permitiria que os pensamentos e inquietações de um indivíduo fossem examinados sem seu conhecimento em locais sensíveis como aeroportos.

Russell Foster, um neurocientista da Universidade de Oxford, disse que os rápidos avanços em seu campo estavam levantando dilemas éticos.

"É absolutamente crítico para os cientistas informarem ao público sobre o que estamos fazendo assim eles podem se engajar no debate sobre como este conhecimento deveria ser usado," ele disse.

"É o problema de sempre: Conhecimento é poder e pode ser usado tanto para o bem quanto para o mal."

Fonte: http://www.globalresearch.ca/index

Tradução: O Observador


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