Um novo relatório preparado em conjunto pela Clínica de Resolução de Conflito e Direitos Humanos Internacional da Universidade de Stanford (SU) e a Clínica de Justiça Global da Faculdade de Direito da Universidade de Nova York (NYU) é intitulado "Vivendo sob os drones. " A parte um discute ataques a equipes de resgate, funerais e outros alvos civis. A parte dois examina a vigilância, os efeitos dos custos indiretos e como seu uso cria medo e desconfiança. A parte três considera o empobrecimento e dificuldades de sustento das famílias e comunidades.
No geral o relatório SU/NYU examina aspectos chaves da política de drones da CIA. Expõe fatos que políticos de Washington e a mídia canalha suprimem.
A narrativa dominante afirma que os ataques de drones são precisos e eficazes. Eles envolvem "assassinatos seletivos". Terroristas são assassinados com o "mínimo de efeitos negativos e impactos colaterais". Como resultado, a América está mais segura.
"Essa narrativa é falsa". É uma mentira deslavada. Os ataques de drones são indiscriminados. Em sua maioria são mortos civis não combatentes. O relatório SU/NYU foi seguido de nove meses de pesquisa intensiva.
Incluíram duas investigações no Paquistão. Mais de 130 entrevistas foram conduzidas com vítimas, testemunhas e especialistas.
Milhares de páginas de documentos e reportagens da imprensa foram revisadas. Esse relatório "apresenta evidências de efeitos danosos e contraproducentes da" política de ataques de drones da América.
Evidências de primeira mão confirmam isso. Os assim chamados benefícios não existem. Os civis sofrem enormes prejuízos. "Vivendo sob drones" expõe o que a explicação oficial não vai dizer.
A reavaliação da política de drones de Washington é urgentemente necessária. As baixas civis são raramente confirmadas. Evidências significativas provam que são lugar comum.
Oficiais americanos afirmam "não" ou "apenas um dígito" de baixas civis. Eles mentem. Acobertamento é a política.
Ao mesmo tempo, "é difícil obter dados das baixas de ataques por causa dos esforços dos Estados Unidos para proteger o programa de drones da responsabilidade democrática, agravado pelos obstáculos para investigação independente de ataques no waziristão do norte".
O Bureau de Jornalismo Investigativo (TBIJ) proporciona melhores dados públicos agregados disponíveis. Em fevereiro último, o TBIJ publicou um relatório entitulado "Os drones de terror de Obama: As táticas da CIA no Paquistão incluem alvejar equipes de resgate e funerais", dizendo:
Drones Predator higienizam matando no barato. Atualmente cerca de um-terço dos aviões de guerra são drones. Um dia talvez todos eles serão não-tripulados. Sigilo e responsabilidade não são abordados. Assassinatos agressivos é a política oficial. Pouco sobre isso é relatado.
Equipes civis de resgate, funerais e casamentos são alvejados. Provas desmentem declaração de Obama de que os assassinatos de drones são "direcionados" e "focalizados".
Obama é um mentiroso em série. Nada do que ele diz é confiável. No último inverno ele afirmou que drones não tinham "causado um grande número de baixas civis. Eles são direcionados, focados em pessoas que estão em uma lista de terroristas ativos tentando entrar e prejudicar americanos".
Pesquisa BIJ mostrou o contrário. Centenas de civis são mortos, incluindo dezenas de crianças. Trabalho no terreno investigativo provou isso. Testemunhas oculares proporcionaram testemunhos condenatórios. Especialistas em leis condenaram as táticas de Washington.
Em 2004 ou antes, Bush começou ataques de drones. Obama os continua implacavelmente. Drones Predator despejam morte sobre civis regularmente. Os agentes da CIA os conduz. Os números de baixas nos campos de batalha são suprimidos.
Autoridades da administração afirmam que ataques secretos em qualquer lugar do mundo são legais. Leis dos Estatutos Internacional e Constitucional dos Estados Unidos dizem o contrário. O conselheiro chefe de contraterrorismo dos Estados Unidos John Brennan disse:
"Porque estamos engajados em um conflito armado com a Al-Qaeda, os Estados Unidos tomam a política legal que, de acordo com a lei internacional, nós temos a autoridade para tomar medidas contra a Al-Qaeda e suas forças associadas".
"Os Estados Unidos não veem nossa autoridade para força militar contra a Al-Qaeda como sendo restrita somente a campos de batalha "quentes" como o Afeganistão".
Especialistas em lei internacional discordam. Assassinatos extrajudiciais sancionados pelo Estado são ilegais. Naz Modirzadeh de Harvard disse:
"Sem meias palavras aqui, se não é em uma situação de conflito armado, e a menos que caia na área bastante estreita de ameaça iminente, então é execução extrajudicial".
Nós nem mesmo precisamos chegar a nuance de quem é quem, e se há pessoas lá para resgatar ou não. Porque cada morte é ilegal. Cada morte é um assassinato nesse caso".
Advogado da caridade Reprieve, Clive Stafford-Smith, disse que ataques de drones visando equipes de resgate "são como atacar a Cruz Vermelha no campo de batalha. Não é legítimo atacar qualquer um que não seja combatente".
O Congresso nunca os debateu ou aprovou. No teatro de guerra PAK no afeganistão, a América tem cerca de 7.000 drones operando. Outros 12.000 permanecem prontos no solo. Eles estão rapidamente substituindo aeronaves tripuladas. Companhias aeroespaciais americanas não têm nenhuma pesquisa em andamento para desenvolver novos.
Privadamente alguns comandantes do Pentágono expressam desconforto sobre a política de drone de Obama. São extrajudiciais. A CIA impinge extremo sigilo. Ela não vai admitir que suas operações existem.
Especialistas legais dizem que as matanças de drones fora dos teatros de guerra estabelecem um precedente perigoso. Outros países podem seguir a liderança americana. Um inspetor especial da ONU em questões de execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Christof Heyns disse:
"Nossa preocupação é quão longe isso vai? Será o mundo todo um teatro de guerra?"
"Drones, em princípio, permitem que danos colaterais sejam minimizados, mas porque eles podem ser usados sem perigo para as tropas do próprio país eles tendem a ser usados mais amplamente".
"Alguém pode não querer usar uma bomba relógio de longo prazo, mas é extremamente sedutor".
O TBIJ relatou angustiantes narrativas de sobreviventes, testemunhas e membros das famílias. Proporcionaram informações detalhadas sobre ataques específicos.
SU/NYU disse:
"As políticas de ataques de drones dos Estados Unidos causam danos consideráveis e sub-contabilizados para as vidas diárias de civis comuns, além de morte e dano físico."
"Drones voam vinte e quatro horas por dia sobre comunidades no nordeste do Paquistão, atacando casas, veículos e espaços públicos sem avisar."
"A presença deles aterroriza homens, mulheres e crianças, dando origem a ansiedade e trauma psicológico entre as comunidades civis".
"Aqueles que vivem sob os drones têm de encarar a preocupação constante de que um ataque letal possa acontecer a qualquer momento, e o conhecimento de que são impotentes para se protegerem. Estes medos têm afetado o comportamento".
Áreas alvejadas são atingidas múltiplas vezes em rápida sucessão. A prática é chamada "toque duplo". Ela dissuade espectadores e profissionais de ajudar. Um grupo pediu ao pessoal para evitar locais atacados por seis horas antes de investigar".
Pessoas em áreas alvejadas estão por conta própria. O que eles descobrem é horripilante. Os ataques "incineram" as vítimas. Elas são deixadas em pedaços não identificáveis. Funerais tradicionais são impossíveis.
A casa do pai de Firoz Ali Khan foi atacada. Ele descreveu graficamente o que ele viu, dizendo:
"Estes mísseis são muito poderosos. Eles destroem seres humanos".
"Não sobrou ninguém e ficaram para trás apenas pequenos pedaços. Pedaços. O que resta são apenas pequenos pedaços de corpos e roupas".
Um médico que tratou de vítimas de drones descreveu como "a pele é queimada de forma que você não sabe se é gado ou seres humanos". Um outro sobrevivente da família no mesmo local disse que o pai dele foi morto. "O lugar inteiro parecia como se tivesse sido completamente queimado, tanto que até mesmo as próprias roupas (das vítimas) tinham queimado".
"Todas as pedras nas proximidades tinham se tornado pretas". Ahmed Jan perdeu o seu pé em março passado. Ele comentou os desafios que as equipes de resgate enfrentam na identificação dos corpos, dizendo:
"As pessoas estavam tentando achar partes de corpos. Encontramos pedaços de corpos de algumas pessoas, mas às vezes não encontramos nada". Está incinerado e já era.
Equipes de resgate, comunidade e membros das famílias e trabalhadores humanitários estão vulneráveis. Pais mantém as crianças em casa. Com toda razão, eles estão traumatizados. O medo pega todo mundo.
Famílias que perderam seus entes queridos ou suas casas agora lutam para sobreviver.
As declarações oficiais sobre as mortes de drones manterem a América mais segura são falsas.
No máximo, somente 2% das vítimas são combatentes de alto nível. Evidências sugerem que os ataques dos Estados Unidos facilitam o recrutamento anti-americano. O New York Times disse que os ataques de drones substituíram Guantanamo como "a ferramenta de recrutamento de escolha dos militantes".
A grande maioria dos paquistaneses consideram a América o inimigo.
Assassinatos seletivos também minam o respeito pelos princípios do Estado de direito internacional e dos Estados Unidos. Eles são ilegais e injustos. Sigilo é a política oficial. Transparência e responsabilidade estão ausentes.
À luz de sérias preocupações, o relatório SU/NYU disse que Washington tem de conduzir "uma reavaliação fundamental das atuais práticas de assassinatos seletivos, levando em conta todas as evidências disponíveis, as preocupações de vários grupos envolvidos e os custos de curto e longo prazos e os benefícios".
Um significativo "repensamento está em atraso". Os fazedores das políticas não podem ignorar danos civis e impactos contraprodutivos por mais tempo.
As regras dos princípios de direito são fundamentais. Violá-las encoraja outros a replicarem as práticas dos Estados Unidos. As vidas americanas se tornam vulneráveis. isso somente é razão suficiente para repensar a política. A mais importante é o assassinato sancionado pelo Estado. Nada justifica o que é claramente ilegal.
James Cavallaro de Stanford foi um dos autores do relatório. Ele disse "pessoas reais estão sofrendo danos", mas são amplamente ignoradas pelas autoridades americanas e relatos da mídia.
Cavallaro acrescentou que o estudo foi planejado para desafiar a noção oficial da precisão dos assassinatos seletivos e com pouco efeito colateral.
Autoridades da CIA e o porta voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor, recusaram-se a comentar. Talvez eles temam que qualquer coisa que digam possa ser usada contra eles. Seja lá o que eles digam é falso.
Stephen Lendman mora em Chicago e pode ser achado em lendmanstephen@sbcglobal.net
Fonte: www.globalresearch.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário