Por Dana Gabriel
Fonte: borderfire report
O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem sido descrito como um dos executores da globalização.
Países que recebem assistência do FMI frequentemente são forçados a render sua soberania e mais tarde a abrirem suas fronteiras aos bancos e as corporações internacionais. Muito da sua riqueza é então sugada pelos predadores estrangeiros com sua população e recursos essencialmente se tornando a garantia adicional para tal ajuda financeira. Como resultado da crise financeira internacional, muito mais nações estão tendo de se voltar para o FMI por ajuda. Como a recente cúpula do G-20, em Londres (em 2009), o papel do FMI foi expandido e seus poderes aprimorados. Houve pouca menção a suas políticas falhas e seu registro menos do que estrelar de efetivamente promover o desenvolvimento e a democracia em todo o mundo. Enquanto alguns falam de reforma, o FMI continua a estuprar o mundo, uma nação pobre após a outra.
O FMI, junto com o Banco Mundial, foi estabelecido como instituições financeiras irmãs com ambos se originando dos acordos de Bretton Woods em 1944. Eles são parte do sistema das Nações Unidas. O FMI foi planejado para ajudar a estabilizar o sistema financeiro internacional pós 2a. guerra mundial e é a estrutura para um banco central de emissão. Ele proporciona assistência financeira de curto prazo para nações que se qualificam, mas isso é a um preço muito alto. Estes países são colocados em uma camisa de força com o FMI e o Banco Mundial trabalhando em conjunto, ditando grandes porções da política pública.
Algumas condições do FMI que os países têm sido forçados a concordar podem somente ser descritas como duras e antidemocráticas. Frequentemente a desvalorização da moeda da nação tem sido a pré-condição para a assistência do FMI. A fim de se qualificar para o empréstimo do FMI algumas nações têm sido forçadas a diminuir tarifas, restringir subsídios e gastos governamentais, equilibrar o orçamento, bem como vender instituições estatais para interesses estrangeiros. Em alguns casos, o FMI tem proibido aumentos de salários enquanto alguns países têm tentado fazer isso, a fim de compensar por uma aguda elevação dos preços e outras comodities. Direitos ambientais e trabalhistas também têm tido sucesso como resultado das políticas do FMI. À guisa de ajudar países economicamente perturbados, o FMI tem na verdade ajudado a socorrer os investidores estrangeiros e empresas multinacionais. Eles têm ainda produzido mais caos e instabilidade em algumas das regiões mais pobres do mundo.
Na recente cúpula do G-20, os líderes prometeram impulsionar os recursos financeiros do FMI para $750 bilhões. Ele também assumirá um papel mais central na monitoração e regulamentação dos mercados globais, jogando um papel chave no planejamento de um novo sistema financeiro. O poder do FMI de criar dinheiro foi ativado e eles serão capazes de emitir até $250 bilhões de novos Direitos Especiais de Retirada(SDRs em inglês). Alguns países estão pedindo que os SDRs sejam usados como uma reserva completa de moeda corrente para desafiar o dólar. Em um artigo recente que apareceu na New American, Willian F. Jasper escreve, "Se o FMI tiver poderes regulatórios financeiro e monetário global, junto com a habilidade de emitir moeda e bônus global, ele em breve não terá de pedir a seus estados membros por financiamento. Nem as Nações Unidas. O FMI será capaz de proporcionar a ONU a renda que ela precisa para se tornar um governo mundial real".
O FMI e o Banco Mundial estarão fazendo reuniões em Washington nos dias 25 e 26. Na agenda estarão medidas de reforma que poderão incluir mudanças em algumas condições ligadas ao recebimento de fundos de emergência. Eles também discutirão como melhor distribuir o dinheiro extra que lhes foi alocado. Há um senso de que como uma parte do novo papel do FMI, ele também deve visar as preocupações das economias emergentes que estão sofrendo com a recessão global. O FMI recentemente aprovou uma linha de crédito de $47 bilhões para o México que se tornou o primeiro país do G-20 a se candidatar a tal assistência e pode não ser o último. Ainda existe um duplo padrão que permite aos países mais ricos usar a expansão fiscal em face da recessão enquanto nações mais pobres são forçadas a restrições econômicas mais rigorosas.
A elite global visa um mundo sem fronteiras. Eles continuam a empurrar a agenda deles de governança global através do FMI, do Banco Mundial, das Nações Unidas, da OMC e tratados de comércio como o NAFTA. É nosso dever resistir a tirania da globalização ou enfrentar a escravização. No final, a soberania nacional tem de prevalecer - se quisermos ter algum futuro.
Dana Gabriel é uma ativista e pesquisadora independente que escreve sobre comércio, globalização, soberania, bem como outros assuntos.
Fonte: www.nwoobserver.com
3 comentários:
É de se lamentar a atual conjuntura mundial. Ainda pior é a relativa impotência a qual estamos submetidos. Organizações supranacionais acabam por governar os governos, influenciando as medidas tomadas em âmbitos sociais e econômicos através de seus receituários.
Legitimação de guerras, invasões de multinacionais, pressões econômicas, negligência com a infraestrutura, cortes em investimentos sociais e voraz política financeira: todas essas medidas estipuladas por um grupo seleto de potências mundiais com seu perfil imperialista dissimulado. Há pouco assistia a um vídeo sobre a privatização da água, interesse promovido pelo próprio Banco Mundial.
É de se lamentar a atual conjuntura mundial. Ainda pior é a relativa impotência a qual estamos submetidos. Organizações supranacionais acabam por governar os governos, influenciando as medidas tomadas em âmbitos sociais e econômicos através de seus receituários.
Legitimação de guerras, invasões de multinacionais, pressões econômicas, negligência com a infraestrutura, cortes em investimentos sociais e voraz política financeira: todas essas medidas estipuladas por um grupo seleto de potências mundiais com seu perfil imperialista dissimulado. Há pouco assistia a um vídeo sobre a privatização da água, interesse promovido pelo próprio Banco Mundial.
E a coisa pode ficar ainda pior se houver outra guerra, como parece ser o caso conrtra o Irã.
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