Lord Monckton: ambientalismo não pensa no ambiente mas no neo-marxismo |
Catolicismo — Obviamente, o movimento ambientalista não cuida apenas do ambiente. Que ideologias ou doutrinas estão por detrás dele?
Lord Monckton — Ele absolutamente não tem mais nada a ver com o ambiente. Os ambientalistas não passam de melancias: verdes por fora e vermelhas por dentro.
Eu também os chamo de tendência de semáforo: verdes muito amarelinhos de medo de admitir que são realmente vermelhos.
Pode-se talvez pensar que isto seja mera retórica, mas conheci um dos fundadores do Greenpeace, o falecido Eric Ellington, a pessoa menos inclinada à política que se poderia conhecer.
Sua preocupação genuína era de que ninguém bagunçasse o planeta, e ele e seus amigos co-fundadores tinham noções mais bem idealistas sobre o objetivo que desejavam obter.
Ele me disse que após um ou dois anos todos tiveram de sair porque não eram políticos.
Quando os marxistas entraram e, em suas palavras, “tomaram o movimento”, eles não foram capazes de detê-los por não saberem como. Eles não eram políticos. Assim, politicamente, a extrema esquerda “passou a perna” neles.
Catolicismo — Então o Greenpeace foi sequestrado...
Lord Monckton — Sim, sim, o Greenpeace foi completamente dominado pelos marxistas e tem sido conduzido por eles desde então.
Analogamente, muitas das outras organizações ambientalistas são dirigidas por pessoas da extrema esquerda.
Assim, é claro que existe interesse ideológico, e há também um tipo de estatismo, um desejo de que o Estado passe a dirigir tudo, o que naturalmente faz parte da filosofia da esquerda.
Mas há também um tipo de estatismo egoísta entre burocratas e políticos desejosos de se sentirem úteis, de terem uma razão de existir e de impor tributos às pessoas até tirar o sangue.
Greenpeace ficou dominada por marxistas infiltrados |
Catolicismo — Mais ainda, poder-se-ia dizer que o movimento ambientalista dá muitos sinais de ser uma nova religião. Gorbachev, por exemplo, disse que a Carta da Terra deve substituir os Dez Mandamentos como base da nossa sociedade. O senhor teria exemplos ou poderia comentar isso?
Lord Monckton — A ideia de que o ambientalismo possa ser uma religião crível já demonstrou ser falsa pelo trenzinho assombrado do aquecimento global, em cujos vagões os fanáticos subiram e cujas rodas imediatamente começaram a se soltar.
Agora todo mundo vê que eles estavam errados. Portanto, por que estariam certos a respeito das outras coisas que dizem?
Essa abordagem é naturalmente um pouco ilógica, porque teoricamente eles poderiam estar errados numa coisa e certos em outra, mas acontece que eles têm um histórico de serem errados, repetidamente errados.
Erraram, por exemplo, quanto à camada de ozônio. Recentemente descobriu-se que o impacto dos carbonos de clorofluoro na fina camada estratosférica de ozônio, que em alguma medida nos defende de raios nocivos do sol, foi dez vezes exagerado.
Não se trata de um errinho qualquer, foi exagerado dez vezes.
Sem esse exagero, não haveria nem de fato há qualquer justificação para o Protocolo de Montreal, mas assim mesmo ele fecharia milhares de indústrias perfeitamente respeitáveis do mundo inteiro que produzissem ou usassem os carbonos de clorofluoro.
Portanto, eles estavam errados. Errados também sobre o HIV, quando disseram que não se podia designá-la uma doença de notificação obrigatória.
Ninguém devia ser examinado, e os que a tivessem contraído não podiam ser isolados. O resultado foi que 33 milhões de pessoas morreram, 33 milhões estão infectadas e vão morrer, e ainda não há nenhum sinal de que esse movimento vá parar.
Lord Monckton: esquerda se apossou do ambientalismo |
Os esquerdistas erraram a propósito do aquecimento global. Não houve nenhum aquecimento ao longo de pelo menos 15 ou 20 anos, absolutamente nenhum, apesar do registro do aumento de concentrações de dióxido de carbono na atmosfera, e isso sugere que o aquecimento que deveria ter ocorrido — de qualquer forma teria sido relativamente pequeno —, foi facilmente superado pelo esfriamento natural resultante de um declínio das atividades solares por volta de 1960, a partir de um pico de 10 mil anos.
Portanto, eles erraram novamente e agora estão querendo prever que o índice de aquecimento nos próximos 100 anos será três vezes o que temos visto nos últimos 60 anos, mas não há nenhuma base científica para tamanho salto.
Assim como erraram tão frequentemente no passado — e erraram diametralmente a respeito de tudo —, deve-se levantar a questão de se, objetivamente falando, eles estejam mesmo fazendo algum esforço para obter a verdade científica.
Em questões científicas não é apropriado fazer o que faz a esquerda ou os ambientalistas, tomando na realidade uma posição política.
Religião ambientalista fracassou tentando manipular a ciência, diz Lord Monckton. Na foto: Rajendra Pachauri, diretor do IPCC |
Portanto, essa quase-religião falhou precisamente por tentar instrumentalizar a ciência.
A religião e a ciência operam em campos diferentes. Ambas são orientadas na direção da verdade, mas é a religião que começa, a priori, como dizem: existe um Criador, e o Big Bang começou porque assim foi o Seu desígnio, seja por ação direta ou por algum método indireto; mas foi um evento não criado por nós, de modo que podemos crer que o universo teve origem divina e não há ciência alguma que prove que isto esteja errado.
Claro está que as leis da física só entraram em vigor alguns milésimos de segundo após o Big Bang e, portanto, não temos como verificar por que o Big Bang aconteceu.
Assim, sem contrariar a ciência, estamos no direito de acreditar que se tratou de uma ação divina. Não podemos provar que foi uma ação divina, mas tampouco eles podem provar que não o foi. Nossas crenças diferem.
Não há futuro em tentar acreditar que é possível provar cientificamente que certas coisas são falsas, como fazem os ambientalistas.
E como faziam muitos eruditos — James Lovelock até recentemente, Fritz Vahrenholt, Bjorn Lomborg e todos os que renunciaram suas antigas posições sobre o aquecimento global —, porque sabem que o assunto foi inflado e que é inútil alardear sobre algo que a ciência contradiz.
(Fonte: Catolicismo, agosto de 2012).
Fonte: Verde: a cor nova do comunismo
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